Entrevista com DJ JP
Como DJ da Tip World, JP começou a tocar aos 11 anos de idade influenciado por Raja Ram (Tip World) e Max Lanfranconi (Étnica). Desde então, com seu estilo full on, vem bombando as principais pistas do Brasil, ao lado de grandes artistas internacionais. Atração da rave capixaba Ipnótyca, ele conversou conosco.
Você começou a tocar bem cedo, ao 11 anos de idade. Como foi o começo, você foi influenciado por algum parente ou amigo mais velho?
R: Sim, fui influenciado pela minha mãe e por Raja Ram, da Tip World. Minha mãe fazia festa com o Max Lanfranconi (Etnica) há uns 6 anos atrás, na Bahia. Desde então o Raja Ram começou a me mandar material da Tip World.
Os DJs brasileiros são bastante respeitados no exterior. O que eles têm de especial em relação aos estrangeiros (europeus e norte-americanos, especialmente)?
R: A vibe brasileira é muito forte. Além disso, os brasileiros recebem muito bem os estrangeiros. Isso é a diferença.
Hoje a cultura das raves saiu do underground. Está nas páginas da Veja, no Jornal Nacional. Será que existe o risco dela ficar pasteurizada, domada pela indústria cultural, como aconteceu com outros movimentos jovens?
R: Sim, há o risco, porque atualmente muitas pessoas estão fazendo festa só pra ganhar dinheiro sem olhar para a vibe, visando apenas o lado comercial da coisa. Isso é muito ruim para a cena.
Existe toda uma questão mística no trance, uma espécie de busca de estados alterados de consciência que parece não haver no drum n bass. Quais as diferenças, nas formas de pensar, agir e se vestir – só para ficar em três itens – entre os apreciadores de trance, drum n bass e house?
R: O trance, pra mim, é uma tipo de meditação, uma forma de elevar o seu eu interior, refletir com seus pensamentos e elevar o espírito. Por isso se diferencia dos outros ritmos.
Como está o trance no Brasil, em termos de mercado e produção sonora? Qual Estado tem as melhores festas?
R: Agora está melhor, as festas estão bem mais organizadas, estão vindo muito estrangeiros para o Brasil. Sem contar que nós temos muito lugares bonitos e um público grande e fiel. Agora as melhores festas, na minha opinião, acontecem em Minas Gerais. Lá existem lindos lugares, com cachoeiras e outras belezas naturais.
Qual o conselho que você daria a alguém que pretende começar na carreira de DJ?
R: Antes de tudo tem que querer muito mesmo, ter muita força de vontade e ser bastante humilde também. E, óbvio, precisa de talento, por que sem isso ninguém consegue nada.