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Sónar by night: atrações de mais e ônibus de menos

Ao ver a multidão chegando ao Fira de Barcelona (como um Complexo do Annhembi em São Paulo), o Sónar by night na sexta-feira estava a ponto de começar. Com três ambientes, a gigantesca pista Sónar Club possuía uma hilária pistinha de carrinhos de bate-bate no fundo, todos em cores fluorescentes, mais o Sónar Pub, ao ar livre, e o Sónar Park, uma pista de dança menor.


No Sónar  Club o DJ espanhol Zero, começou a noite, antes da entrada da cantora islandesa Björk, que trouxe uma vibração diferente ao Sónar. Estava toda de preto, os cabelos no rosto e a voz mais fina que de costume, parecia fúnebre, mas levantou a todos os que estavam presentes, cerca de 3,5 mil pessoas. Seu line-up não teve muitas surpresas. Hyperballad, Pagan Poetry, foram alguns hits que levantaram somente aos fãs.

O canadense Richie Hawtin trouxe a Barcelona um set poderoso de tech-house que roubou o público do frances Colder, e seu electroclash. Os espanhóis do Mucho Muchacho com um house com rap, moda pela Espanha, foi a atração do começo da madrugada no Sónar Park. Os nova iorquinos do LCD Soundsystem entraram no Sónar Pub com amplificadores novinhos e saíram com eles todos quebrados. Começaram suaves e terminaram com uma forte dose de hard techno com drum´n´bass e distorção. O anormal do ingles Richard D. James, o Aphex Twin, foi a atração final do Sónar Park e não deixou de levantar a multidão fiél com Windowlicker, Donkey Rhubarb e Come to Daddy. Fiél porque ainda o esperavam após atrasar mais de meia hora, chegando às 5h da manha. Mais uma vez, a diva do deboche Miss Kittin subiu ao palco durante o set do alemão T. Raumschmiere para interpretar The Game Is Not Over, tema que está no primeiro EP do alemão para o selo Novamute, MonsterTruckDriver.


Sábado de Sónar by night, último dia, e o cansaço já aparecia. Meia noite, a festa nem havia começado e uma multidão dormindo no hall de entrada na Fira de Barcelona. Uma maratona e tanto para quem aprecia e gosta de festivais como este. Quando 23h30 bate no relógio, todos vão ao Sónar Club (aqueles dos carrinhos de bate-bate) para ver a tão aguardada dupla inglesa do Underworld. Karl Hyde e Rick Smith pela primeira vez no Sónar 2003 comprimiram toda a pista do Sónar Club em 4 mil pessoas que dançaram ao som de mais novo A Hundred Days Off. O hits Twist e Two Months Off foram aplaudidos, mas sem dúvida nenhuma, no meio do set da dupla, Born Slippy foi gritado, ovacionado e a multidão dançou. Mas a versão desta vez ficou a desejar. Rick Smith estava muito rouco para levantar a todos. Quem viu o Underworld perdeu o DJ ingles Gilles Peterson e os alemães do Fat Truckers. Ladytron no Sónar Park foi a atração mais dosada, meio electro, às vezes meio punk rock, não foi muito aguardada, mas quem estava presente gostou. Seventeen e Playgirl foram os hits que mais o público de sábado aguardava. Depois, no Sónar Park, o “gigolo” DJ Hell apareceu. O alemão, dono do selo International Deejay Gigolos e seu electro com remixes que vão de Fischerspooner a Michael Jackson surpreendeu a multidão com sua criatividade.


O Sónar Club ainda teve mais três apresentações inesquecíveis. O norte-americano Jeff Mills, o frances Scan X e o inglês Carl Cox. Todos com seus sets impecáveis. Mills nao se esqueceu de tocar Every Dog Has Its Day Vol.4, Scan X em um set “rapido” não passou ao vazio com o hit que o levou ao topo das paradas britânicas com The Soul e Carl Cox, fez uma remixada individual de Dirty Bass e fechou a noite com sua simpatia e carisma.


Mais uma vez a madrugada é do francês

No Sónar Pub, ao amanhecer, o francês Laurent Garnier sobe ao palco. Durante sua atuação, o DJ Bugge Wesseltoft subiu também ao palco para um “dueto eletrônico”. Estavam adiantando o projeto que os DJs estão preparando para o Festival de Montreaux na França deste ano.


