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Crítica: o show do “The Calling” em São Paulo

Antes de começar a falar do show do The Calling em São Paulo promovido pela Rádio 89 devo fazer algumas considerações. Primeiro: a banda está na capa da Revista Capricho deste mês. Segundo: as menininhas histéricas loucas pelo vocalista eram maioria na platéia. Terceiro: nunca tinha visto tanta máquina fotográfica por pessoa em um show como neste. Quarto: a banda tem mais pose de boy band do que de um grupo de rock.


Esses itens definitivamente não resumem um disco nem uma banda, mas como esta trabalha com esses fatores pode nos mostrar muita coisa sobre seu verdadeiro valor. Shows que já tiveram alguns itens acima transcorreram de forma muito boa, apesar da conduta alheia, mas o fato é que o novo grupo de Los Angeles mostrou na noite de quarta feira no Directv Music Hall o que muitos acreditavam: eles estão mais próximos de um Bon Jovi Júnior do que de uma boa banda de pop rock.


Não era à toa a quantidade de máquinas fotográficas e de meninas histéricas na platéia. O vocalista Alex Band fez poses à exaustão, deu muitos tchauzinhos para as garotas e explorou ao máximo seus sussurros, seu cabelo e sua camiseta baby look.


Ao vivo as músicas do único disco da banda, “Camino Palmero”, não funcionam muito bem. O vocal meio forçado de Alex soa piegas e os arranjos perdem muito para as versões de estúdio. As músicas vão passando com uma certa semelhança que se deve principalmente à massa sonora (no mal sentido) que sai dos alto falantes da casa, não dando chance de se distinguir cada instrumento.


Na metade da apresentação o The Calling manda uma cover praticamente infalível. Eles tocam “One” do U2 (que já abrira o show com “With Or Without You” nos alto falantes), mas a performance carregada demais no emocional parece fake e a cartada segue por água abaixo. Quase no final do show eles tocam o maior hit da banda, “Wherever You Will Go”, e levantam o público. Não apenas as fãs de Alex, mas toda a pista – fica difícil ouvir o vocal diante de um coro tão grande. 


Com menos de 50 minutos de show o grupo deixa o palco e volta para o bis pouco depois. Eles tocam “Adrienne”, forte candidata a segundo single no Brasil, que soa bem melhor que a maioria das músicas até então. Parece que a coisa vai melhorar, mas era tarde. Alex tira sua jaqueta, as menininhas gritam ainda mais e o show acaba. No balanço final o The Calling mostrou que não é uma banda a ser levada muito a sério e que funciona melhor em estúdio que ao vivo.

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