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2º CD do Noitibó traz punk experimental e faixa multimídia

No primeiro EP, A mulher do tempo, a banda niteroiense Noitibó se mostrava como um dos nomes do Rio mais influenciados pelo rock undeground paulista dos anos 80. Agora a influência do Fellini está estampada até mesmo na brincadeira do nome do disco – o Fellini (nome de um cineasta, por sinal) deu a seu primeiro LP, de 1985, o nome O Adeus de Fellini. Até no release a banda assume que, mesmo com as origens punks, interessa ao Noitibó experimentar, mudar, fazer fusões, cada vez mais contantes no som da banda.


O segundo EP do grupo é bem melhor e mais produzido que o primeiro, especialmente na parte gráfica – concebido quase 100% em casa, o disco tem até uma faixa multimídia (bem elaborada, por sinal). Oscilando entre o punk e o experimentalismo, o som do grupo passa a abarcar outras influêncas, como o Pato Fu (na paródia/comentário “A coprofagia da arte”, que tem um baixo wah-wah estiloso, lembrando o som da Factory) e até umas progressivices (na instrumental “Ternária”). Também rola um jazz-punk muito interessante em “Deja Vú”. Pelo som do disco, dá para sacar que o Noitibó deve ter evoluído muito ao vivo. A banda está com um som bem mais suingado do que no primeiro disco e volta e meia aparecem até uns sambinhas meio punks (como em “Hocus pocus” e “Tabernáculo da vaquinha”, regravação do primeiro EP).


Nas letras, a banda evoluiu bastante, como dá para notar no comentário político (inteligente e eficiente, por sinal), de “Hocus pocus”. Além disso, é provável que o Noitibó, uma banda muito ativa na internet, seja a primeira banda do Brasil – quem sabe do mundo – a fazer um verso falando sobre spams (“uma mensagem/do nosso futuro/apenas um spam/com carência de assunto”). Muito bom. Conheça o grupo em www.noitibo.com.

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