Barulho dos bons no CDemo do Influenza Domestica
Qual é a do projeto-de-um-homem-só Influenza Doméstica? Vamos deixar o Christian Castro, guitarrista e criador do lance, falar: “Todos os instrumentos são tocados, mixados e produzidos por 1 só pessoa, exceto a bateria por se tratar de loops. Podemos classificar o som como cold rock. No meio de uma música pesada pode-se ouvir algumas passagens de jazz, cítaras, trompetes, teclados épicos”. Vamos combinar o seguinte: Não alimente os americanos é barulho rockeiro dos bons. É porradaria de guitarra com climas psicodélicos plugados a bandas como FNM, Queens of The Stone Age e Clutch. O instrumental “Concertos para a juventude” dá uma boa mostra disso, com suas fitas gravadas ao contrário, seus instrumentos desencontrados e várias partes, como se fosse um progressivo dos infernos. Pena que o CD só traga seis músicas – é experimentalismo dos bons, do começo ao fim, toscamente gravado e com cara de demo de banda grande.
“Normal”, única música cantada do disco, é um dos poucos momentos mais pop do CD – pop porrada, claro, lembrando Helmet. A faixa título do disco ameaça um jazz na abertura e depois cruza um monte de influências rockeiras oitentistas – entre elas o baixo do Joy Division em músicas como “Transmission”. “O que aconteceu com todas as coisas engraçadas que haviam no mundo?” faz uma colagem sonora unindo eletro-rock, metal, soul policial e jazz. Fechando, uma versão meio Devo, meio RDP de “Day tripper”, dos Beatles (intitulada “Surf tripper”), com ótimas guitarras. Resumindo: um disco que instiga a curiosidade de qualquer fâ de rock, especialmente quem curte as coisas mais malucas dos anos 80 e 90. Conheça no site www.dbkooler.k8.com.br/influenza.