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Ecletismo marca presença em apresentação de Fernanda Porto

(Fernanda Porto - Sesc Vila Mariana – São Paulo – 13/02) Dando início ao projeto da série “Lançamentos” do Sesc Vila Mariana em São Paulo, um jeitinho brasileiro e um toque eletrônico da musicalidade da cantora multi-instrumentista Fernanda Porto foi o tempero especial para a festa desta semana. Em duas apresentações no Sesc, nos dias 12 (quarta) e 13 (quinta), a cantora paulista brilhou em versões líricas (ela é formada em piano e canto lírico) de suas próprias composições, divulgando seu primeiro álbum pela gravadora Trama, que leva seu nome e chegou às prateleiras no segundo semestre do ano passado. Um álbum ainda novo, mas com grande aceitação do público, muito frenético e amontoado pelo auditório do Sesc.


Dosando MPB, jazz, bossa nova e um drum n bass brasileiro, graças aos djs brazucas que fazem sucesso na Europa e EUA, Patife, Marky e Xerxes de Oliveira, e essa bossa nova, só de lembrarmos do sucesso, “Só tinha de Ser com Você” de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, uma das faixas do álbum.


Presente ao festival de música eletrônica Skol Beats no ano passado em São Paulo, Fernanda é um dos ícones atuais da nova música popular brasileira, com um toque eletrônico, agradando aos mais variados gostos, de diferente e criativo, até seguindo a vertente mais intensa da música eletrônica atual.


Entre a audiência, jovens clubbers e mpbistas, senhores de terno e gravata e senhoras de vestido de gala, que se aglomeravam nas poltronas numeradas do auditório, fizeram com a sua presença o ecletismo do som de Fernanda Porto.


Após entrar ao palco junto com um tambor, Fernanda arriscou “Baque Virado”, em meio aos gritos da platéia, ainda sentada em suas cadeiras. Passou em faixas de seu álbum como “Eletricidade”, “Tanta Besteira”, “Vilarejo Íntimo”, o quieto “O Amor Não Cala”, uma homenagem da cantora paulista da gema à cidade de São Paulo em “Outro Lugar do Mundo” e uma canja de “alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruza a Avenida Ipiranga com a Avenida São João”, a “Sampa” de Caetano Veloso em versão dançante. Sem contar os aplausos infindáveis no jazzístico “Jeito Novo (Not The Same)”, as letras em inglês e português, um momento bem calmo e sereno.


Os três grandes sucessos de Fernanda foram apresentados duas vezes no show, com direito a repeteco no bis: “Só Tinha de Ser Com Você” de Jobim, “Tudo de Bom”, de sua autoria juntamente com a compositora Lina de Albuquerque e “Sambassim”, composto por Fernanda e Alba Carvalho e remixado pelo também paulista Dj Patife. Após se despedir do público, Fernanda confessa: “Vocês vão ter que me ensinar quando entro e saio do palco”, brincou, e terminou desabafando, “Ainda não estou acostumada a fazer shows”.


Em “Sambassim”, as pessoas comportadas em suas cadeiras levantaram-se aos pulos e correram para perto do palco a dançarem o hit, sucesso na MTV, nas rádios e em Londres, que Patife e Marky, residentes do projeto londrino de divulgação do drum n bass que percorre o mundo, o Movement, disparam com grande volume, ovacionado pelos ingleses. O auditório do Sesc Vila Mariana virou uma pista de dança e a cantora paulista, nascida em Serra Negra, no interior de São Paulo e criada na Vila Mariana, estava em casa e sentiu-se à vontade para fazer um show majestoso, bonito e com muita presença de palco.


O que é o drum n bass?
Drum (bateria) + bass (baixo): O drum n bass é um estilo musical com suas raízes em vários estilos musicais. Os mais influentes foram e ainda são o reggae e o hip-hop. A união de bateria e baixo e outros ritmos com batidas aceleradas (entre 175 e 185 bpm) originou o jungle, um antecessor do atual drum n bass e que teve sua origem nos guetos da Inglaterra. O jungle teve seu início por volta de 1990 e chegou ao auge em 1994, com vários repertórios tornando-se conhecidos mundialmente graças ao esforço de djs. Marky e Andy C foram os pioneiros no Brasil.

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