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Overkill in Brazil!!

       A noite prometia no Olympia! Apesar do reduzido público presente poucas horas antes do show que originalmente reuniria as bandas Brutal Faith, Shaman e Overkill, na apresentação desta última, todo o público se reuniu para aplaudir uma das maiores lendas do trash metal mundial.


       Entretanto, o principal problema seria a apresentação da banda Shaman, composta pelos ex-”Angra” André Matos (vocal), Ricardo Confessori (bateria) e Luís Mariutti (baixo), além do ex-Hanceforth Hugo Mariutti (guitarra). Pelo fato do público presente ser exclusivamente trash, um show de uma banda de heavy metal melódico seria uma catástrofe e talvez tenha sido por este motivo que a apresentação do Shaman tenha sido cancelada pouco antes do início da apresentação do Brutal Faith, o que demonstrou uma atitude de bom senso por parte dos organizadores, preservando a identidade do público e a reputação dos excelentes músicos do Shaman.


      Com quase uma hora de atraso, entra o Brutal Faith para detonar seu rock cadenciado – porém pesado – oscilando entre um estilo Pantera e Dr. Sin. Iniciada a apresentação, a guitarra estava falhando e baixa demais. Para agravar, os headbangers logo notaram que o guitarrista trazia na camisa o logotipo da banda alterna-metal Slipknot, o que acendeu a fúria dos fãs mais exaltados de trash, pois o estilo alternativo de bandas como Slipknot, Korn ou Coal Chamber são uma verdadeira ofensa aos ouvidos dos verdadeiros trashers.


      A fúria inicial se transformou em intolerância, a qual foi demonstrada por meio de violência e falta de respeito. No guitarrista do Brutal foram atirados centenas de objetos, entre eles bitucas de cigarro acesas e, para finalizar, um copo com água (ou sabe-se lá o que!) que molhou o guitarrista por completo. Nesse instante, ele visivelmente irritado largou a guitarra no chão, tirou a camisa e o show foi paralisado. O batera/vocal fez um protesto aos fãs, chamando-os de “paga-paus de gringos”, devido a falta de respeito com o trabalho da banda, que é brasileira. O show continuou, e a chuva de objetos também. No fim da apresentação do Brutal Faith, mais um protesto da banda, um agradecimento ao público que os respeitou e mais um justo protesto contra os fãs intolerantes. Imaginem se o Shaman tivesse tocado…


       Logo após viria a atração da noite: Overkill. Uma das bandas mais aclamadas na cena trash mundial vem pela primeira vez ao Brasil para mostrar o quanto cru, pesado ,técnico e original pode ser o bom e velho trash metal. Aos primeiros acordes de Necroshine os fãs se espremiam na grade e o massacre iniciou-se. Foram debelados os maiores clássicos da banda, como Hello from the Gutter, In Union We Stand, Wrecking Crew, Deny the Cross, E.vil N.ever D.ies, Coma, Horrorscope, Powersurge, Rotten to the Core (imbatível!) e as novas – mas avassaladoras – Bleed Me e Thunderhead. Riffs rápidos e cortantes, bateria à velocidade da luz, baixo marcante e o vocal inconfundível de Bob Blitz, sem contar com seu imenso carisma e presença de palco repleta de energia, que fizeram da apresentação do Overkill um dos melhores shows de metal pesado já realizados no país!


       A melhor parte do show ficou por conta da imprescindível Fuck You, música com a qual fecharam a apresentação. Ao término, Bob Blitz ficou ensaiando que se jogaria na galera que estava na frente do palco. Ameaçou e, por fim, se jogou! A festa foi geral! Logo vieram os seguranças desesperados e o retiraram da bagunça.


       Agradecimentos da banda e saudades para os verdadeiros trashers de São Paulo, os quais ficarão aguardando a volta do Overkill para mais uma apresentação perfeita e inesquecível como esta realizada na noite do dia 16 de junho no Olympia!

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