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Os Doidivanas: música gaúcha para conquistar o Brasil

Em março de 95, quatro amigos da cidade de Pelotas, RS, se uniram para formar uma banda. Fato comum na vida de tantos jovens, a união de Felipe, Rodrigo, Osório e Rodrigo dMart poderia significar que o país estava ganhando apenas mais uma banda de garagem. Muito mais que isso, a música brasileira e mais ainda, a música gaúcha, estava vendo nascer um dos grupos mais criativos dos pampas, “Os Doidivanas”. Das influências da rapaziada dOs Dodivanas, cujos integrantes curtem rock e fusão de estilos musicais, unidas ao trabalho de pesquisa dos integrantes, foi despontando um som gostoso e inovador, que consegue conciliar numa mesma canção rock n roll com instrumentos musicais e ritmos regionais gaúchos.

Novo destaque da Central de Talentos, onde disponibilizam para download gratuito cinco de suas principais canções, os Doidivanas, representados pelo baterista Rodrigo e pelo vocalista Felipe Mello, contaram por e-mail ao MusicaNews toda a tragetória do grupo e os planos para o futuro, que incluem as gravações do segundo CD no próximo mês de novembro. De bom humor, se divertiram com a entrevista, que segundo Rodrigo “foi uma gincana”. Prenda o olhar diante de seu monitor tchê e conheça o carreira destes músicos baguais, que apesar de fazerem um som com pitadas regionalistas, tem tudo para agradar muito ao resto do país.

[MusicaNews] – Perguntinhas básicas: como surgiram os Doidivanas e por que este nome? A intenção, desde o início, era mesmo fazer essa mistureba toda, temperando com a cultura e os ritmos gaúchos?

Rodrigo dMart – Em primeiro lugar, Os Doidivanas são um grupo de amigos de longa data; daí, ao negócio da gente se entreverá no lance musical foi um passo normal. O nome Doidivanas veio da minha vó que usava o termo. A gente tava buscando um nome e daí pintou «doidivanas» e fomos ao dicionário. Tavam lá os significados do nome: patusco, folgazão, leviano, excêntrico, estrambótico, doidelo etc. Bateu legal. E pronto.
Lip Mello – Não, a sonoridade dOs Doidivanas foi sendo lapidada aos poucos (antigamente nos chamávamos Miss Troupe – que era uma mistureba experimental e pesada, inspirada em bandas como Mister Bungle, do vocalista do Faith No More). A banda existe desde março de 1995.
Rodrigo dMart – Na real, tanto eu como quanto o Felipe já tínhamos uma bagagem com a música regional gaúcha (ele, com declamações e participações em festivais; eu cresci ouvindo música gaúcha com meus irmãos). Depois, foi juntar isto ao toque da rapaziada (o Daniel e o Osório, guitarrista e baixista). A nossa participação no festival da Moenda, de Santo Antônio da Patrulha, em 1996, foi o que nos deu a certeza de que o nosso norte era o Sul, ou seja, o lance era a fusão do rock n roll com a música regional gaúcha e brasileira. Cordeona e guitarra, vanerão e funk e daí por diante (o trabalho de pesquisa e experimentação não termina nunca).

[MusicaNews] – Quando lançou seu primeiro disco, em 98, os Doidivanas já tinham alcançado certa notoriedade nos festivais do RS, principalmente com sua “Balada Bovina”. Como foi a recepção (dentro e fora do estado) à este trabalho, o “Liber Pampa”?

Lip Mello – Superou as nossas expectativas, principalmente dentro da imprensa e do meio musical, que ficou interessado na «nova» sonoridade que se apresentava, e com a mistureba toda. Teve radialista que chegou a falar de nosso trabalho como «a música gaúcha do novo milênio».
Rodrigo dMart – Quem teve contato com o trabalho do Liber Pampa, curtiu. E, praticamente, toda A divulgação e shows foram feitos na base do «do-it-yourself», ou seja, o negócio sempre é se virar sozinho. Agora, com certeza, é um CD bem heterogêneo, o que, em termos comerciais, dificulta bastante. Isso se deveu também a um conselho que recebemos do Thedy Côrrea (Nenhum de Nós) – de «abrir o maior o número de portas».

[MusicaNews] – Alguma canção (do Liber Pampa) teve boa execução nas rádios? No geral, que avaliação faz dele?

Lip Mello – «Balada Bovina», «Xote de Xerife», «Você Me Seduziu», «Anos 90» rolaram legal regionalmente (em alguns focos do Estado) — todas elas fizeram parte de nossa primeira «turnê» pelo Estado. Um álbum, que ao nosso ver, reuniu atitude e experimentalismo.
Rodrigo dMart – Apesar da questão técnica (gravação e mixagem ficaram «bem» aquém do que pretendíamos), o Liber Pampa mostra uma diversidade de canções e ritmos. Foi um álbum conceitual e serviu para iniciar o trabalho na questão de abertura de mercado e fronteiras culturais.

