Música capixaba na virada do ano
As comemorações da virada de 2002 para 2003 foram animadas. Talvez pelo fato de 2002 ter sido economicamente ruim, o desejo de celebrar as esperanças de mudanças positivas tenha sido grande. A atmosfera de esperança, trazida pelo novo, seja ele ano, governo, tempo ou momento musical, ficou evidente nas apresentações das bandas capixabas.
O cenário musical capixaba teve em 2002 um grande ano, marcado por contratações (Manimal, pela Indie Records e Macucos pela Sony Music), descobertas (Carpe Diem, revelação do festival Rock por Essas Bandas), e constatações “nem tão positivas assim”, já que alguns eventos voltados para a música local não alcançaram o resultado esperado.
No que diz respeito às festas de fim-de-ano, os músicos locais mostraram sob todos os aspectos porque esse é o nosso momento. Na Praia de Itapuã, a banda Java Roots abriu em grande estilo o “tributo ao recomeço”. Animadíssima, a banda, acompanhada da convidada Daniela Moraes, apresentou em um show de aproximadamente 40 minutos, seus hits e covers (inclusive da conterrânea Macucos).
O diferencial da apresentação dos reagueiros é a versatilidade. Diferentemente das demais bandas, que se confinam no estilo base, o som do Java é versátil e agrada mesmo a quem não gosta de reagae. Ainda pelo palco de Itapoã passou a banda Os Lopas, cuja principal característica é a mistura de tambores de congo e maracatu. Os Lopas tem trabalhado com composições próprias e covers bem sucedidos, como Samurai, de Djavan.
A boa da noite de 31 de dezembro foi o BarrAcústico, mais recente empreendimento do empresário Kaedy Azevedo. Na noite de reveillon, a casa contou com uma Jam Session conduzida por Renato Casanova (Casaca), Alexandre e Amaro Lima (Manimal). Juntamente com convidados, as três estrelas da música local executaram um repertório variado, voltado inclusive para estilos diferentes dos usualmente trabalhados por suas respectivas bandas.
Teve Legião Urbana, Capital Inicial, Tim Maia, Barão Vermelho entre outras “feras do rock”, e também teve Casanova tocando triângulo, saudação às crianças com direito a Samile (filha do cantor cujo nome inspirou a famosa música) no palco, participação “improvisada” de Anderson Bacana e etc…
Os 250 pagantes e aproximadamente 50 convidados desfrutam de um clima de festa, totalmente “Barra do Jucu”. Enquanto na bela Praia do Barrão a banda Restinga se apresentava, após a meia noite, assumiu o som do Barracústico o trio “de botar pra quebrar”. Por volta das 3:30 da manhã, assumiu o palco, Marcelo Ribeiro e Banda B. Voltando da apresentação na Praia da Camburi, o repertório foi também animado, porém nada comparado à trindade que subiu logo nos primeiros momentos do ano que se inicia.
A programação da praia de Camburi deixou a desejar. Lotada e sem policiamento, contou com show de Marcelo Ribeiro e Banda B e bandas de pagode.
As boites de Guarapari organizaram festas tradicionais e badaladas. A boite Luazul contou com a performance da banda Urbanus, o Multiplace mais com Djs animando a pista e o Forte Enseada com o Java Roots.
Em termos musicais, o ano de 2003 iniciou-se cheio de energia positiva, e com a promessa de que dias ainda melhores virão.
O que vem por aí:
Manimal: Após assinar com a Indie Records, a banda aguarda o lançamento nacional de Espírito Congo, seu último álbum e sucesso absoluto de público e crítica. Segundo Amaro Lima, é um recomeço e com um disco que já deu certo. Recomeço porque é uma nova etapa da banda, que ao longo de 7 anos amadureceu muito.
Java Roots: Lançam seu Cd Acústico em fevereiro e iniciam o ano com as expectativas de shows em outros estados. A banda, que mudou de guitarrista e vem se apresentando com a participação da multi-instrumentista Daniela Moraes ao violão, está em um momento de consolidação de popularidade, conferida pela aumento escalar de público, apesar do horário da apresentação de ano novo.
Casaca: Deve excursionar pelo país durante o verão. Participações em programas globais estão agendadas. A respeito dos rumores a respeito do desgaste da imagem da banda no Estado, o vocalista Renato Casanova que, como haverá um período no qual a banda se dedicará quase que exclusivamente a shows fora do território do Espírito Santo, isso não mais ocorrerá.
O que eles dizem para o público:
“Aguarde e confie”, Chocolate do Java Roots plagiando Didi Mocó
“Muito obrigada pelo carinho dispensado a nós. E que o 2003 de vocês seja melhor que o 2002”, Amaro Lima (Manimal)
“Desejamos que tudo de bom que nosso público fez por nós volte para eles em dobro… que tudo o que eles desejam venham para suas vidas, e rápido. Um abraço grande a todos”, Renato Casanova (Casaca)