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Samba, suingue e simpatia no novo disco de Simoninha

Samba, suingue e simpatia no segundo e novo disco de Wilson Simoninha, Sambaland Club. Reverenciando Jorge Ben Jor, Cassiano e – claro – seu pai, Wilson Simonal, Sambaland Club procura revisitar o samba-soul carioca à sua maneira pop, e com mais personalidade se comparado ao álbum de estréia.


Não é um trabalho lounge, exceto pelo medley de “Ela é Carioca/Samba Carioca”, que conta com a colaboração mais que especial do Jongo Trio; a lista de músicos participantes (paulistas, em sua maioria) denuncia a qualidade das performances e Simoninha mostra que é um excelente produtor. Não diria que é um disco definitivo, poderia ser melhor lapidado (ele precisa amadurecer mais como compositor), mas reafirma que essa rapaziada da Trama não está prá brincadeira.


Depois de receber um convidativo “Seja Bem-Vindo”, com Seu Jorge e Cleverson Carlos (da Camorra), impossível não agradecer e apreciar as dançantes “Mais um Vira-Lata” e “Rei de Maio”, seguidas pelas romântica “Mais um Lamento”. A carioquice de Simonal fica evidente em “Essência” (parceria com Marcelo Yuka), além do já citado pot-pourri; também tem “Barbarella 2001”, uma referência a “Barbarella” de Ben Jor, “Tudo Faz Sentido” (achei meio sem graça), e “Saudade Machuca” (composta por Jairzinho).


Quem nunca escutou Simoninha com atenção se surpreenderá positivamente pela veia gospel/negro spiritual, escancarados em “Quem Sou” e na antológica “Tributo a Martin Luther King” (do Simonal Pai), ambas com timbres de piano rhodes e um coral por trás, num clima tipo igreja do Harlem.


Resumindo: Sambaland Club é um CD agradável, que cairá no gosto dos amantes da MPB: tanto os que preferem a “nova” geração de artistas, como os interessados (e mesmo os saudosos) pelo som da década de 70.

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