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Coletânea reúne parte da (boa) produção do Stereo Total

Depois de dez anos, quatro álbuns e várias formações, o Stereo Total chega ao Brasil em sua configuração enxuta, composta pela francesa Françoise Cactus e pelo alemão Brezel Göring (que deve ser meu parente distante).

A coletânea Party Anticonformista foi especialmente preparada pela gravadora paulista Bizarre para registrar a vinda do duo aos trópicos, e reúne boa parte de sua produção musical, além da versão brasileira Amor a 3.

Posudo, o grupo investe experimentações com sonoridades lo-fi, cheias de teclados de camelô (Exact Neutral), baterias sujas (Wir Tanzen Im 4-eck) e programações rítmicas toscas (L’amour à 3). Daí resulta um electro mal-resolvido, que soa ora como trilha sonora de videogame, ora como as velhas canções francesas.

Desse jeito esquisito, a dupla passeia por vários estilos. Do hip-hop abstrato (Du und Dein Automobil) ela vai ao rockabily (Für Immer 16), passa pelo vaudevile (L’Appareil a Sous) e, como não podia faltar num álbum indie, arremata com um sambinha (Moustique).

Claro que de toda a baboseira home-made saem algumas pérolas. Dilidam, com seu clima chuvoso, é algo realmente lírico. E Heaven’s in the Back Seat of my Cadillac soa convidativa, cantada num inglês cheio de delicioso sotaque.

A real surpresa fica por conta das letras, nos mais variados idiomas – um possível efeito colateral das colaborações internacionais que o grupo já teve. Pra gente que não entende, o tatibitati tem um quê de curso de línguas: repetitivo, infantilóide e nonsense. Tão blasé que parece autista.

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