Eric Clapton no Rio: deus tocando guitarra
No último sábado, dia 13, tive a honra de ver o show do Eric Clapton. E só uma palavra pode defini-lo: magnifíco! Não tinha me sentido tão embabacado num show desde o do Mark Knopfler.
Inicialmente, a reclamação vai para a organização. Isso de que os ingressos para estudante serem vendidos apenas dois dias antes do show foi ridículo. Paguei R$ 50,00 e fiquei a ver navios, fora o preço da cerveja, 3 reais. Pelo menos era Skol, e não aquela “Shishicariol” quente do Rock in Rio.
Frejat mandou bem, entrou antes para fazer um teste de som e mandou ver “O Poeta Está Vivo”. Depois, já em seu show, voltou e mostrou 30 min do seu trabalho. Desde a nova “Amor pra Recomeçar” até Angela Rorô (“Amor meu Grande amor”) e Bezerra da Silva (“Malandragem dá um Tempo”), essa última dedicada ao Planet Hemp.
Eis então que surge o deus, numa roupa branca que tem tudo a ver com sua santidade. Estava programado pra começar com “Key to The Highway”, que ele tocou com o BB King, se não me engano, mas por algum motivo ele não a tocou e começou logo com a sua bossa nova “Reptile”, tocando logo depois “I Got you On My Mind”, também do cd novo. Depois fez todo mundo cantar com “Tears in Heaven” e com “Change the World”.
Eric tocou outros blues ótimos, como “Hoochie Coochie Man” e “My Fathers Eyes”, fazendo a galera se emocionar de novo com “Wonderful Tonight”, noite que realmente estava linda… céu claro e o Redentor abraçando aquelas 35 mil pessoas na Apoteose.
Deus Clapton fez a galera pular assim que tocou os primeiros acordes de “Layla” e de “Cocaine”. É até difícil dizer qual foi a melhor. Quando acabou o show teve o clássico “doce” e a banda voltou pro bis (banda que também estava afinadíssima, seria um desrespeito meu falar do show sem falar da banda. O baixista e o tecladista, por sinal, voltaram pro bis com a camisa da seleção… será que eles sabem da situação da seleção canarinho? Bom, isso não vem ao caso agora).
Tocaram uma versão para “Over the Rainbow” que ficou ótima, nunca imaginaria que alguém conseguisse fazer isso. Claro também que Clapton arrasou com seus solos fantásticos, nem sei o que é que ele tem de “slowhand”, muito pelo contrário. Mostrou tudo o que sabe e sempre soube. É só ver nas bandas antigas dele, o Cream e o Yardbirds.
No final das contas, o show foi ótimo, mas poderia ter entrado duas músicas, que são a “Riding With the King” e “I shot The Sheriff”, afinal, foi essa versão pra música do Bob Marley que alavancou a carreira solo dele… mas beleza, valeu muito a pena!