Sana Inside » 'Entrevista com João Moraes e a Patuléia'

Entrevista com João Moraes e a Patuléia

João Moraes é o vocalista da mais nova banda capixaba a alcançar um certo reconhecimento nacional, a João Moraes & a Patuléia. Fundada na enigmática cidade Cachoeiro de Itapemirim, terra natal dos grandes Roberto Carlos e Sérgio Sampaio, a Patuléia entra com tudo na forte cena musical que vem surgindo no Espírito Santo. Seguindo de modo independente, a banda recebeu uma ótima crítica do jornal O Globo sobre o seu CD de estréia, “Quase ao vivo”. Também foram passar um som no prograna Atitude.com da Rede Brasil e no Jornal Hoje, da Rede Globo. João, dono de uma ótima voz e líder de uma banda que têm excelentes músicos, nos concedeu, por email, a entrevista a seguir, na qual falou sobre como vai a carreira do grupo, sobre projetos futuros e sobre música no ES, estado que “não é marginalizado no eixo musical porque, até então, sequer fez parte dele”. Confira!

Como você se iniciou na música? Quem mais te inspirou?
João: Sou de formação intuitiva e autodidata, mas algumas coisas foram fundamentais. Meu pai adorava recitar poesias, principalmente as de Castro Alves (meu primeiro ídolo) e Catulo da Paixão Cearense. Na música ele me iniciou na arte de ouvir Dorival Caymmi e Silvio Caldas. Já minha mãe, que, assim como meu pai, cantava o dia inteiro, foi responsável, na minha infância, pelas influências mais modernas, como Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Tim Maia, Jorge Ben, Walter Franco e Augusto dos Anjos, entre muitos outros. Ela sempre foi muito bem sintonizada com o que estava acontecendo no mundo. Quando comecei a eleger meus predecessores e construir minha pequena galeria de mitos, passei a conviver mais com os Sampaio e aí minha cabeça virou um liquidificador. Me lembro muito bem quando o Sérgio, ainda antes do sucesso, nos trouxe um compacto de Gil, o “Expresso 2222″. Eu tinha uns 10 anos e minha vida mudou completamente. Ali eu comecei a escrever e a pensar melhor. O Dedé Caiano (Jorge Sampaio) me apresentou ao Jazz e o Helinho Sampaio ao Violão. Mais tarde, já adolescente, aprendi meu caminho quando ouvi o melhor LP de todos os tempos, “Pérola Negra”, de Luiz Melodia. E olha que eu já tinha passado pelo Novos Baianos, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Chick Corea, Herbie Hancock, Milt Jackson, James Brown, The Who, Noel, Cartola e Monsueto. Depois que ouvi Melodia, reconquistei o gosto por Sérgio Sampaio, fui invadido por Jards Macalé e apaziguado por Roberto Carlos. Pobre de mim, miserável erva daninha nesse jardim de maravilhas. Quando tudo já parecia conhecido, um profundo lago se espraiou em minha paisagem imaginária. Era o trompete de Chet Baker me ensinando que há muito mais beleza na economia que no excesso.

Como começou a João Moraes e a Patuléia?
Eu tenho uma quantidade muito grande de composições acumuladas em anos de exílio em Cachoeiro. Um dia o dique teria que romper ou transbordar. Quando aconteceu, muito incentivado pelo Aroldo (mais uma vez os Sampaio), resolvi gravar um CD com, pelo menos, um punhado dessas composições. A banda foi uma conseqüência das gravações desse CD. Foi um processo ao contrário, primeiro o CD, depois a banda. Na verdade, o “Quase ao Vivo” faz parte de um projeto que tenho de uma trilogia chamada “O Circo em Nova Roma”. Os dois próximos Cds que o JM&P gravar serão realizados dentro do viés estético planejado para essa trilogia. Os três Cds serão bem diferentes um do outro, mas formarão uma unidade como se fossem um velho e bom álbum triplo. É mesmo pretensioso, mas não carrego pruridos de humildade. O fato de ser pretensioso significa apenas que vai dar mais trabalho.

