Em disco solo, Beto Lee mostra que não é igual aos pais
O que esperar do CD de um dos filhos do casal mais rock da música nacional? “Todo mundo igual”, o primeiro CD de Beto Lee, só vem à confirmar que os Lee/Carvalho é uma família verdadeiramente rock and roll.
Beto Lee começou a tocar guitarra com 12 anos. Quando jovem montou uma banda chamada Larika. Tocava covers de grandes grupos de rock nacional e internacional. O projeto durou 5 anos, várias propostas de gravadoras e recusa de todas. Foi então que começou a excursionar com os pais. Participou das turnês Zorra (95), Santa Rita de Sampa (97), Acústico MTV Rita Lee (98) – que tem até uma composição do Beto, “Gosto Azedo”. Do CD “3001″, compôs, em parceria com a mãe Rita Lee, a música mais pesada do disco, “Rebeldades”.
Após “viver sob a saia das pais”, Beto Lee resolveu emergir. Não só cantou e tocou guitarra (o que faz muitíssimo bem), como compôs a maioria das músicas e ainda produziu este disco que marca sua estréia em carreira solo.
A primeira música de trabalho é “Maníaco”, uma “alfinetada” nas manias dos paulistas. Uma boa música com um forte riff de guitarra e bateria seca. Beto, grande apreciador dos grupos dos anos 50/60/70, deixa claro essas influências já na segunda faixa, “Quem Avisa Amigo É”. Maior destaque deve ser dado ao tecladão rock and roll da faixa. “Todo Mundo É Igual”, uma parceria com o Gabriel o Pensador, começa com um diálogo entre os dois. Nessa faixa o estilo que aparece é a black music. Uma pena é que a voz de Beto soou meio à Rogério Flausino (Jota Quest).
No disco há duas baladas: “O Que Você Tem” e “Alcatraz”. Mas o bom do trabalho é o fato de fincar suas bases no rock básico, de voz rouca (?!) e distorção suja. Até a regravação para o clássico brega “Fuscão Preto” funcionou bem. Destaque também deve ser dado para a faixa “Ceia de Natal”, cuja forte letra contrasta com alguns temas de amor bobos cantados por Beto no CD. Eis um trecho da letra: “Não faz cu-doce, baby/ não me diga que tá mal/ com ressaca, de pileque/ ou cólica menstrual/ (…)/ como tá duro o meu pau/ ta furando a minha calça / (…)/ Para tudo e se prepara/ prum memorável oral/ numa tarde de trepadas, baby”.
“Beto Lee – Todo mundo é Igual” vem a mostrar que, atualmente, ele não é igual aos pais, de jeito nenhum. Está bem melhor.