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Rush: animação por um trio

Nem só de senhores se faz o público do Rush. Essa constatação era evidente na última sexta-feira, no estádio do Morumbi.


As pessoas começaram a chegar ao local, em grande quantidade, por volta das 17h30. Camisetas pretas com bola de fogo estampada, símbolo do disco Vapor Trails, bandanas e faixas na cabeça uniformizavam a torcida Rush.


Outras roupas da grife “clássicos do rock” eram permitidas. Rolling Stones e Deep Purple compunham o ambiente em número bastante inferior.


“Você está muito feio com essa fita na cabeça”, disse um rapaz ao amigo. “Não tem problema, se tivesse saia do Rush eu compraria!”, respondeu o comparsa, próximos a uma barraca de comida, prontos para entrar no Cícero Pompeu de Toledo.


A professora Marília, 37, e o marido Gerson, 39, motorista, esperaram 19 anos por esse momento. Para conseguirem ver o trio canadense, deixaram os dois filhos com a sogra. Marília conta que pensou ser mais um boato a suposta vinda de Geddy Lee e sua banda, “só acreditei que viriam ali, na hora de comprar o ingresso”. Ansiosamente, o casal torcia para que Time Stand Still fosse tocada.


O advogado Gustavo, 25, que esperava um amigo, estava eufórico, pois havia possibilidade de ouvir Closer To The Heart. Infelizmente, Marathon, sua outra canção predileta, não fora mencionada em nenhuma entrevista lida pelo ansioso fã.


Familiares reunidos também faziam parte da paisagem humana. O industrial João Carlos, 45, trouxe os filhos Julio César e Caio César, respectivamente, 13, 16 anos, para assistirem à apresentação. Os dois garotos foram educados a gostar dos clássicos. Não fazem questão de ouvir nada que tenha surgido a partir dos anos 90. Em breve, os meninos vão montar uma banda nos moldes do Black Sabbath, outra paixão em família. Para eles, qualquer canção é bem-vinda. Acompanham os autores de Spirit Of Radio até hoje.


Francisco, 41, analista de sistemas, curte rock progressivo há bastante tempo. Na lista de nomes favoritos, é destacado o Pink Floyd. Com o médico Timoteo, 35, foram ao show do Rush para ouvir Tom Sawyer e Find My Way saindo dos instrumentos de Geddy Lee, Neil Peart e Alex Lifeson.


À espera, gritos de guerra “Rush! Rush! Rush!” ecoavam pelas marquises de concreto. Namorados trocavam carícias e arrumavam partes da vestimenta ainda desalinhadas. No apagar das luzes, entretanto, todos se levantaram e dançaram como se nunca tivessem feito isto antes.

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