Você já mandou algumas canções para o Festival de Alegre, o maior “festival” de música do Espírito Santo, não tendo nenhuma música aprovada, estou certo? Montar a Patuléia é uma vingança contra o conservadorismo que existe por parte de alguma corrente musical?
Conservadorismo normalmente é uma palavra dita em tom pejorativo, quando acho justamente o contrário. Conservar para mim é preservar. E isso pode ser tão bom quanto ruim. A Patuléia nasceu para ser um eterno protótipo. Há muita coisa velha em sua concepção e apenas umas migalhas de novidade. O imperativo em nosso trabalho é a franqueza. O maior escândalo é a verdade e ela é a mais ácida das vinganças. Nós nos esforçamos muito para dizer apenas a verdade, mesmo que isso seja uma farsa.

Há alguma influência conceitual do “Os 3 cavaleiros do após cálice” e “Cachos e Camarões”, suas ex-bandas, no som da Patuléia?
Foram coisas bem diferentes. “Os 3 cavaleiros” trabalhava o discurso do óbvio e as letras eram uma repetição interminável, delirante e simples, em busca de um transe coletivo em torno de uma pequena frase cantada à exaustão. A quantidade industrial dos produtos que consumíamos ajudava bastante e a coisa funcionava. Já o “Cachos e Camarões” foi uma grande busca, uma febril procura e, assim que começamos a rondar o que queríamos achar, a banda esfacelou. Quando isso aconteceu, eu e o Xandão (Nota: atual guitarrista do Rappa) começamos a tentar outra sonoridade e outra poética para um trabalho imaginário que não chegamos a montar. Logo em seguida ele montou o Rappa com o Yuka. Eu, por motivos inconfessáveis, me exilei em Cachoeiro, minha terra natal.

Observa-se no som da Patuléia uma forte influência da Jovem Guarda. Como você se encontrou com esse estilo? Como define o som da Patuléia?
Não acho nosso som nem um pouco parecido com a jovem guarda, isso está muito mais para o Los Hermanos e para o Autoramas que para o JM&P. Nós temos muita admiração pelo trabalho do Roberto Carlos, é verdade, mas não chegamos a montar arranjos e letras nessa linha. O som da Patuléia é música genuinamente popular brasileira, tocada com muita guitarra. Nesse caso, estamos muito mais para Mutantes que para Os Incríveis.

Por haver o nome do vocalista no da banda, o público pode pensar que você é o líder. Como se dá o processo de criação das músicas e decisão dos problemas em geral? A última palavra é sempre a sua?
Pois é! Esse negócio de botar meu nome na banda acabou mesmo me trazendo muito mais responsabilidade do que eu gostaria de ter. O João Moraes, nesse caso, é uma personagem extraída de mim. Uma espécie de vodu ao contrário. Um boneco que eu uso para cantar. Quem sacou isso está no caminho certo.

Colocar “Quase ao vivo” como nome do CD foi uma maneira de tentar mostrar ao ouvinte como é o show da Patuléia na forma de um CD de estúdio?
Muita coisa ali foi aproveitada de primeira. 90% dos solos do Aroldo, por exemplo foram improvisados. As baterias em sua grande maioria foram gravadas com apenas um microfone, o que deu uma certa crueza no som final do CD. Algo próximo de uma gravação ao vivo, quase ao vivo.

Qual é a tiragem do “Quase Ao Vivo”?
Nós estamos indo para a segunda prensagem. Vendemos cerca de 1000 Cds e vamos prensar mais 2000 agora. Estamos preparando várias surpresas para esse ano de 2002.