[MusicaNews] – No release de vocês podemos notar as mais variadas influências que os Doidivanas têm. Antes do lançamento do primeiro álbum, vocês faziam covers destas bandas nos shows ou só rolavam as composições próprias?

Lip Mello – No primeiro ano da banda, 1995, a gente rolava Living Colour, Faith No More, Pearl Jam, Led Zeppelin, Red Hot Chili Peppers, MPB, Nei Lisboa, Vitor Ramil e a rapaziada do Sul – aliás tínhamos um «pout-pourri» só com clássicos do Sul – do rock gaúcho à MPG (música popular gaúcha) – além da primeira bagatela de canções próprias.

[MusicaNews] – E rolavam versões “doidivanicas” para estas músicas?

Rodrigo dMart – Sempre rolamos releituras – qualquer cover que seja – a gente sempre dá uma «doidivaneada», nunca toca igual. Por exemplo, «Dyer Maker» do Led, a gente fazia com uma pitada de samba e usava a cordeona nos solos e daí por diante.

[MusicaNews] – Depois do lançamento do “Liber Pampa”, vocês mudaram o show e fizeram 30 apresentações pelo RS e até mesmo no Uruguai. E nas outras regiões do Brasil, fizeram alguma apresentação?

Lip Mello – Não. Não surgiram oportunidades, na época, de levar o nosso som para o centro e norte do País. Com certeza, logo logo, vamos dar um giro por todos os cantos do Brasil.
Rodrigo dMart – Tamos com o pé que é um leque.

[MusicaNews] – Qual é a reação da platéia, ouvindo esses gaúchos doidivanos mandando ver no palco?

Lip Mello – De um modo geral, quem ia aos shows queria ver as fusões de ritmos apresentadas no Liber Pampa, no palco. Em muitos lugares, as músicas já eram cantadas e absorvidas pela maioria.
Rodrigo dMart – Reações das mais variadas, mas, incrivelmente, nada do tipo «ame-o ou deixe-o». Sempre rolaram coisas mais positivas. Eu, pessoalmente, achava que ia pintar mais polêmica, principalmente, junto ao público mais conservador e com o pessoal do tradicionalismo. No lançamento do CD, me armei até os dentes pra responder críticas, mas a coisa rolou na boa. E olha que a gente mexeu com um dos símbolos mais tradicionais do RS – a bombacha. Criamos, junto com um artista plástico, uma série de bombachas malucas.

[MusicaNews] – Além do novo show, continuaram também as participações nos festivais… do sul! E em outros estados, nunca arriscaram uma participação em algum festival?

Lip Mello – Até o momento, não. Talvez, porque queiramos reforçar a mensagem da banda por aqui mesmo, ainda.
Rodrigo dMart – Sobre a apresentação noutros Estado, é falta de oportunidade mesmo. Pintando a barbada, a gente pega mala e cuia e vai curtir o festival, a festa… E, vale salientar que, aqui no Sul temos um monte de festivais, contudo só uns poucos tem espaço para um trabalho mais aberto, eclético.

[MusicaNews] – Falando em festivais, dizem que ultimamente uma “onda” de novos festivais tem atingido o país. Qual a importância dos mesmos para vocês e o que acharam deste que a Globo acabou de realizar com toda pompa?

Lip Mello – A maior importância, para mim, é a revelação de novos nomes, intérpretes e músicos; e não o lado da competição em si. Como estamos acostumados com este tipo de evento por aqui, o festival da Globo foi como qualquer outro, só que reuniu nomes de todo país e contou com uma mega produção. Gostei da perfomance da banda Tianastácia e achei o prêmio merecido. O primeiro lugar não vou nem comentar.
Rodrigo dMart – Os festivais deveriam se transformar em mostras. Tem muita gente, com muito potencial e trabalhos muito bacanas, necessitando apenas, às vezes, de uma oportunidade pra aparecer. Muito mais legal é trocar umas idéias com outros artistas, sem o lance de quem «vai estar na frente». É uma pena que a colaboração e a cooperação é sempre deixada em segundo plano. A competição é uma merda (serve para os aspectos mercadológicos do espetáculo e do «showbusiness» em si). Vale aí salientar lances como o Abril Pro Rock em Recife, Porão do Rock em Brasília, o PercPan em Salvador e outros.

[MusicaNews] – A região Sul sempre foi considerada um pouco “à frente” do resto do país, e por algumas vezes foi até cogitada uma independência. E sobre a atual cena musical do sul, que é considerada por muito a melhor do Brasil? Vocês diriam que o objetivo dessa nova rapaziada é mostrar a cultura gaúcha para o resto do país ou que o negócio mesmo é se isolar por aí?