Após um set de tech-house, e o hit Psychedelic Shack, Garnier dispara um pequeno set de drum´n´bass que contou até com Carolina Carol Bela do DJ Marky, desta vez sem o MC Stamina, só os instrumentais e as vozes suaves de Toquinho e Jorge Benjor. Atrações especias em 10 anos de Sónar. Organizaçao dos shows e segurança nota 10, mas o transporte….
 
Espera de mais 1h30…
 
Gran Via em Montjüic é uma parte afastada de Barcelona, meia hora da Praça Cólom e da La Rambla. Quem não veio de carro e nao tinha dinheiro para taxi ficou esperando mais de uma 1h30 por um ônibus a €1,50, alugados pela organizaçao. A cada ônibus que chegava, além do cansaço e fome da multidão, era uma briga para entrar. Não havia filas, era pra quem chegar, se acotovelar uns aos outros.

Uma multidão corria para o ônibus e muitos chegavam a pedir carona para quem passava pela avenida. A festa terminou lá pelas sete e ainda às 10h da manha, muitos esperavam pelos ônibus. A festa poderia ser mais que maravilhosa, tamanho o peso do talento de suas atrações, mas o descaso da organizaçao com o público tem um peso tão forte quanto.


melhor dj – Dj Hell e Laurent Garnier
melhor banda ao vivo – Ladytron
 
um coca – €3
melhor tenda – Sónar Club
 
nota 10 – segurança, limpeza dos banheiros
nota 0 – transporte até o festival


Sónar by day: artistas desconhecidos e Miss Kittin em programa de rádio

O festival espanhol Sónar rola todos os anos em Barcelona no mês de junho, este ano nos dias 12, 13 e 14. Sua programação está inteiramente voltada para a divulgação da cultura eletrônica no mundo. Especialmente neste ano em que o Festival faz seus 10 anos de vida, pessoas de todas as partes do mundo vieram ver as novas e velhas atrações do festival – são mais de 50 a cada dia.


O Sónar by day acontece à tarde com suas várias tendas no CCCB (Centro de Cultura Contemporanea de Barcelona) e MACBA (Museu de Arte Contemporanea de Barcelona), próximo à agitada La Rambla. O Sónar Village, palco ao ar livre com gramado sintético, foi a testemunha de memoráveis apresentaçoes matinais pelo festival. Dia 12 (quinta-feira) o destaque foi o grupo americano Themselves, com um som performático e dançante, o som tomou conta do lado de dentro e fora do espaço do Sónar. Outra atração do festival foi o britânico Hellfish, que se apresentou em outra tenda, a Sónar Complex, um palco escuro e frio, levando-se em conta os 35C graus na tarde de quinta em Barcelona. Sua poderosa aparelhagem deu margem à distorção e aos sons do hard progressive house.


Na sexta-feira, dia 13, o DJ inglês Cristian Vogel, queridíssimo pela Espanha, apresentou-se na tenda Sònardome. Além de Barcelona, e uma pequena turnê em Madrid, o DJ passará por Ibiza essa semana. Sentinel, o maior hit, foi aplaudido e ovacionado pelo público. A diva do electro Miss Kittin – ou Caroline Hervé, que passou pelo Brasil em janeiro, tocou no estande da Mental Groove no Sónar Lab as 18h de sexta, num programa só para ela. Radio Caroline vol.1. A diva tocou seus maiores hits como Frank Sinatra, 1982, Life On MTV e Rippin Kittin, com sua voz por cima das músicas. Alguns fãs de electro que passavam em frente ao estande se surpreenderam e ficaram por lá até o fim.
O DJ de drum´n´bass e jungle Fabio, ex-residente da Movement de Londres foi o seguinte no Sónar Lab. Começou seu set às 20h e foi a atração do dia na estação da Radio BBC 1, ao vivo para Londres.


No último dia de Sónar, várias atrações especias numa só tarde: O hip-hop com fantoches animados dos alemães do The Puppetmastaz, os americanos performáticos do Pulseprogramming, e a originalidade do espanhol Fatkut, além de mais de 40 atrações para quem gosta de todas as vertentes da e-music.


Laurent Garnier em dobradinha e Björk no pré-Sónar 2003
13/06/2003


Antes do começo da festa de música de arte e musica eletronica mais representativo da Europa, o Sónar 2003, na quarta (dia 11) e quinta (dia 12) rolaram duas festas para apresentar a imprensa e ao público um pouco do que será esse final de semana e comemorar os 10 anos de sucesso do festival.


