Saiba, em primeira mão, como é o novo disco do Pearl Jam
Pois é, o novo CD do Pearl Jam já saiu. Mas você que ainda acredita no grunge não precisa sair correndo pra comprar. Nas melhores casa do ramo ele só vai estar dia 12 de Novembro. Na verdade, o disco vazou na internet e está a apenas alguns cliques de distância. Pode botar pra baixar enquanto continua lendo.
O nome não poderia ser mais apropriado: Riot Act. Quem já ouviu o primeiro single, “I am mine”, pôde perceber que a banda não perdeu a forma desde o Binaural de 2000. Na verdade, anda mais existencial do que nunca: I know I was born and I know that I’ll die/ the in between is mine. O resto do disco segue a proposta de não mexer em time vencedor.
É aquele tal de rock’n’roll, lembra? Mais “maduro”, se me permitem o clichê, mais “raiz”: um pé cravado no folk, outro marcando tempo no blues, e só. Só? Entre baladas depressivas e canções de amor nervosas, a banda extrai o máximo do guitarra-baixo-bateria – quem precisa de mais?
As letras continuam viscerais. A pegada da bateria continua precisa. Apesar de maneirar nas inflexões, Eddie Vedder continua usando e abusando da sua “personalidade vocal” através das quinze faixas do disco. Bem ou mal, a banda continua.
Pearl Jam soa como Pearl Jam do começo ao fim, desde 92, e Riot Act é bom por causa disso. Simplicidade. Um desapontamento pra quem esperava um magnum opus musical. Um alívio pra quem não aguenta mais remixes e flertes com eletrônica.
Faixas
Save You – Som pesadão, um vocal com qualquer coisa do Vitalogy, um riff distorcido saído de Do the Evolution. Pra bater cabeça.
Thumbing my way – E aqui a gente encontra o extremo down do disco, com direito a violão dedilhado e piano “canção de ninar”.
Get Right – Road rock com guitarra thrash diet e solo virtuoso. Pra completar, é uma canção de amor. Uau.
helphelp – Um coro extremamente melancólico implora “tell me lies, tell me lies, tell me”. Musiquinha fantasmagórica – um toque de Radiohead, ou I’m Just Sleeping (dos Beatles).
Bushleaguer – A letra dessa música é recitada em tom de faroeste, enquanto o baixo garante um andamento cauteloso até o refrão.
Arc – Uma espécie de world music apache. Vedder entoa lamentos tribais sobre uma wall of sound. Vale pela estranheza.