Lip Mello – Considerada «à frente» por quem? Não vejo isto desta forma. Espeficamente na área da música, o Sul sempre precisou de uma cena muito forte pra respingar alguma coisa no resto do Brasil. Foi assim nos 80, com Engenheiros, Nenhum de Nós, Kleiton & Kledir, Adriana Calcanhoto, e, hoje, ainda sofremos um certo preconceito em relação à musicalidade e à cultura do nosso Estado. No nosso caso, fincamos a bandeira também na sonoridade regional, na valorização e na mutação do «regionalismo gaúcho», o que nos difere de outras bandas gaúchas que se enquadram em outros estilos.
Rodrigo dMart – Acho que se produzem coisas legais tanto quanto em outras partes do Brasil. Realmente, temos hoje uma cena muito rica, com gente fazendo de tudo — Ultramen, Comunidade Nin-Jitsu, Tom Bloch, Acústicos e Valvulados, Da Guedes, De Falla, Maria do Relento, Papas da Língua, Nenhum de Nós, Arthur de Faria, Tangos & Tragédias, Vitor Ramil, entre outros. Isso sem falar nos artistas da música mais regional, nativista, a música «roots» gaúcha, que são milhares. Sobre a outra pergunta, considero que são dois processos paralelos e contínuos – o de firmar o espaço e o mercado regional no Sul – e o de buscar um «lugarzinho ao sol» no cenário nacional. Sem carrancas e com muita curtição.

[MusicaNews] – Aliás, vocês parecem ter uma ligação muito forte com o Acústicos & Valvulados, que é uma das bandas dessa nova geração que vem obtendo maior notoriedade no resto do país. De onde surgiu esta ligação? Já gravaram (ou pretendem) gravar com o Acústicos ou outra banda daí?

Lip Mello – Os Acústicos são nossos «brothers». Já rolamos alguns shows e jams juntos em várias cidades do Estado.
Rodrigo dMart – É uma rapaziada esperta, sabe o que quer e tá na estrada há um bom tempo. Já (quase) houve uma participação deles na Cerveja Bem. Não rolou por falta de tempo mesmo. Certamente, queremos gravar e fazer música com diversos outros artistas (do Sul e do País).

[MusicaNews] – Como toda boa música regional, as composições dos Doidivanas tem uma presença marcante das gírias e expressões regionais. Expliquem para o resto do Brasil o significado de palavras como “barbicacho”, “macanudo” e tantas outras que estão nas músicas de vocês.

Rodrigo dMart – Algumas palavras são termos regionais e outras são as gírias e o sotaque da galera do Sul. A miscigenação aqui no sul é grande – com contribuições dos negros, índios, italianos, alemães, poloneses, portugueses e outros tantos povos – daí é normal que se tenha um vocabulário peculiar.
Lip Mello – Alguns termos são frequentemente usados, outros nem tanto. Vamos mandar o «grossário» (glossário de grossuras – que pode ser conferido na coluna ao lado), uma brincadeira que saiu no encarte do Liber Pampa. Tem alguns bem toscos e baguais. Toscos? Baguais?

[MusicaNews] – Além da “Canção do Libório”, que fala do personagem criado pelo André Macedo, vocês tem alguma outra composição que afirma a condição de “macho” dos homens de Pelotas? Afinal, a fama não é muito boa…

Lip Mello – Nenhuma outra. Sinceramente, isto não nos preocupa muito. Com relação ao Libório, compusemos especificamente em cima do perfil do personagem.
Rodrigo dMart – Que é um «grosso», «burro» (aliás, mentalmente debilitado) e «cuiudo». Acho que é isso. Nada mais a declarar.

[MusicaNews] – Cerveja Bem, que é uma canção muito gostosa de se ouvir e cantar, e que tem tudo para se tornar um hit, fala, obviamente, da cerveja, um dos “melhores vícios da vida”. Mas todos sabemos que a bebida típica dos gaúchos é o chimarrão… por que falar da cerveja, ao invés do chimarrão?

Rodrigo dMart – Gracias pelo elogio à música, pô! Olha, sou um cervejeiro convicto. A banda, no geral, «enxuga» legal. O chimarrão é parte do nosso cotidiano, tanto que sempre há uma referência a esta maravilhosa bebida em nossas canções (como em Anos 90 e em outras). É bom pros «rim», pra curar ressaca, pra «prosear» com os parceiros. É um lance de comunhão… Ainda não pintou uma música específica sobre o chimarrão. No mais, nos damos a liberdade de falar da Coca-Cola, da Keep Cooler, uísque, cachaça, cerveja e no quer der na telha…
Lip Mello – O refrão da Cerveja Bem já existia há uns dois anos. O resto veio depois.

