Novo disco de Zeca Baleiro é bom, mas pouco coeso

Pet Shop Mundo Cão, o quarto disco de carreira do Zeca Baleiro, não é o seu melhor disco, mas também não é o pior. É apenas um disco dentro da média que apresenta algumas novidades até então não presente na obra do compositor. Um disco autoral para quem já é fã do cantor.

O trabalho começa com “Minha Tribo Sou Eu”, um samba de raiz que conta com a participação especial das Gatas (Dinorah, Nara, Zélia e Zenilda). “Eu despedi o meu patrão”, a segunda faixa, é um rock misturado com samba, soul e música eletrônica.

“O Hacker” é uma das canções mais rock do disco. Apresenta uma letra sensacional (Eu tava triste tristinho/ mais sem graça que a top model magrela na passarela”). Excelência que merece ser escutada.

Jr Tostoi, um famoso músico e produtor do Rio, faz presença ilustre na faixa “Mundo dos Negócios”. A programação eletrônica, constante e característica de todo o CD, é mesclada com o reggae na faixa “Guru da Galera”. Não chega a surpreender.

Cheia de participações especiais como o Karnak e Elba Ramalho, “Drumembêis” é a mais eletrônica do disco. O cantor arrisca bem ao fazer, na mesma faixa, uma mistura de programações com o ritmo da embolada.

Convidado de última hora, o mutante Arnaldo Baptista dá as caras na levíssima “Um Filho e Um Cachorro”. O destaque da faixa fica por conta dos arranjos de cordas do regente Eduardo Souto Neto.

O hip-hop e todos os seus beat Box aparecem nas faixas “As Meninas dos Jardins”, “Um Mundo Cão” e “Meu Nome é Nelson Rodrigues”. O eletrônico também é misturado com o samba na faixa “Filho da Veia”.

Por ter sido produzido por quatro pessoas diferentes, “Pet Shop Mundo Cão” é muito diverso na sua sonoridade e arranjos. Mesmo assim, Zeca Baleiro procurou dar mais força ao eletrônico. E o fato dele não ter forçado e ousado muito esse uso, fez com que o disco não cansasse por inteiro. Também vale dar uma conferida no livreto que vêm com o disco.