O DJ ingles Gilles Peterson foi o homenageado na noite de quarta, quando a rádio BBC inglesa promoveu a festa na baladada casa Razzmatazz, na zona portuária de Barcelona. No line-up, o top DJ frances Laurent Garnier, o ingles Matthew Herbert e Rainer Trüby. A surpresa da festa foi sem dúvida a presença da cantora islandesa Björk, que com os cabelos curtos e franja nos olhos apresentou música de seu mais novo álbum “The Lake Album”.  A amiga sempre presente da cantora, a top model Kate Moss, dançante, estava no camarote da BBC Radio inglesa. Depois, com a presença de Garnier, foi um frenesi. A simpatia e o carisma do DJ com a força e preparo de suas mãos nos scratchs fizeram a festa até as tantas da madrugada.


Na quinta, outra festa pré-Sónar exclusiva para a imprensa e aos patrocinadores no lindo Mercat de les Flors entre taças de cava, uma bebida tradicional de Barcelona parecida com champanhe, os convidados puderam desfrutar de uma decoração memorável, num mercado antigo, pessoas de todos os cantos do mundo e é claro, uma grande pista de dança com um grande bar ao meio. As artes visuais ficaram com os alemães do Pfadfinderei de Berlim.


O señor DJ John Pill, não tão bem conhecido no Brasil, mas muito bem recebido por aqui e considerado um clássico  da música eletronica americana, apresentou uma dance music a la anos 90 para representar os 10 anos do festival, que se iniciou em junho de 1993. E mais uma vez o todo presente Laurent Garnier, com sua energia, dançando com a pick up, embalou a festa.


O DJ Zero ou Raul Garcia, espanhol mais bem representado no Sónar mostrou sua força, misturando hip-hop com techno. Já o DJ americano e atração do Skol Beats 2003 Jeff Mills, descontraído, brincou com o público tocando breakbeat, rap e house ao lado do francês Garnier, que no momento final do show dividiu as pick-ups com ele. Agora é esperar o que eles e alguns outros como Aphex Twin, Underworld, Ladytron e Carl Cox irão preparar para fazer desse festival um acontecimento memorável.


Primeira parada: Amsterdam
08/06/2003


Toda sexta-feira no Hotel Arena no leste de Amsterdam acontece a típica festa gay Salvation. Nascida em Londres há cinco anos, o projeto instalou-se na cidade há dois anos e faz a cabeça de muitos holandeses e estrangeiros, inclusive brasileiros, que gostam de house music e tiram a camisa, dançando uns com os outros. Majoritariamente de gays, a festa do mês de junho no dia 6 não foi diferente. Instalado num antigo hotel, o público dançou ao som dos ingleses Luigi Rosi e Pier Morocco. Mas não foi só house music que dominou os 4 ambientes da casa. Funk, trance e dance music foram ovacionados pelos rapagões que dançavam cada um ao seu jeito, chamando a atenção uns dos outros. A paquera entre os moços é bem simples: um dançando freneticamente e um outro que passa e é atraído pergunta o nome do dançarino e diz:  “vamos ao “after party” depois”?


A tal famosa after-hours da Salvation é como o “dia da sauna”. O código de vestimenta para a festa nada mais é do que uma toalha, shorts, sunga ou cueca. A festa ferve como uma sauna. Nada mais liberal.


Paradiso Club – Um dos mais famosos clubes de Amsterdam ainda vivo (depois que o tão badalado Escape foi fechado devido ao consumo excessivo de drogas), construído numa oponente mansão com três andares e um subsolo exclusivamente “underground”, o Paradiso em Leidseplein trouxe uma mistura de música com teatro. Sábado (dia 7) apresentou-se o projeto teatral La Nuit n`est Pas un Chocolat, traduzido como “A Noite Não é um Chocolate”. Três atores holandeses, Merlijn Twaalfhoven, Koen van Brunschot e Samen fazem performances, declamando poemas (em holandês) sobre os problemas ocasionados com suas vida em meio ao som de percussionistas e dos DJ`s Kypski, Zash,  C-Mon e Steven de Peven (que tocam hip-hop e rap com ritmos latinos), sob o comando do videomaker Jansen 1s nos telões. Um toque de excentricidade para uma noite de verão em Amsterdam que de tão cheia de cores e alegria tudo é bem vindo.


Neste mês, o Paradiso ainda os rappers do Public Enemy, o vocal do Echo & The Bunnymen Ian McCulloch em carreira solo, Cat Power e os roqueiros do Eels.
 
Mais sobre a festa Salvation: www.salvation-amsterdam.nl
Mais sobre o Club Paradiso: www.paradiso.nl

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