Já faz um certo tempo que foi lançado esse CD. A banda pensa num novo projeto? Qual foi a repercussão dele entre a crítica e o público?
Vamos gravar duas novas músicas e a Patuléia passará a ter um quinto elemento. É esperar um pouco para ver. A recepção da crítica foi muito boa. Entre outras aprovações, recebemos quatro quadradinhos do Antônio Carlos Miguel em O GLOBO. Ele é um dos mais respeitados críticos de música no país e tem muita gente por aí que seria capaz de dar um braço por uma crítica dessas. O nosso público é ainda pequeno, mas cresce a olhos vistos e os nossos shows são muito mais para ouvir que para pular. A platéia ouve, canta observa e viaja. Muitas vezes cobram da gente shows mais dançantes, mas nós não somos gripe para contagiar ninguém. Acho muito legal quando, em um momento ou outro, as pessoas dançam em nossos shows. Nada contra as pessoas balançarem, mas nem por isso vou fazer música baseada em intenções industriais, se a gente conseguir alcançar projeção nacional, vai ser com o que fazemos e não tentando uma fórmula que não existe. Como diz o Marcos Milagres, que está entrando na banda, “tentar isso é o mesmo que um cachorro correr atrás do próprio rabo”. O Casaca, por exemplo, deu certo porque eles fazem aquilo com sinceridade, não inventaram aquele som com intenções mercantilistas, eles são aquilo mesmo, uma mistura que deu certo. Aliás todos têm esse tipo de intenção: todos querem vender, não pode é querer vender sapo por rã e cobra como cano d água.

Houve algum contato de alguma gravadora?
Esse é um assunto que não deve estressar a nenhuma banda. Sem ter uma gravadora fizemos esse CD e estamos trabalhando muito. Gravadora é sinônimo de divulgação, distribuição e “investimentos” em rádio e TV. Essas coisas não são bem feitas para todos os contratados de uma gravadora. Podem ter certeza que para cada astro da indústria fonográfica há uma centena de outros artistas amarrados a contratos que não beneficiam em nada suas obras. Só quero pensar nisso quando puder garantir um bom contrato. Antes disso, acho bem melhor ser o único dono de meu fracasso.

Por falar em gravadora, observa-se atualmente uma forte tendência dos artistas se lançarem de modo independente. A Patuléia já pensou em seguir somente assim?
Ser independente faz a gente depender de tanta coisa que, no fundo, não é tão romântico quanto parece. Nós buscamos a independência financeira para não termos que fazer outra coisa que não seja música para viver. Sou meio exigente com a minha vida: como muito, ouço muito, vejo muito, bebo muito e isso não fica barato.

Você compôs a música “Preguiça” junto com o humorista Bussunda. Como surgiu essa parceria?
Somos amigos dos tempos da faculdade de jornalismo e temos várias outras parcerias. Aos poucos vou mostrá-las ao público. No momento estamos pensando em compor alguma coisa nova. É esperar pra ver.

O clipe que estão fazendo é de “Preguiça”? Vocês irão aproveitar as imagens em que aparecem os amigos fazendo zona no Teatro Municipal? Como será o vídeo?
O clipe será da música Medo e a direção e roteiro são do Eduardo Souza Lima, o inimitável Zé José, diretor dos legendários “Caçada Implacável” e “Capitão Eléctron contra a ameaça Venusiana” e dos recentes “Rio de Jano” e “Anhangüera”. O lançamento em Vitória vai ser em Fevereiro/Março. E, provavelmente, teremos a presença do Bussunda e do Zé José. Estou buscando umas parcerias para viabilizar isso. No clipe vamos usar certamente cenas do público vaiando a Patuléia. Gravamos essas cenas em um show que fizemos com o Pé do Lixo no Teatro Rubem Braga, em Cachoeiro. Foi muito legal parar o show no meio e pedir ao pessoal para nos vaiar, a cena ficou muito boa. Foi uma das melhores sensações de minha vida, espero um dia merecer de verdade uma vaia consagradora como aquela. Esse clipe está sendo feito com o apoio da Lei Rubem Braga de Cachoeiro, que é igualzinha à de Vitória.

