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Cassius pincela música dos anos 70 e 80

O duo francês Cassius desapareceu após o fascinante debute 1999, lançado no ano que dá nome ao disco. Após três invernos, Au Rêve (EMI Music, 2002, R$29,00) põe os franceses novamente no cardápio da boa música.


A distância entre os dois discos além de temporal é musical. Quase não se nota a sonoridade minimalista comum ao primeiro álbum. On relembra a antiga fase ao passo que se espalha na renovada mania eletro.


No contexto dos anos 80, outras faixas confundem rótulos para o bem da evolução musical. Nothing traz a sonoridade entorpecida do grupo Pink Floyd. Um coro feminino sussurrado patina sobre solos de guitarra compridos e, errr, lânguidos. Telephone Love parece ser uma bela homenagem a Kraftwerk. Barroco é apreensiva em seu começo eletro-código Morse. Hi Water é estelar e cristalina: de longe, a melhor opção em Au Revê.


As faixas mais dançantes remetem ao funk e ao house. Deixa-se de lado a new wave para que resquícios dos anos 70 dêem as caras. I´m a Womam tem a voz de Jocelyn Bronw, que, se não fosse o desgaste, conviria chamá-la de diva.


Como um bom lançamento da eletrônica francesa, Au Rêve mapeia o que há de contemporâneo na música. E, como prova da sutileza comum ao Cassius, quase todas as faixas terminam em fade out, a pinceladas.

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