Crítica: O punk-fresco do Sum 41
De uns tempos pra cá eu tomei certa antipatia do Canadá, país que além de presentear o mundo com a intragável Celine Dion inventou uma pendenga comercial com o Brasil. Agora, então, depois que fui apresentado melhor aos canadenses do Sum 41 – antes só conhecia um clipe da banda – minha relação com o gelado e rico país está ainda mais desgastada.
O Sum 41 milita em um gênero musical naturalmente fraquinho, o punk-pop. O pior é que a banda consegue soar anos-luz abaixo de seus congêneres Green Day e Offspring. Nem a mixagem do peso pesado Andy Wallace, que tem no currículo trabalhos com Sepultura e Rage Against The Machine, consegue salvar “Does This Look Infected”, terceiro disco da banda.
O trabalho mistura guitarras rápidas, vocais ganchudos e umas passagens hip-hop. Tudo limado e esmerilhado para soar bem pop, com gosto de sanduíche do McDonalds. É som feito sob medida para conquistar a garotada sub-17 ou a turma mais velha, que posa de roqueira mas não sua a camisa no mosh.
Mas nem tudo são espinhos em “Does This Look Infected”. Com muita boa vontade, consegui encontrar umas virtudes no álbum. A principal delas é o seu tempo de duração, apenas meia hora dividida em 12 faixas. As outras qualidades, bem, se resumem a duas faixas, “My Direction” e “All Messed Up”, nas quais o Sum 41 soa bastante parecido com Green Day. O resto, é melhor manter distância.
Eu não poderia fechar este texto sem comentar a estética “filme de terror” da capa do disco, numa clara referência ao Misfits, uma das melhores bandas de punk-rock de todos os tempos. Tremenda heresia.