Desconhecida veterana lança álbum irregular
Resenha concluída, meu mouse percorria o “fraquinho” na lista de cotações a mim impostas no sistema de publicação do “Central da Música”. Relutava-me em pousa-lo sobre o “horrível”. Sabia eu que este era seu destino. O dicionário me era cruel: “que causa terror; assustador; apavorante; medonho; que produz resultados funestos”. Cliquei. Puro desencargo de consciência. Pobre Lulu, é bem verdade.
Veterana, por mais desconhecida que pareça, é. Lulu surgiu pela primeira vez na calçada da fama em 1964 com sua regravação do clássico dos Isley Brothers, “Shout” – relançada sem muito sucesso nos primórdios dos anos noventa. Então conquistou alguma estabilidade, produzindo hits como “Im A Tiger”, “The Boat That I Row” e “Boom Bang-A-Bang”.
Modernidade rítmica e infantilidade vocal em “Shame Shame Shame”. Morbidez lamentável em “Teardrop”. Irrevogável bom gosto em “Inside Thing (Let Em In)”. Irregular assim é Together, um álbum de duetos e o mais recente lançamento de Lulu, que acumula colaborações das mais diversas, como de Paul MacCartney e Westlife.
A sucessão de baladas repletas por clichês hoje condenados é contraste perante composições louváveis como a dos aclamados Carole Bayer Sager e David Foster em “The Prayer”, que destaca a magnificente performance vocal de Russell Watson. Minutos após, em “Phunk Phoolin (Millionaires Radio Edit)”, Lulu sonha ser a próxima submetida ao tratamento de choque que tirou Elvis da cova durante os últimos meses, tão similar é esta melodia com a de “A Little Less Conversation”. Deixa a Nike ouvir.
Por fim, resta a reedição de “Relight My Fire”, o único sucesso do álbum, que atingiu a primeira posição inglesa em outubro de 1993 e conta com a participação da extinta boyband Take That. Lembra “Back For Good”? Só quem gosta compreende.