Uma curiosidade: por que os mascotes são o javali e o rinoceronte?
Isso foi uma tirada do Aroldo, que, em um ensaio, me disse que nosso som parecia com um monte de javalis correndo atrás de um rinoceronte. Uma coisa meio pesadona, meio desengonçada. Gostei tanto da definição que a usamos na capa do CD, em banners e em muita coisa que virá por aí.

Por que gravar “Leros, Leros e Boleros”, de Sérgio Sampaio?
Gravamos essa por que não podíamos gravar todas. “Tangos e outras delícias” é genial! Que filme que eu Vi?

Como surgiu o convite para gravar o CD “Rock Por Essas Bandas – Um Tributo capixaba a Sérgio Sampaio”? Foi a Patuléia mesmo que escolheu gravar a música “Ninguém vive por mim”?
Na verdade, eu estou na produção do CD junto com o Serjão e com o Murilo. A Patuléia mesmo que escolheu “Ninguém Vive por Mim”, que, na minha opinião, é uma das melhores dele.

Como você vê as constantes homenagens a Sérgio Sampaio por partes dos jovens do estado?
Esse é um processo de descoberta do Sérgio Sampaio. A obra dele é tão boa e tão obscura que quem a conhece faz questão de espalhar a boa nova. O Sérgio, mesmo já tendo morrido, é um continente novo ainda pouco conhecido, cheio de surpresas.

Quem transita por Cachoeiro percebe uma certa cena musical envolvendo jovens, mas quase desvinculada à restrita idéia de que Cachoeiro só produziu Roberto Carlos e Sérgio Sampaio. Como você vê esse movimento de bandas na cidade? A que se deve esse fato? Qual banda mais te agrada na cidade?
Eu sempre digo que Cachoeiro é um grande mistério, um enigma de esfinge. É preciso decifrá-la sob pena não de ser devorado por ela, mas de ser condenado a permanecer um bairrista desinformado. A rapaziada aos poucos vai descobrindo que Cachoeiro não é uma coordenada cartográfica onde basta nascer para ser artista. O que mais vejo e ouço é o pessoal meter o malho na própria cidade porque não há apoio para a cultura e também em Vitória por discriminar os artistas Cachoeirenses. Esse é o maior problema do mundo: as fronteiras que dividem os iguais e também os deuses nas suas mais diversas traduções. Falo de fronteiras e de Deuses, porque considero o perfil político e moral da humanidade repleto de equívocos. Artista só tem apoio de verdade depois que fica famoso e pobre só consegue empréstimo em banco se provar que não precisa. Vitória não discrimina ninguém, mal consegue acolher suas bandas, de tantas que são.

Uma cena forte está crescendo em Vitória, onde há dois grandes festivais com bandas capixabas, o DIA D e o Rock Por Essas Bandas. Como foi para banda tocar nesses dois eventos? Por que essa forte união das bandas capixabas? Seria o estado um pouco marginalizado no eixo musical?
O estado não é marginalizado no eixo musical porque, até então, sequer fez parte dele. Agora é diferente, graças ao trabalho de resistência e persistência de bandas e produtores. A cena capixaba fincou de vez sua bandeira no Brasil. Não dá para ignorar o que está acontecendo aqui. Foi muito bom tocar no Rock por essas Bandas, o evento é assinado pelo Serjão e só isso já merece respeito. Naquele dia, Vitória quase afundou de tanta água que caiu, mas o show estava repleto de anfíbios movidos a música. Que venha o próximo dilúvio. Considero o Dia “D” o grande grito da cultura capixaba e nós vamos ganhar espaço é no grito mesmo. É sempre assim; o maior trabalho é o de enxergar, vislumbrar as coisas, Cidinho e Cia tiveram essa sensibilidade. Eles não inventaram nada, pegaram o que já estava acontecendo e organizaram um grande parangolé. O Dia “D” é o nosso bloco na rua.

