Enchanté, Tryo: o reggae acústico da França
São raríssimos os artigos que se encontram, escritos em português, acerca deste grupo advindo da França. Apesar disto, quando se fala do “Reggae francês”, não se pode deixar de citar o nome “Tryo”. A miscelânea de pop francês com ritmos jamaicanos faz do som deste grupo algo ímpar.
Tryo é um grupo que prefere ter seu estilo enquadrado na categoria “Reggae acústico”, uma vez que a música deles é baseada apenas nos vocais, violão e percussão. Não utilizam instrumentos eletrônicos como a guitarra, um dos elementos primordiais no que diz respeito ao reggae. O grupo francês tem como suas principais influências: Renaud, Higelin, Thiefaine, Brel, Brassens, entre outros.
A banda é muito mais do que um “estrondo” no mundo da música francesa. Através das letras de suas músicas, eles fazem críticas a certas situações políticas, como se verifica na música: “Pour un flirt avec la crise”. Nem mesmo a France Télécom escapou do alvo dos componentes do Tryo. Eles ironizam o serviço telefônico ao dizer: “Merci France Télécom”. Tryo ainda é um grupo engajado na causa da libertação do Tibet.
Conhecendo Tryo – O nome “Tryo” vem do tempo no qual o grupo era composto por três guitarristas: Manu Eveno, Guizmo e Cristophe Mali. Os três músicos conheceram o percussionista Daniel Bravo, o qual se juntou a eles.
Tudo começou no MJC (Maison des Jeunes et de la Culture) em uma cidade do subúrbio de Paris, chamada Fresnes. Manu e Guizmo se conheceram em 1992, enquanto Mali os conheceu em 1994. No ano seguinte, os três foram passar férias em Pyrénéss, juntamente com mais 15 pessoas. Durante luais ocorridos nestas férias, os três foram encorajados a formar um grupo devido à química perfeita existente entre eles.
Após pequenas apresentações na região parisiense, Tryo (até então com três componentes) resolveu partir para a Grã-Bretanha. Durante este meio tempo, Daniel se uniu ao conjunto.
O CD independente que eles gravaram não foi suficiente em relação à demanda. As 1.500 cópias produzidas, logo “evaporaram”. No final de 1997, o grupo produziu um álbum intitulado “Mamagubida”. Ele continha quatro faixas feitas em estúdio e outras “ao vivo”, as quais foram gravadas durante apresentações no MJC e na Inglaterra. Tryo quer que a música feita por eles não seja vista como um mero produto e enfatizam o lado humano delas. Eles dizem tentar fazer músicas que “possam ser cantadas por qualquer pessoa no chuveiro”.
Depois de um longo tempo cuidando sozinhos da divulgação e distribuição dos discos, as gravadoras tomaram conhecimento do quarteto francês. Quando a Sony assumiu o comando, “Mamagubida”, vendeu em 1998, 15.000 cópias. Apenas nove meses depois, em maio de 1999, tinham vendido aproximadamente 80 mil cópias, já no fim do mesmo ano o número chegou a 130 mil. No verão de 2001, ultrapassou as 400 mil cópias vendidas! O grupo ainda ganhou a categoria pop francês, no Grand Prix de la ville de Paris, em 1998.
O segundo CD da banda chama-se “Faut qu’ils s’activent”. Para quem quer saber mais sobre o Tryo – e tem uma certa noção na língua francesa – é aconselhável acessar o site oficial da banda : www.tryo.com. Salut!