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Shows: 20 anos do Circo Voador na Fundição Progresso

“Olha que o circo chegou
Não custa nada você ir até lá
O circo é alegria de viver
O circo é alegria que você precisa conhecer”
(“O Circo Chegou” – Jorge Ben Jor)



Começou na última sexta feira a série de shows que irão marcar a comemoração dos 20 anos do Circo Voador na Fundição Progresso. Hoje em dia, principalmente depois da reforma, não há lugar melhor para assistir a um show no Rio de Janeiro. O clima de paz, as pessoas tranqüilas, os Arcos da Lapa, enfim, tudo ali parece conspirar a favor de singulares momentos noturnos.


As duas noites foram abertas pelo nosso já conhecido “Reggae B”, projeto “luxuoso”, liderado por Bi Ribeiro (Paralamas), que reúne de artistas de várias bandas para tocarem apenas músicas menos conhecidas (salvo raras exceções) do ritmo jamaicano. A casa já estava cheia quando eles subiram ao palco para dar início à viagem que passaria com muita propriedade pelo ragga, dub e ska colocando todo mundo para dançar. Black Allien (ex-Planet Hemp) e Valnei (Negril) se revezaram nos vocais mandando as melhores vibrações de Black Uhuru, Bob Marley, Peter Tosh e muitos outros além de uma música feita por Nando Reis especialmente para banda.


Na sexta feira Nando Reis era a atração principal. Foi o primeiro show dele após ter deixado os “Titãs”. Antes de subir ao palco o clima já era de total descontração, animado e conversando com todos muito à vontade, Nando demonstrou estar realmente tranqüilo e seguro em seu novo caminho. O show começou com “No Recreio”, música do seu segundo disco solo e passou por sucessos como “ECT”, “Dessa Vez”, “A fila” (parceria com Marcelo Fromer), “O Mundo É Bão Sebastião” (curiosamente, os “titãs” foram substituídos na letra da música) e teve um momento em que ele cantou um pequeno “bloco” de quatro músicas ligadas a Cássia Eller – “O Segundo Sol”, “All Star” (feita em homenagem a ela), “Luz dos Olhos” e “Relicário” – muito emocionante. Depois veio o clássico “titânico” “Não vou me adaptar” em uma versão basicamente voz e violão seguido de “Resposta” (sucesso com a banda mineira Skank) e “Infernal”, esta com o reforço dos “metais” do Reggae B. Já na reta final do show, antes de tocar “Cegos do Castelo, algumas palavras sobre sua nova condição e um conselho: “Vamos buscar a paz e celebrar nossas diferenças!”


No “bis” uma reclamação contra o preconceito sofrido por artistas como Wando, uma música do próprio (Fogo e Paixão) para todo mundo cantar junto, e, aproveitando que são os mesmos acordes, “My Pledge Of Love”. Para terminar a primeira noite da série em grande estilo, Reggae B voltou ao palco e todos cantaram “Marvin” cheia de pequenos e deliciosos improvisos. Mesmo sem ninguém ter perguntado, eu afirmo: Nando Reis está pronto. E está só começando…


Frejat não apresentou grandes mudanças no seu show, apenas algumas inversões no repertório. Do seu disco solo entraram apenas quatro músicas, a “carregada” “Som e Fúria” que abre o show, a radiofônica “Amor Pra Recomeçar” (tocada no meio e no fim da apresentação), a balada “Homem Não Chora” “recheada” pela bacanas “Let`s Get It On” (Marvin Gaye) e “Réu Confesso” (Tim Maia), e a “música do clipe” “Segredos”. Pontuado pelo romantismo, não poderia deixar de ter uma “cover” do “Rei”, então entrou “Como É Grande O Meu Amor Por Você”, e segundo Frejat, esta foi a primeira canção de amor marcante em sua vida. Do Barão (autorais), foram lembrados quatro sucessos: “Pedra Flor e Espinho”, “O Poeta Está Vivo”, “Todo Amor Que Houver Nessa Vida” e “Por Você”, que todo mundo cantou junto.


Frejat falou da alegria de ser carioca, sobre a importância de valorizar a nossa cidade e espaços culturais como aquele e ainda presenteou a galera com belas versões de “Ainda É Cedo” (mais pesada que a original), “Praiera” (Science rock n roll), “Uns Dias” (canção que era tocada na torcida pela recuperação do Herbert Vianna e hoje é pura celebração), “Fire” (o bom e velho Jimi Hendrix interpretado com maestria por um bom aluno) e largando a veia em “Blues da Piedade” com inspirados solos de guitarra que deram o tom ao encerramento do primeiro fim de semana de comemoração. Vale registrar que as duas noites, assim como as que virão por aí, não registraram nenhum sinal de confusão ou tumulto, eram várias tribos em total harmonia.


Nos próximos dias 11 e 12, Djavan irá apresentar o seu show “Milagreiro”.
Preço único: 20 reais
Ingressos à venda nas lojas PXC e na própria Fundição.



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