Sana Inside » 'Pai da Criança: Os melhores de 2001'

Pai da Criança: Os melhores de 2001

Saudações surfistas das ondas da internet! Quem escreve daqui é o feioso da foto ao lado. Para quem não me conhece, muito prazer: meu nome é Diego Sana, 19. Queria achar uma forma mais humilde de dizer isso, mas posso me apresentar como o “webtudo” (webmaster, webdesigner, webdeveloper, webwritter… sacou?) do Central da Música e do Central da Música Capixaba. Estou prestes a ingressar na universidade e no momento sou especialista em porra nenhuma. Arrisco-me a produzir textos para esses sites, que criei e mantenho praticamente sozinho, com muito amor (sim, soou piegas), ainda sem dinheiro no bolso, só com saúde prá dar e vender. Uns dizem que sou bom e levo jeito prá jornalismo. Outros já disseram que sou um “jornalistazinho de merda”. Mas isso não importa, já que o que quero fazer mesmo é Ciência da Computação. De qualquer forma, fique de olho nas matérias que escrevo e nesta coluna para poder se decidir entre as duas opções. Falando em coluna, gostaria de dizer que resolvi escrever essa para ver se animo mais alguém a escrever sobre música capixaba aqui para o site e para tratar, de uma forma mais descompromissada e parcial, de alguns temas que não poderiam ser desenvolvidos em matérias, já que estas exigem a tal imparcialidade. Não vou impor uma periodicidade fixa a essa coluna, como faço com as várias colunas escritas no Central da Música por colaboradores de todo o Brasil. Essa, aliás, é uma das vantagens de ser o pai da criança (sacou o porquê do nome da coluna?). Mas prometo me esforçar prá colocar uma edição nova no ar de duas em duas semanas, no máximo, até porque creio que essa vai ser uma experiência muito bacana. Estamos combinados?

Os melhores discos capixabas de 2001
As revistas Rolling Stone, Spin e New Music Express podem, a academia do Grammy pode, e até mesmo os leitores do Fanzine (A Gazeta) podem. Então, porque eu não posso? Hã, do que esse maluco está falando? Estou falando das famosas listas de melhores do ano, tradicionais em todos os setores da arte sempre que um ano chega ao fim. Já que é moda, vou eu também fazer a minha lista dos melhores discos de bandas capixabas lançados em 2001. A algum possível cabeça de bagre que não entender a proposta, lembro que essa é uma lista pessoal, expressando as minhas preferências, ok? Então, vamos a ela… quem sabe algum dos eleitos se sinta lisonjeado :o)


1º – “Afasia”, Dead Fish: mesmo em 2001, ano em que bandas capixabas atingiram em cheio o grande público aqui no estado, o melhor disco foi de uma banda do underground, que toca direto naquele (importante!) caco chamado “Casa de Cultura”. Sem a mesma carga ideológica dos dois primeiros disco do Dead Fish, “Afasia”, lançado em maio, é daqueles CDs que não tem música ruim. Soaria bairrista se não houvesse muita gente boa em todo o país que concorda comigo: o DF é a melhor banda de hardcore melódico do Brasil, ainda mais após este disco;

2º – “No tambor, na casaca, na guitarra”, Casaca: pô, essa escolha vem praticamente por osmose. Mesmo quem não curte música pop não pode negar que Renato Casanova, Jura & Cia são bons no que fazem. Esse disco de estréia, também lançado em maio, é a primeira prova disso. A Sony Music e os incontáveis fãs da banda não me deixam mentir;

3º – “Todo mundo está feliz aqui na Terra”, Lordose: quase chorei (sério!) ao ouvir a faixa título pela primeira vez. Simplesmente linda: perfeitas a composição e o arranjo que a banda fez para ela. Mas esse 2º disco não vive só da letra de Sérgio Sampaio. O clima de alegria e as letras do maluco beleza Adolfo Oleari são os destaques. Além da faixa-título, gosto muito de “Flautim & Tuba” e “Quase um poema”;

