Invasão indie dos pampas garante diversão em noite paulista
Bidê ou Balde @ Sesc Pompéia – São Paulo (03/04)
A choperia do Sesc Pompéia em São Paulo foi o alvo, na última quinta-feira, de uma invasão vinda dos pampas. A banda gaúcha Bidê ou Balde apareceu pela “terra da garoa” para o lançamento de seu mais novo álbum, “Outubro Ou Nada”. O grupo também preferiu mostrar em primeira mão à audiência do show, o mais recente videoclipe, dirigido por Maurício Eça, a agitadinha e romântica “Bromélias”, uma das faixas-destaque de “Outubro Ou Nada”.
O grupo de São José dos Campos Vermelho 40 abriu a noite com rock semelhante ao da Bidê ou Balde. Um roque pulado, umas merrecas de letra e uma atitude criativa em cima do palco. A vocalista ruiva Débora Moraes, no maior estilo bitch, Courtney Love de ser, além de sua beleza física, tem uma presença de palco vibrante e um carisma que contagiou. O que peca, vez por outra, é a sua voz e as letras que cansam. Mas isso se perde quando ela pula ou quando um riff de guitarra soa mais alto.
O show da Bidê ou Balde começou com “Vamos Sair Para Uma Excursão”, e aquele sempre rock dançado, infantil, bobo, influências visíveis de Blitz, Júpiter Maçã, Strokes e Flaming Lips. O tão sempre simpático e indie, Carlinhos, vocalista, mais mod do que nunca, não parava de pular, entrou com terninho e gravata e saiu quase sem camisa, vestindo uma camiseta totalmente informal, deixando de lado a aparência formal modista inglês dos anos 50, que a banda aderiu desde o seu começo.
As meninas Vivi, vocal, sempre abusando de malucas coreografias e a tecladista Kátia, sempre com um cigarrinho na mão e atitude blasè, mostraram-se estilosas no maior estilo pin-up Twiggy, e o resto do grupão dos sete integrantes, Pilla, Leandro Sá, ambos guitarristas, André no baixo e Pedro na bateria, chiques como num baile de gala no Teatro Municipal. Quando soou a primeira canção do repertório, o público indie-roqueiro se amontoava na choperia, onde estavam presentes até “celebridades” da cena alternativa paulistana, como a escritora tatuada que espera pela cegonha, Clarah Averbuck, o promoter paulistano Márcio Custódio e o mais novo Vj da MTV, agora um quase famoso, Rafa Losso.
Das canções do primeiro álbum da banda, “Se sexo é o que importa, só o rock é sobre amor!”, lançado em 2000, o público conferiu de perto “Lucinda (Eu te amo)”, “K-7″, “Sr. Promotor” e os grandes hits “E por que não?”, “Melissa”, e a engraçadíssima “Buddy Holly”, versão brasileira da música homônima da banda norte-americana Weezer. A banda de Porto Alegre comprou os direitos autorais para executar a canção aportuguesada e segundo fontes seguras, o vocalista do “Buddy Holly” original, Rivers Cuomo, elogiou a versão do Bidê ou Balde. Será pelo fato de ele não entender português?
O repertório do novo álbum, “Outubro Ou Nada” ficou entre “Matelassê”, “Microondas”, “Bromélias” e “Hollywood #52″, “que a gente roubou do B52´s mesmo”, confessa o vocal Carlinhos sobre a canção que faz referência ao quarteto norte-americana, sucesso na década de 80. No meio do show, a banda despontou um cover sem fôlego do duo fraternal do White Stripes, “Fell In Love With a Girl” e finalizou com o single “Vamos Passar Uma Noite de Galera” ao som dos gritinhos da platéia que se empolgou em todo o show.
Farra, folia, “Buddy Holly” aportuguesado, letras enfadonhas, terninhos, gravatinhas e criatividade na performance de palco. Isso resume a apresentação da última quinta-feira Do gauchismo simpático do Bidê ou Balde. Mas mesmo assim, AME O ROCK!
Website oficial: www.bideoubalde.com.br