Crítica: disco de estréia de Babi supera as expectativas
A primeira providência ao ser tomada antes do primeiro contato com o disco de lançamento da apresentadora Babi é despir-se do preconceito. A segunda é não levar a faixa número um tão a sério assim. A intenção desta é provavelmente convencer o ouvinte de que Babi se esmerou em produzir algo que não fosse apelativo sob nenhum aspecto. Apesar da letra pecar pela banalidade, pelo apelo “ correto de cartilha“ e o arranjo não trazer a inovação esperada, o ouvinte que se propuser a ir até o fim da canção terá uma boa surpresa ao chegar a “Só o que preciso ter“, segunda e indiscutivelmente a melhor faixa do disco. O estilo é MPB moderno, a letra romântica sem excesso de chavões e juntamente com “O que será“, clássico de Chico Buarque cuja execução tem a participação do próprio, constitui o melhor momento vocal da cantora, que está perceptivelmente trabalhando para se aperfeiçoar cada vez mais.
“. Combr“, faixa três foi uma boa tentativa e só isso. A letra é fraca ,os arranjos que misturam Mpb e eletrônica, nova febre nacional com um leve fundo de samba ,acabou ficando chatíssima, em nada devido à performance de Babi, que se saiu razoavelmente em meio aquela estranho “contexto“.
A anteriormente mencionada “ O que será`´ é uma versão excelente e “È tudo o que eu tenho pra dizer“, faixa seguinte, a melhor letra do CD.
A seqüência seguinte é de uma faixa tecnicamente exagerada pelo romantismo, três dançantes das quais o ponto alto é “Chamar pra dançar“ e é encerrado com “Só pra ser“, bem comum. Há ainda o bônus track de “Imunização Racional“ versão dance, que poderia ter ficado de fora sem a menor culpa embora seja muito superior que a versão original.
Em linhas gerais “Do jeito que eu quero“ não traz inovações, mas cumpre bem a proposta, que ao que parece é de mostrar que Babi tem interesse em consolidar uma carreira como boa cantora de MpB.
Ainda está longe de “monstros“ como Marisa Monte, Ana Carolina ou Fernanda Porto, mas verifica-se empenho na busca pelo progresso e para uma desvinculação de sua imagem de modelo ou apresentadora de programas como “Ilha da Sedução“. O Cd como um todo é, em termos qualitativos, muito superior a tudo isso e de cara, desbanca vocais femininos consagrados, como Érica Martins (Penélope), Fernanda Takai (Patu Fu) e as “incomentáveis“Kelly Key e Grupo Rouge.