Vocês fizeram já um show no Teatro Municipal Rubem Braga e poderão tocar no Mercado Municipal. Esses eventos estão relacionados com a prefeitura?
Até hoje não fomos contratados uma única vez pela prefeitura. Nós queremos conquistar isso de forma real e não política. Os shows no Teatro Municipal podem ser agendados por qualquer um que tenha um trabalho com bom acabamento profissional. Não há cachê, mas uma participação de 90% da bilheteria. No Carlos Gomes não é diferente

A música cachoeirense recebe incentivos da prefeitura?
Existe a lei Rubem Braga que está bancando algumas produções, entre elas, o meu clipe.

Pensaram em sair do interior do ES para ir morar em outra cidade, onde o capital e o leque de oportunidades são maiores?
Lógico que sim, mas aos poucos vejo que é possível manter o QG por aqui. E passar temporadas em outros lugares. Mas pode chegar o momento em que isso seja inevitável.

Você disponibiliza algumas mp3s da banda aqui no site. Até quando é bom e até quando é prejudicial a fórmula MP3?
Se eu fosse pintor, meus quadros seriam para todos, assim como acontece com qualquer pintor. Poderia até ter apenas um dono, mas, em tese, todos poderiam apreciar a obra em exposições. O que poderia acontecer, e ainda vai, é as pessoas pagarem uma pequena merreca para baixar as músicas, assim como se estivessem pagando uma merreca para entrar em um museu e ver todos os quadros. O camarada pagaria para entrar no site e poderia baixar as músicas que quisesse, depois a grana seria dividida entre os músicos que disponibilizaram seu material em mp3 naquele site. Dessa forma os compositores poderiam trabalhar muito mais, ao invés de fazer apenas um CD a cada dois anos.

E quanto à pirataria?
Todo mundo que vê filmes de Cowboy sabe que os donos das ferrovias e dos bancos contratavam detetives e seguranças particulares para se defender dos assaltos. As gravadoras deviam fazer o mesmo, é só chamar o Durango Kid e acabar com a moleza dos piratas. É tão óbvio que me faz pensar que elas (as gravadoras) se beneficiam com a pirataria. Li numa matéria que criaram uma associação antipirataria e que esta gastou US$ 30 milhões para combater a pirataria, li ainda que o prejuízo anual é de bilhões de dólares. Me parece que há um descompasso entre as duas cifras, não é mesmo?

Já há shows marcados em outros Estados para o ano que vem? Como pretendem “invadir” o resto do país?
Temos shows marcados para a região dos lagos, em Búzios e Cabo Frio, Universidade Rural do Rio de Janeiro, BH e estamos agendando uma boa passagem por São Paulo. A estratégia é tocar muito e mostrar para todo mundo o CD que fizemos. Estamos também organizando um trabalho de distribuição e promoção de vendas de CD que vai facilitar a aquisição em todo o Brasil do “Quase ao Vivo”.

Essa é pro guitarrista Haroldo: seu pai terminou de fazer o seu calhambeque? [Nota: o pai do guitarrista Haroldo foi quem fez o famoso calhambeque do cantor Roberto Carlos].
Ainda não terminou, mas o possante está no nosso clipe.

Pra terminar: quem é melhor, Roberto Carlos ou Sérgio Sampaio?
Sérgio me influenciou muito, mas na infância fui vidrado em Roberto Carlos. Sua forma de dividir os tempos da música é inimitável. Ele gravou, pelo menos, 20 discos memoráveis e o resto, nem tanto. Já Sergio, que gravou apenas três LPs e alguns compactos (sem contar o da Grã Ordem Kavernista) conseguiu se entranhar em minha forma de compor e de ver a música. Difícil escolher entre eles.
Hoje ouço muito os dois.

© 2008 Powered by WordPress