4º – “1000 m/s”, Java Roots – Essa é a única banda de reggae daqui do estado que eu realmente curto, talvez porque, nesse segundo disco, o Java deixou de ser roots. Misturando vários estilos ao reggae, a banda, neste CD, foi muito além das limitações que o ritmo jamaicano, em seu estado bruto, impõe. “1000 m/s” e “O caranguejo e a paneleira”, prá mim, são as melhores músicas do CD;

5º – “Demo Pró-6″, Lucy – Esse EP da Lucy nem é, de fato, um disco. Ainda assim, pela qualidade das músicas e até mesmo do encarte do EP, merece um lugar nesta listinha pessoal: das seis faixas que o compõe, quatro são imperdíveis. Prestem atenção nesse banda, galera!


Mais listas
Eita! Gostei desse negócio de listar os melhores do ano. Então, aproveitando o embalo e a empolgação, vai aí mais umas preferências do rapaz aqui, em relação à produção musical capixaba em 2001:


+ As 10 Melhores Músicas (em ordem crescente): “Barra” (Casaca); “Todo Mundo Está Feliz Aqui na Terra” (Lordose); “Afasia” (Dead Fish); “O Caranguejo e a paneleira” (Java Roots); “Uma força maior” (Bacana e o Universo Reciclado); “Vá em Paz” (Pé do Lixo); “Sabrina” (Casaca); “Contato” (Nave); “Prá consertar o rádio” (Crivo) e “Tango” (Dead Fish).


+ As Revelações: Além do Casaca, acho que foram os grupos “Bacana e o Universo Reciclado” e “Nave”. Bacana, ex-Pé do Lixo, não é novato na cena, mas essa sua nova banda é, de fato, muito bacana. Já a Nave agrada por tocar um rock que nunca havia presenciado por essas bandas;


+ Melhores vocalistas: nessa “categoria”, levo em consideração, principalmente, a performance de palco. Entre as mulheres, Manuela Bergamin, da Lucy, é de longe a melhor. Já entre os marmanjos, fico numa dúvida cruel: Reginaldo (Pé do Lixo) ou Rodrigo (Dead Fish)? Hmmmm… acho que os dois!


+ Os 5 melhores shows: os escolhidos nessa categoria merecem comentários extras. Não preciso nem dizer que estão na lista apenas shows que o colunista presenciou. Provavelmente houve melhores:
1º – Dead Fish, no Festival Rock por Essas Bandas: vão achar que sou fanático pela banda (mais ou menos!) ou que estou querendo puxar saco dos caras (nunca!). O fato é que esse foi “O” show e pronto!
2º – Java Roots, lançando seu CD no Teatro Glória: um repertório muito bem selecionado, ótimo ambiente e participações especiais deram o tchan (perdoem pelo trocadilho!) a mais desse show.
3º – Casaca, no Álvares Cabral: acho que para esse cabem as mesmas considerações feitas a respeito do show do Java Roots. Com um diferencial: no Álvares eram cinco mil pessoas!
4º – Banda Groove Samba (Zémaria + bateria da escola de samba Unidos de Jucutuquara), na tenda eletrônica do Dia D: esse show foi comentadíssimo, não sem merecer. Perdi muitos shows no Dia D para acompanhar esse, do início ao fim. Acabei entrando na catarse coletiva que aconteceu no local.
5º – Pé do Lixo, no festival Ilha em Movimento 2001: A performance de palco do Pé do Lixo, principalmente do Reginaldo, é mágica. Nesse show, em especial, parece que os caras estavam com a macaca.


Escreva agora… ou cale-se para sempre!
Você discorda das listas de melhores de 2001 na música capixaba feitas pelo colunista? Se sim, não se faça de rogado: mande um email prá cá (redacao@centraldamusica.com.br) com a sua lista dos melhores discos, músicas e shows da cena capixaba no ano passado.


