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Nem tão “Milagreiro” assim

       Música de boa qualidade é sempre majestosa, não importa em quais circunstâncias. Por essa razão, apresentações de artistas do quilate de Djavan dificilmente podem ser consideradas “fracas”.


       Na última quinta-feira, 1º de agosto, foi sobre este alicerce que se manteve erguida a glória do cantor, sem dúvida uma das maiores vozes do cenário musical nacional. O show “Milagreiro”, apresentado em Vitória, Espírito Santo, demonstrou o patamar de seu repertório, cujo nível foi mantido no último CD, homônimo, devido a canção composta com Cássia Eller, demarcação predominantemente flamenca e com letra que faz apologia a sonhos e ilusões; juntamente com a pérola composta pelo cantor com Tom Jobim para a trilha sonora do filme “Pra viver um grande amor”, baseada na obra do Vinícius de Moraes e”Infinitude”, da filha Flavia Virgínia, a música fez milagre e despontou como um dos pontos altos do show.


       Além das composições de último Cd o cantor apresentou clássicos, repetidos inclusive pelos muitos adolescentes presentes ao evento, dos quais alguns foram anteriormente trilhas de novelas globais, entre os quais Oceano e Linha do Equador.


       O cantor não estava, porém, em seu mais alto grau de animação. Conversou pouco com o público, movimentou-se de forma particularmente impessoal, motivo pelo qual a performance não atingiu as expectativas que Djavan sempre gera.


       Além dessa, a única falha do espetáculo foi a disposição do repertório, que fez com que se escutassem inúmeras canções lentas e só depois as dançantes, deixando o público passar um longo tempo parado.


       Entre o que valeu a pena, merecem destaque a banda, em especial guitarra e bateria, enquanto o segundo lugar fica com o cenário, o qual estaria incompleto sem os efeitos de iluminação. Ambos arrebataram um dez com louvor.


       Ainda interessante foi a oportunidade dos presentes de constatar que música top de linha também tem vez entre os adolescentes. Devido em muito à divulgação promovida pela Rede Globo, que aprecia o repertório “Djaveniano” em suas trilhas de novelas, o disco “Ao vivo” ultrapassou à marca de um milhão de cópias, o que significa que, apesar das letra inteligentes e com arranjos complexos, a cantor é sucesso também de público. Ponto para a música boa, que mesmo quando o intérprete não está em “seu melhor dia”, ainda faz toda a diferença.

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