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Mad Zoo e sua música orgânica

      DJ e produtor são duas funções cada vez mais ligadas a uma pessoa apenas. Alguém trabalhar nas duas áreas parece ser tão comum quanto o respeitável “escritor e jornalista”. Mad Zoo atua nas duas fases: produção e execução (como DJ) de músicas, além de somar sua qualidade de compositor ao pacote.


      Recentemente, lançou “Bad Innosense” (Trama), que traz canções inéditas e algumas curiosidades a respeito de músicas já manjadas pelo público.


      Mad Zoo não detém suas composições em algum rótulo específico. Aliás não acredita em rotulações. Se a sua música é MPB? “Não, MPB é Kelly Key”. Mesmo longe do popular, sente que sua música é global, abrangente. Por outro lado, “existem dois tipos de música: uma pra dançar, suar e outra pra namorar, conversar”, diz o autor de “Bad Innosense”, que transita nas duas porções tranqüilamente.


      Para as pistas, afirma ter preparado uma variante house de “Só Tinha Que Ser Com Você” (que não está no novo álbum). Mas a novidade é que a mixagem foi feita em cima da versão da “tia”, modo carinhoso pelo qual Mad Zoo chama Elis Regina.


     “Esfera”, na voz de Rosy Aragão, está presente no elogiado “Cool Steps – Drum´n´Bass Grooves”, de DJ Patife e nesse lançamento de MZ. A versão d´n´b de Patife é um remix para a original, contida no novo trabalho de Technozoide (pseudônimo de Mad Zôo).


     Apesar de compostas usando instrumentos eletrônicos e convencionais, as faixas de “Bad Inosense” são essencialmente orgânicas: “Talvez essa seja a palavra-tema do disco”. A gravação é feita uma, duas, três vezes. Então, pegam-se as melhores partes.


     Testa-se muito em busca de qualidade e sonoridade satisfatórias. Em certo momento, é necessário largar a música. Se mexer mais, nunca vai ficar pronta porque há sempre novos equipamentos sendo lançados, novos “plug-ins” à disposição. Então, simplesmente, desencana-se: larga do jeito que estiver.


     E o que esse exigente compositor, produtor e DJ tem ouvido? Pouca coisa dos EUA, que entende estar num momento de pouca inspiração. Mas da Europa tem escutado muita coisa: 4Hero, E-Z Rollers, Cinematic Orchestra. Em resumo, tudo que vem sendo feito com instrumentos convencionais e eletrônicos. Para que o resultado seja orgânico.

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