Surf Rock: coletânea com 17 bandas brasileiras novas
Surf rock reúne num disco só 17 bandas do cenário underground brazuca. O disco serve como um bom raio-X do que vem sendo feito em termos de rock no Brasil e também pode ser enxergado como uma boa forma de diferenciar de vez o rock dos século XXI dos tão cultuados anos 80 – não dá para diferenciar ainda dos anos 90, uma vez que a influência de grupos como Pixies, Nirvana, Ramones (banda dos anos 70, mas grande referência na década passada) em tudo o que é feito hoje em dia é tão grande que faz certas bandas parecerem iguais demais. O barulho predomina nas 17 músicas do disco e nota-se que alguns grupos dariam canal em grandes gravadoras – como os recém-contratados do Leela, que botam peso de vez em “Ver o que faço”, e o Jimi James, que comparece com a ágil “Na cabeça confusão”. Dos que já passaram perto das gravadoras, o Matanza – que gravou um ilustre e desconhecido disco pela Abril – vem com uma mescla de punk e música tradicional americana na gozada “Ela roubou meu caminhão”, que chegou a tocar no rádio. Já os Autoramas colam em “Breed” do Nirvana na boa “Você sabe”.
Fora isso, não deixa de ser legal ver bandas como Os Pedrêro (impagáveis com “Jenny Paula”, na versão do disco Estilo selvagem rock´n roll) e Mukeka Di Rato (com “Viva a televisão”), Jason (excelente banda de hardcore carioca, comparece com a pesadíssima “Prisioneiro”) e Retrofoguetes (com “Surf-O-Matic”) tendo a chance de poderem ser distribuídas em todas as lojas e quem sabe conhecidas do grande público – o que é um processo mais complicado. Isso sem falar na evolução dos cariocas do Sex Noise, com “Franzino costela 2″ – barulho dos bons, mesclando Pixies e U2, com direito a uma das letras mais legais do disco. E vale a pena prestar atenção no Fuleragem, banda que se destaca no disco com um som diferente, pesado e assobiável em “Estranho mais real”.