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Femenina : exemplo viável de arte e atitude

Hoje, segundo sábado de março de 2003 a cidade de Vitória presenciou um belo espetáculo de solidariedade. A terceira edição do Femenina, evento artístico beneficente em homenagem ao dia internacional da mulher, uniu arte e solidariedade.


Aliando público alternativo a uma causa nobre, o evento levou às instalações da FAFI, no centro de Vitória, mais de 200 pessoas, raridade para um evento localizado no centro numa noite de sábado.
 
Poesia, stands com objetos manufaturados, camisetas a venda e algumas poucas pinturas registravam a arte feminina capixaba. Porém, o que fez as pessoas deixarem suas casas para prestigiarem essa mega atitude de amor ao próximo foi com certeza a música.


A cantora Nani Rodrigues subiu ao palco abriu por volta das 20:00 horas, abrindo a exposição de Pop Rock feminino. A apresentação de Nani, que enfatizou seu lado cantora muito mais que a já conhecida habilidade ao teclado, serviu para começar a “esquentar” o público. Logo após subiu Daniela Moraes com uma banda composta por componentes de boas bandas capixaba. No palco, além da própria Daniela (Quarto Crescente, ex Java Roots, ex Universo Reciclado, ex Flashback Dance, entre outras), Ricardo Caixalote (Símios), Amaro Lima (Manimal), Tarcisio Louzada (Ex Nave, Crivo e atual Dallas Company) e Bento Abreu (Carpe Diem), tocaram quatro músicas, sendo a última o hino “Smells Like Teen Spirit” (Nirvana), na companhia da irreverente Simone Itaboraí. Embora o “pocket” tenha passado longe das grandes apresentações de cantora, foi sem a menor dúvida o melhor show da noite.


A seguir a novidade Motel Bates manteve a linhagem pop roqueira do evento. Uma banda convencional, com execuções instrumentais medianas, elogiada por alguns e criticada por outros.


Após o Bates a vez foi da “figurinha tarimbada” Crivo. Em relação às gravações anteriores, a banda progrediu e, “paetês e corações de papel” à parte, deu um show de animação. Quando se fala de Crivo, pode-se fazer muitas ressalvas, porém nunca em relação a performance da vocalista Tatiana, que é animadíssima. Foram três músicas e um cover que deverão entrar no novo CD, fiéis ao estilo pop da banda. Depois foi a vez do “Terrorturbo”, um rock diferente cujo destaque são as performances instrumentais.


Analisando o Femenina como um todo, o ponto alto foi à proposta: um ingresso a custo irrisório e revertido à filantropia. Uma forma de arte democrática, uma vez que qualquer interessado pôde ver e ajudar. Em sua essência o Femenina remeteu aos primórdios objetivos da arte e àquele que deveria ser o maior propósito de qualquer atividade humana: melhorar o mundo em sua concepção geral.

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