Performance de Zé Geraldo é estritamente para fãs
O cantor e compositor mineiro Zé Geraldo conduziu em Vila Velha, Espírito Santo, uma apresentação tradicional. O público de aproximadamente 300 pessoas, pode conferir no BarrAcústico, novo e melhor point da bucólica Barra do Jucu, um clima de leveza e descontração proporcionado pela própria personalidade do cantor, apesar da apresentação não ter surpreendido sob nenhum aspecto.
Pode-se notar a diversidade de faixas-etárias, uma vez que, estavam presentes desde jovens a senhores, apesar da predominância do público na faixa dos 40/50, ou seja, quem provavelmente acompanhou de perto a trajetória do artista, cuja carreira iniciou-se nos anos 60 e decolou cerca de uma década depois com a contratação pela CBS.
O primeiro contrato deu-se após várias premiações em importantes festivais nacionais e rendeu os três primeiros discos. Atualmente, após 13 álbuns de sucesso, lança um trabalho a cada dois anos, e vem tendo como parceiros músicos de renome como Renato Teixeira, Tavares Dias, Guarabyra e Marcio de Camilo. Seu último álbum, que vem sendo trabalhado, recebeu o nome de Tô Zerado, e as músicas começam a ser conhecidas pelos fãs.
Outro fator extremamente interessante é a relação de extrema idolatria que o cantor provoca em sua legião de fãs. Apesar da postura simples no palco e talvez até devido a ela, os fãs de Zé Geraldo tem pelo artista verdadeira idolatria. Cantam e se mostram esfuziantes a qualquer demonstração de interação do artista.
No palco, é um artista animado, bom violonista, figura alegre a descontraída. Apesar disso, o espetáculo se torna cansativo, caso a pessoa não seja fã incondicional. As letras, algumas das quais tem forte cunho social, são em sua grande maioria interessantes, porém demasiadamente longas, e as harmonias parecidas.
Ao longo das quase duas horas de show, nada de inesperado acontece, tornando a apresentação cansativa, monotonamente previsível e deixando a impressão de que o cantor de “Cidadão” não varia, nem deixa o público com expectativa de algo novo.
Em linhas gerais, Zé Geraldo “cumpre bem a própria cartilha”, ou seja, toca seu próprio repertório de forma bem feita, covers imagináveis e é uma figura incapaz de desagradar, o que faz com que o show valha a pena para quem gosta do estilo e da obra como um todo. Não se deve, porém, ter expectativas superiores a essas, ou pode-se ter uma frustração.