CD-Tributo a Sérgio Sampaio sai da geladeira
Depois de passar 2002 na geladeira, o CD-projeto “Tributo a Sérgio Sampaio” pode ganhar novo impulso neste ano. É o que diz o músico/radialista Serjão Nascimento, que junto com o produtor Murilo Lobo e o músico João Moraes idealizou o tributo, no qual bandas da atual cena capixaba gravam versões à sua maneira para músicas do cantor e compositor cachoeirense, um dos mais importantes nomes da história da música capixaba, atrás, talvez, apenas de Roberto Carlos.
De acordo com Serjão, nos últimos dias, ele e os outros dois produtores-executivos do CD se reuniram com uma agência de publicidade (JM), que mostrou interesse pelo projeto, e estão em busca de uma parceria também com uma produtora cultural de Vitória, a Biss Produções.
Serjão contou que, como o tributo tem um custo muito alto (algo em torno de 25 a 30 mil reais, sendo metade do total destinado a pagamento de direitos autorais) e não obteve apoio da Lei Rubem Braga, a idéia agora, ao se juntar a essas duas empresas, é dar ao mesmo uma “cara de produto” e mostrá-lo a empresas locais e nacionais, afim de que elas “banquem” esse custo. “Me agrada mais essa possibilidade de buscar financiamento fora da lei (Rubem Braga). Sérgio Sampaio já era um”, brinca Serjão.
De acordo com o radialista, o primeiro passo, antes de dar a tal “cara de produto” ao projeto, é reformulá-lo artisticamente. “O tributo (que chegou a ser parcialmente gravado em 2001) caducou, algumas das bandas que gravaram para ele nem existem mais. Queremos atualizá-lo para a cena atual, convidar bandas que despontaram durante o ano passado”, diz Serjão, que afirmou que ligaria ainda nesta semana para convidar bandas como Macucos, Dallas Company, Símios, Rastaclone, Kátia Rocha, Carpe Diem e Herança Negra para participar.
Da “1ª versão” do projeto, devem ser mantidas as participações de bandas como Casaca, Lucy, Zemaria, Manimal, Pé do Lixo, Salvação, Dead Fish, Mukeka di Rato, Marcela Lobo, João Moraes e a Patuléia, dentre outras. No momento, Serjão não sabe dizer quantas músicas estarão no CD. Inicialmente, mais de 20 bandas (cada banda grava uma música) chegaram a registrar suas participações.
Com a busca de financiamento na iniciativa privada, o maior sucesso de Sérgio Sampaio, “Eu quero é botar meu bloco na rua”, descartado na 1ª versão pelo fato de seus direitos autorais terem valor muito mais alto, pode acabar entrando no disco. “Como queremos dar essa cara de produto ao projeto e essa é uma música mais forte, é possível que ela entre, se as empresas quiserem bancar”.
Outra possibilidade aberta pelo financiamento privado é a destinação de todo o dinheiro arrecado com as vendas do CD para alguma instituição filantrópica ou para a família de Sérgio Sampaio. No segundo caso, a idéia de Serjão é pedir que a família interceda junto a editora que cuida da arrecadação dos direitos autorais de Sérgio afim de baixar o valor do mesmos, uma vez que, como a família ficaria com parte da renda, a editora não precisaria repassar um percentual desses direitos à ela. No final das contas, isso reduziria um pouco os custos do projeto, tornando-o mais atraente às possíveis empresas financiadoras.
Por enquanto, tudo corre ainda no campo das idéias e articulações, mas Serjão pretende que o CD-Tributo seja lançado no dia 15 de maio de 2004, quando completar-se-ão 10 anos da morte de Sérgio Sampaio. Tempo hábil, há de sobra. Resta agora fazer figa para que este belo disco (cuja primeira versão, ainda sem masterização, foi ouvida e aprovadíssima pelo MúsicaCapixaba.com) encontre sustentação na iniciativa privada.
Mini-Biografia de Sérgio Sampaio
Foi locutor de rádio em Cachoeiro de Itapemirim (ES), onde nasceu. Na década de 60 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde continuou atuando como radialista. Em 1970 lançou-se como cantor, dividindo com Raul Seixas, Miriam Batucada e Eddy Star o disco “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta: Sessão das Dez”. Lançou um disco em 1972 com a música “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”, com a qual classificou-se para o VII Festival Internacional na Canção. Este foi um monumental sucesso de vendagem que ele não conseguiria repetir. Gravou em 1976 o LP “Tem Que Acontecer”, pela Continental e em 1978 “Sinceramente”, este por uma gravadora independente. Em 1998 o compositor Sergio Natureza produziu o CD tributo “Balaio do Sampaio”, uma homenagem póstuma em que vários intérpretes executam as suas composições. Em 2000 foi lançada biografia de autoria de Rodrigo Moreira, pela editora Muiraquitã. (fonte: Cliquemusic.com).
Maiores informações sobre Sérgio no site http://www.sampaiotributo.cjb.net