++++++++++++++++++


Curtas e nem tão curtas
+
Peixes mortos em Camburi: o título seria até apropriado para uma matéria sobre um desastre ecológico, mas não, não estou falando disso. Estive ontem, de roupa preta e tudo, na arena de Camburi, para conferir o show do Dead Fish. Não gostei muito, talvez porque fiquei mal acostumado depois daquele show no Rock por Essas Bandas. O vocalista Rodrigo Lima, como de costume, fez das suas: zoou a galera antes do show, dizendo que a banda ia mandar uns covers de Tim Maia e Falamansa (do primeiro realmente rolou um trechinho); satirizou os políticos capixabas (“quem tem Gratz não precisa de George Bush”); e até imitou Michael Jackson (sim!), quando a banda tocou, no meio de uma das músicas, uns acordes de um megahit do tal “Rei do Pop”. Tudo, no mínimo, hilário. Mas bacana mesmo (e muito engraçado também!) é ficar observando a performance do cara: ele se esgoela, quase se rasga no palco, totalmente hardcore. Mesmo quem não gosta do gênero devia ir lá prá ver;


+ Lordose pede perdão ao Casaca: depois do DF, ainda ontem, se apresentou o Lordose. Pensei em ir embora, uma vez que já vi esse novo show da banda duas vezes, em menos de um mês. Fiquei, e não me arrependi. Já estava acostumado a ouvir os caras tocando covers de “Frevo mulher” e “Eu não nasci prá ser pobre”, mas os que eles mandaram ontem, eu não tinha visto: Zen Renato cantou competentemente “Eu quero ver o oco” (clássico de quebrar tudo dos Raimundos) e Serjão puxou uma versão roqueira de (segura o queixo!) “Garças de Jacarenema” (Casaca), não sem antes pedir perdão à banda por estar estragando a música. Que nada, ficou bacana! Detalhe: muitos roqueiros que estavam lá e não se simpatizam com a banda da Barra do Jucú (“que é muito pop”) torceram o nariz;


+ Brothers cariocas quebram tudo no ES: Marco Canônico e Rafael Fortes, dois colunistas do Central da Música que moram no Rio, passaram os derradeiros dias de 2001 rodando pelo litoral capixaba. Entre os dias 28 e 30/12 os caras estiveram na Grande Vitória, onde garantem ter “quebrado tudo” nas boates da ilha. Já de volta ao Rio, na semana passada, Marco (que saca muito de todos os estilos musicais) me contou que levou para casa os CDs do Casaca, Dia D Ao Vivo e Merda. O cara prometeu mandar suas considerações sobre os dois últimos, mas adiantou que achou muito interessante o Casaca (“vai da Nação Zumbi ao Skank, passando pelo Cidade Negra”) e prometeu escrever sobre o grupo em sua coluna, que é a mais requisitada do Central da Música.


+ Mais um pai para o Pai da Criança: um pouquinho de folclore. Estávamos eu e Alexandre Mignoni (representante da Sony Music aqui no estado) tomando uma gelada e beliscando um churrasquinho na festa de confraternização que rolou um dia antes do festival Ilha em Movimento quando senta à mesa, para falar com o cara, uma locutora da Rádio Cidade, Simone. De cara, ela perguntou ao Alexandre se eu era filho dele. Eu neguei, ele disse que sim. A moça, acho, acreditou nele. Por que estou escrevendo isso? Ah, sei lá… achei engraçado. Vai ver o cara pensou como o Professor Raimundo: “eu queria ter um filho assim”, hahaha.


++++++++++++++++++


Acabou o sofrimento
Pronto, pode respirar aliviado. A edição inaugural da coluna vai ficando por aqui. Elogios e xingamentos podem ser despachados para o email diegoms@escelsanet.com.br. Até a próxima!

© 2008 Powered by WordPress