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Los Hermanos Lança CD no Canecão

       O show de lançamento do “Bloco do Eu Sozinho”, novo CD do Los Hermanos foi para deixar qualquer crítico boquiaberto. Cheguei com uma hora de antecedência… o Canecão estava às moscas. Era tudo tão vazio que temi que a banda não cativasse
mais o público do Rio, sua terra natal.


       Para acalmar os nervos aflitos e impacientes com o atraso de quase uma hora, a produção deixou rolando em som ambiente dois CDs de músicas das bandas que são as grandes influências do grupo. A casa enche, público animado e às 22:30 começa o grande espetáculo musical do Los Hermanos. Na platéia, fãs mais calorosos se vestem com fantasias de carnaval e jogam serpentinas no palco, o que deixa o vocalista Marcelo Camelo “achando tudo muito lindo”.


      Abrem o show com a Agitada “A Flor”, seguida por “Todo o carnaval tem seu fim”, “Fingi na hora de Rir”, “Retrato pra Iaia”. Antes de tocarem “Tenha dó” (do primeiro CD), Camelo chama o público para fazer a parte dos metais, sendo respondido por boa parte do Canecão.


      Passam ainda por “Casa Pré Fabricada”, “Pierrot”, “Deixa Estar”, a triste “Sentimental”, “Quem Sabe”, a excelente “Cadê seu suin?” e “Cher Antoine”. A única música que não agradou tanto quanto as outras, mas que não foi tão ruim assim, foi “Anna Julia”, mostrando que o público estava interessado mesmo no repertório novo.


       Segue o evento com “Azedume”, “Lágrimas Sofridas”, “Veja bem meu bem”, a apaixonante “Primavera”, “Adeus Você”, “Tão sozinho”, a aclamada “Bárbara” e terminam a primeira parte do show com “Assim Será”. Antes de fechar esse primeiro ato, Camelo se refere ao público dizendo emocionadamente: “Vocês foram a maior surpresa que tivemos aqui hoje. Hoje é um dia muito especial, vocês fazem com que tudo isso valha a pena, vocês sabem das dificuldades que passamos”.


       O pré-show foi um misto de incerteza com ansiedade. Ninguém sabia como o público iria reagir, se haveria um público que apostara nesse novo vôo da banda. As apenas 50 mil cópias vendidas desse segundo disco mostram que ele foi muito bem aceito pela crítica e pelos fãs mais ativos, que cantaram incrivelmente todas as músicas do show, deixando a banda impressionada com a receptividade.


       Os Hermanos voltam para o primeiro bis para tocar “Mais uma canção”, uma grande combinação de rock e carnaval, característico do novo CD, apresentando ainda a flauta doce desafinada do animado Rodrigo Amarante. Para fechar o bis tocam “Descoberta”. O público não deixa o local enquanto eles não voltarem. A banda retorna ao palco surpresa com o Canecão cheio, encerrando tudo com “Onze dias” e “Vai Embora”.


       Um repertório longo (25 faixas, sendo todas as 14 do segundo disco e 11 do primeiro), excelente, bem executado e sem nenhum cover, surpreendente para um grupo com apenas dois discos no mercado, mas com um carisma e qualidade que conquista qualquer um rapidamente.

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