Dada a largada do XX FAMA
Sob o tradicional frio da região, a 1ª noite do XX Festival de Arte e Música de Alegre transcorreu tranquilamente, descontados alguns furtos dentro do Parque de Exposições Geraldo Santos e o constante vai-e-vem da ambulância médica de prontidão no local, carregando quem passava mal, principalmente por consumo de bebida alcólica.
Com sua conhecida simpatia, mas sem arrastar a mesma multidão de suas outras apresentações em Alegre, o cantor Daniel foi a primeira atração nacional da festa, subindo ao palco por volta das 23 horas, sentido-se praticamente em casa e “jogando pra torcida”. Durante 1h20min, chamou mulheres ao palco, interpretou seus sucessos “românticos” e recebeu a participação, via telão, de Zezé di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó (para um dueto) e de Xuxa (para, digamos, fazer inveja aos cuecas presentes – no video exibido, a loira “cantava” Daniel).
Quem também “jogou pra torcida” foi o Chiclete com Banana, atração subsequente. A banda liderada por Bel Marques fez o show mais animado da noite, graças à participação dos “chicleteiros”. Sucessos de muitos carnavais, além de uma música inédita (“Rumba de Santa Clara”, escrita por Carlinhos Brown), foram tocados no show, que durou cerca de 1 hora.
Depois foi a vez do Rappa subir ao palco. Logo após a 1ª música, o vocalista Falcão, muito animado, contou que havia engessado o pé há 15 dias, mas que não aguentou ficar em casa e que estava em Alegre para “botar pra quebrar”. Era o que o público decerto queria – mas não o que aconteceu. OK, o Rappa é uma das melhores e mais competentes bandas surgidas no país nos anos 90, e por isso mesmo sempre tende a apresentar no palco um algo mais em relação aos seus CDs, o quê, a princípio, é louvável. Só que, com os termômetros marcando 15 ºC, alguém precisava avisar à banda que o público gostaria é de músicas “prapular”, e não versõs diferentes, mais lentas e com instrumental mais bem trabalhado dos sucessos do grupo. “Gosto muito do Rappa, mas achei o show um tédio”, resumiu o estudante Marcos Augusto, do Rio de Janeiro. Assim como Marcos, boa parte do público preferiu ir embora ou procurar um lugar para sentar e restaurar as energias à espera de um show mais “enérgico”. Que aconteceu, sim senhor.
Subindo ao palco às 3h:40min, o CPM 22 despejou sua energia juvenil, dando aos que esperaram até aquela hora o que eles queriam: muitos hits, tocados um atrás do outro, sem pausas, pra não deixar a peteca cair. Regina Let´s Go, Anteontem, O Mundo dá voltas, Desconfio e outras foram cantadas com a ajuda do público, mostrando que a banda realmente já tem um número significativo de fãs em todo o Brasil. A única surpresa do show, encerrado com “O mundo dá voltas”, foi um rápido (em todos os sentidos!) cover de “Meu Erro”, dos Paralamas do Sucesso.
Para fechar a noite, subiu ao palco, por volta das 5 horas, a banda de pop rock Escaranovos, que é de Vitória. Poucos “testemunharam” o show. Afinal, já estava amanhecendo: era hora de passar na padaria, tomar um café e se encolher debaixo dos cobertores. Até porque o XX FAMA só está começando…