Sana Inside » 'CD da banda Backyard Babies une metal, grunge e farofa'

CD da banda Backyard Babies une metal, grunge e farofa

O Backyard Babies veio de uma das pátrias musicais mais interessantes ultimamente, a Suécia. O som dos caras, aparentemente, não traz nada de novo – se você só escutou o hit “The clash”, que passa na MTV, e ainda viu que o canal musical resolveu zombar da banda, colocando-a até numa vinheta intitulada “Posers: a evolução da espécie”, pode até ficar meio bolado.


Assim como ocorre com bandas como Strokes e White Stripes, o que interessa não é a inovação em si, mas a colagem de referências. Os Backyard Babies juntam tudo o que havia de bom e de pesado no pré-metal farofa (Slade, Nazareth, Grand Funk, Twisted Sister, etc) e misturam com as inevitáveis influências de Nirvana, Soundgarden e até de bandas como Guns N Roses e Bon Jovi. A banda acaba até mesmo inovando por expor tudo aquilo que já havia nas entranhas de discos como Nevermind, Badmotorfinger e Ten, provando que realmente há uma conexão entre grunge, roquenrol setentista e metal de FM. O clima hooligan de faixas como “I love to roll” (essa lembra logo “I wanna rock”, do Twisted, pelo menos pelo clima levanta-platéias) e “The kids are right” não deixa mentir que o desejo da banda é tocar no rádio, vender discos e comer mulheres. O vocal lembra uma espécie de Alice Cooper mais afinado e menos negróide e as músicas costuram refrão atrás de refrão. As letras também são bem mais punks do que as de qualquer banda farofenta, como se vê em “Payback” (que faz uns comentariozinhos sobre o mercado fonográfico e ainda tem uma referência-crítica-ironia a “Patience”, do Guns).


Making enemies… está longe de ser um disco morno, que cai na mesmice: para quem curte rock e sente falta de uma coisa mais marginalesca, ainda que só na fachada, é uma boa pedida. Sons mais elaborados e psicodélicos aparecem em faixas como “Ex-files” (um R&B correto, com bons riffs e solos de guitarra). “Heaven 2.9″ é o lado mais chuckberryano da banda (chega a lembrar de leve “Rock n roll music”), com direito a referências muitíssimo bem sacadas nas letras (“A Frisco fag in the disco scene/a New York Doll/and the Berlin boys”). Apesar das influências do grunge (claras em “My demonic side”) o lance da banda é bem mais metálico, como se pode notar no peso grudento de “Colours” e “Bigger with a trigger”. Nessa de variações, rola até um clima dançante em “P.O.P” e uma baladinha meio R.E.M.-metal (“Painkiller”).


Ah, sim: os títulos das músicas também são referências-homenagens-chupações de um monte de bandas conhecidas – só que a fellatio musical praticada pela banda dá até mais vontade de ouvir o disco. E não deixe de prestar atenção na aerosmithiana-punk-de-butique “Too tough to make some friends”, que aprofunda o título do disco. Poserismo por poserismo, a diversão é garantida.

© 2008 Powered by WordPress