Aston Villa: rock francês aliado a causas humanitárias
Qualquer semelhança com o conhecido time de futebol inglês não é mera coincidência! Os integrantes deste grupo francês são fanáticos por futebol. Há também outra explicação para o surgimento deste nome. Ele teria surgido da junção de “Aston Martin” – o carro esportivo de James Bond – e de “Pancho Villa” - revolucionário mexicano que atacou em 1916, Columbus, cidade norte-americana, situada na fronteira entre o México e os Estados Unidos.
O conjunto francês Aston Villa não é um daqueles grupos de sucesso estarrecedor no mundo da música. Trata-se de um grupo que aos poucos foi alcançando o seu espaço no cenário musical da França. O estilo pessoal, com o qual utilizam o “rock melódico”, faz deles um grupo original.
A trajetória do Aston Villa teve seu início quando Frédéric Franchitti conheceu um jovem músico chamado Hocine Hallef. Era década de 80. Hocine (ou Hoss, como é mais conhecido) estudava Economia. Fred já tinha contato com a música, compondo e cantando. Suas apresentações se iniciaram no grupo “Dagstaff”. Isto aconteceu até ele conhecer Hoss! A partir deste encontro, Fred e Hoss começaram a compor juntos. Decidiram, então, formar um grupo. Uniram-se a eles: o baixista Jean-Baptiste Mory, o guitarrista Franck Pilant e o baterista Laurent Muller.
A carreira profissional do Aston Villa começou em Janeiro de 94, quando eles tocaram em Le Plan, subúrbio de Paris. Aston Villa não era a banda principal do show, todavia foram ovacionados, recebendo mais destaque do que “The Silencers”, a principal banda do evento. No final do mesmo ano, o grupo francês participou de um festival em Rennes, intitulado “Transmusicales”. O som original do quinteto teve um grande impacto! O impacto foi tão forte que eles fizeram algumas gravações pela BMG. Estas gravações deram origem a quatro singles: “Bonne Nouvelle”, “On verra demain”, “Raisonne” e “Si les anges”.
Depois de um certo período no qual não obtiveram nenhum apoio, Aston Villa recebeu a ajuda de estrelas como ZZ Top, Deep Purple e Bryan Adams. Entre janeiro de 1996 e outubro de 1997, o conjunto francês não parou de tocar, viajando pela França, Bélgica, Suíça e Canadá. Eles ainda fizeram uma rápida aparição na Argentina.
Apesar das diversas turnês, elogios, críticas favoráveis e aceitação do público, o primeiro CD do Aston Villa mostrou-se um verdadeiro fiasco! Vendeu, aproximadamente, 15 mil cópias! Como conseqüência desta problemática vendagem, a BMG retirou o nome da banda francesa do seu “casting”.
Em 1998, o quinteto da França fez algumas aparições em Paris e nos arredores. Nesta época, os cinco músicos franceses estavam preparando o segundo álbum. Intitulado “Extraversion”, lançado pela Sony e produzido por Renauld Létang (mesmo produtor de Manu Chao) e Franck Pilant, o guitarrista do grupo. O CD era composto por vinte músicas que misturavam rock e melodias alegres. Todas as músicas eram compostas pelo grupo, exceto a regravação de “J’aime regarder les filles”, de Patrick Countin. O principal single – “J’en revê” - criado a partir do álbum, tornou-se uma febre nas terras parisienses!
Mais uma vez, Aston Villa teve que se deparar com o problema de vendagem de discos! O segundo CD não ultrapassou as 20 mil cópias! No entanto, eles continuaram atraindo um grande número de fãs para os concertos. Tocaram em festivais como: “La Voie du Gahou” em Marselhas e “Rock au fort” em Albertville.
Em 1999, a banda começou a se fragmentar. O primeiro integrante a abandonar o Aston Villa foi Franck Pilant. Logo após sua saída, entrou o irmão de Laurent Muller: Nicolas Muller. No ano seguinte, Hoss, um dos fundadores do grupo, largou o conjunto para se dedicar a outros projetos.
Os quatro músicos que ficaram, reuniram toda a força que tinham, para gravar o terceiro CD ao vivo em “La Scène”. Juntaram-se a eles nesta ocasião: Eduardo Tomassi – percussionista – Wayne Jowandi Barker e Morteza Esmaili. Gravado em janeiro de 2001, mixado por Dominique Blanc-Francard, “Live Acoustique” foi lançado em abril. Neste álbum há uma versão da música “All apologies”, do grupo Nirvana.
A partir do sucesso do Cd ao vivo, Aston Villa foi alcançando mais espaço nas rádios francesas e até mesmo o single “Raisonne”, um dos primeiros do grupo, teve um aumento significativo na vendagem.
Conforme sempre ocorreu (será um carma, perseguição?!?), mesmo conseguindo uma boa aceitação, “Live Acoustique” só vendeu 20 mil cópias!
Em 2001, Aston Villa embarcou em uma grande turnê que durou até o início de 2002. Engajado com a causa social, o grupo doou os fundos arrecadados em sua apresentação no “Le Bataclan”. Uma semana depois, repetiram o gesto, em um show no “Le Zenith”. A renda foi doada pra o “Attac”, uma associação que busca angariar recursos para auxiliar os cidadãos.
Detalhe: Laurent Muller é membro ativo de uma associação que protege indigentes em todo o mundo.
Em 09 de março de 2002, Aston Villa triunfou no “Victories de la Musique”, recebendo o prêmio pelo melhor ato do ano.