Kosheen faz drum n bass intercalado com Trip Hop
Kosheen no palco do Skolbeats
São 9 horas e poucos minutos. O público é grande na frente do palco Outdoor Stage. Este é o único lugar do evento onde as picapes são acionadas ao ar livre. Apesar de conhecerem uma ou duas músicas, as pessoas parecem dispostas a se divertirem. Os espaços estão preenchidos.
Fazer drum´n´bass ao vivo é possível como foi mostrado por Roni Size Reprazent, no Free Jazz do ano passado. Kosheen vai pelo mesmo caminho, também usa bateria e baixo para pôr o bpm lá em cima.
Mas não é só de batidas desesperadas que vive a música eletrônica. Sian Evans e seu grupo alternavam a velocidade d´n´b com batidas melancólicas de trip-hop. Caso o show fosse filtrado pelo osciloscópio, a nuance seria facilmente percebida. Quem vê o que se passa no palco acompanha a dinâmica se estirando no gramado, quando o ritmo cai, ou dá aqueles semipulos típicos da dança d´n´b, quando o som entra em colapso. Essa variação acompanha quase todo show do grupo galês.
Em certos momentos era inevitável comparar a voz de Evans à de Beth Gibbons, do Portishead. A “frontwoman” do Kosheen implorava em trip-hop, “saia do meu caminho, estou correndo”. Dançar também fazia parte da cena. Até de odalisca (clubber?) Evans brinca. Uma das atrações principais do evento, só faltava fazer uso do hit.
Houve uma pequena pausa na apresentação. De repente se escuta um sampler. Não era qualquer sampler: era a marca registrada do hit “Hide U”. O público entende o recado e se desespera em levantar. Neons usados como pulseiras se movimentam rapidamente, labaredas habilmente manejadas surgem para luminar o espetáculo. No horizonte é mais fácil ver os corpos contra a luz se mexendo loucamente. Rumo a um cataclismo sonoro, Kosheen termina seu show por cima.