Primeiro CD da banda carioca Narjara: “Minne Menaan”
À primeira vista, a impressão – erradíssima e babaquíssima – que tive ao ver o disco do grupo carioca Narjara é a de que era mais uma banda esquisitona. Os caras batizam o disco com um nome estranho (em finlandês), têm uma integrante mulher (hoje em dia, desculpem-me as mulheres, mas ter uma garota na banda é sinônimo de “vamos-fazer-uma-coisa-bem-esquisita”), incluem vinhetas secretas com locuções em várias línguas e ainda fecham o CD com uma vinheta de ruídos intitulada “Intracraniano I”. Pois não é nada disso: o Narjara é apenas rock´n roll, dos bons. Mistura experimentações, inclui instrumentos e harmonias diferentes do normal – o que só tornam o primeiro CD do grupo mais rico – mas são rock´n roll e acabou. Pesado, influenciado por punk, heavy metal, jovem guarda, anos 60, 70, 80 e 90. Vale muito a pena ouvir.
Dispensando ganchos do tipo “ah, a gente mistura isso, isso, isso e aquilo outro”, o Narjara (a banda anteriormente se chamava Narjara Tureta, mas teve que mudar por razões meio óbvias) começa pelo caminho certo: investe em canções ganchudas, com letras jovens e legais – como é o caso de “Tenho medo”, uma das melhores do disco em letra, melodia e arranjo. “Perdida juventude” leva o som da banda para algo próximo do heavy, especialmente na vocalização e no peso do refrão. “Fada nua”, o hit do disco, é uma das faixas mais pop da banda, realmente – embora minha grande aposta seja mesmo a faixa de abertura, “Ingrata”, uma balada pesada cujas guitarras ameaçam algo no estilo da Jovem Guarda e logo ultrapassam isso. O grupo consegue dar um sacode até no ska-rock, em “Não sei o que você quer dizer”. Encomende o seu, sem arrepndimentos, em quik@ccard.com.br.