[MusicaNews] – Como surgiu a idéia de lançar o kit que traz o CD “Sou de Pelotas, Por quê?” e um HQ em que vocês viram personagens nas histórias do André Macedo?

Rodrigo dMart – A gente acredita que é fundamental o «entrevero» e a ligação da banda com outros tipos de artes. Daí, o kit, com CD e história em quadrinhos; na sequência, pretendemos compor trilhas sonoras para desenho animado e peça de teatro (ambas do Libório), e tudo mais que for possível para criar integração e interação artística.
Lip Mello – A parceria com o André (o cartunista André Macedo) vem de longa data. Viabilizamos o projeto com o apoio de cinco empresas da região e lançamos o kit no final do ano passado. A idéia surgiu em 98.

[MusicaNews] – Em 99 vocês criaram 40 novas composições e pré-produziram o próximo disco. De onde veio tanta inspiração? De que falam estas músicas?

Lip Mello – Destas 40 músicas, quase 30 já estão gravadas ou foram gravadas em pique de pré-produção. As novas músicas falam basicamente do atual momento da banda. Novos desafios. Inconstâncias. Corações na contra-mão. A gente continua usando também o lado irônico nas letras (como no primeiro álbum), pois todo bom trovador gaúcho fala de amor, de cotidiano e de «causos» engraçados.
Rodrigo dMart – Poxa, um monte de coisas. Do espírito da época – globalização, miséria e todos os desdobramentos daí advindos. Paixão pela vida. Coisas de juventude. Amor. Indecisões. Mas tenho gostado muito de escrever sobre coisas do dia-a-dia, cenas do cotidiano – como pessoas esperando o ônibus na parada. E seguimos com a «peleia» da valorização regional. Agora, um elemento novo é a utilização do sopapo (um instrumento de percussão originário de nossa região – que tem um baita grave) e das facilidades da era digital. Tamos usando direto o computador pra auxiliar no arranjo e na concepção das músicas.

[MusicaNews] – E como vão utilizar estas novas composições? O novo disco de vocês vai ter somente estas canções ou já estão escrevendo mais algumas?

Rodrigo dMart – O processo criativo não cessa nunca, mesmo que entremos em estúdio e estejamos focados na produção e gravação do material. Sempre pinta alguma coisa que pode entrar na hora. Poxa, o depois, como vai ser utilizado, ainda é muito cedo pra falar.
Lip Mello – Por exemplo, esta semana mesmo estamos trabalhando em mais duas novas músicas: «Chove na Capital» e… «Fósforo»!

[MusicaNews] – Podem adiantar prá gente alguns detalhes a respeito do novo álbum? Quando sai, título, inovações, participações especiais…

Lip Mello – Vamos começar a gravar o novo disco em novembro, em nosso próprio estúdio (Doctor Áudio), aqui mesmo em Pelotas. Pretendemos contar com a participação de produtores de renome, amigos e outros «doidivanas» sintonizados. O primeiro passo é gravar…
Rodrigo dMart – Certamente, queremos contar com o astral e o talento de diversos artistas aqui do Sul. De resto, é a batalha por encontrar o melhor canal e melhor divulgação possível para lançar o trabalho. Estamos produzindo sem esperar por ninguém. Mas bons fluidos estão rolando. Temos trabalhado um conceito que se chama SUROBRA (ou seja, a suruba cultural do sul, do rock e da música popular brasileira). Mas até o lançamento tudo pode mudar.

[MusicaNews] – Além do disco, quais os planos para este final de 2000 e para 2001? Conquistar o Brasil?

Lip Mello – A concentração maior será em cima do novo álbum. Shows que pintarem, a gente vai curtindo e tocando em frente. Nosso atual show é o «Rock Popular Brasileiro», com releituras de Lenine, Pedro Luis e A Parede, Nei Lisboa, Roberto Carlos, Chico Buarque, Titãs e outros, além de nossas músicas.
Rodrigo dMart – Importante é termos uma mensagem, um contéudo que bata na cabeça da galera, e que elas possam encontrar coisas legais em nossas músicas. O resto é materializar este espírito. Daí, tamos trampando diversas coisas: produção de um documentário sobre a banda, a gravação do CD, clip, música para jingles, além, é claro, de darmos continuidade à parceria com o André Macedo. Estamos indo também para a Capital – Porto Alegre – que, entendemos ser o epicentro, o centro de difusão de nossas idéias.

[MusicaNews] – Ao apontar para o www.doidivanas.com.br encontramos uma bela página inicial, mas o site ainda não está no ar. Vocês tem uma previsão de quando vão cair na rede? O que vai ter o site?

Rodrigo dMart – Cara, isto é uma das prioridades para agora. É bem aquela onda de «casa de ferreiro, espeto de pau». A previsão é até novembro termos uma primeira versão no ar. Tamos tramando uma «bela» novidade pros internautas… Por enquanto, não posso comentar o assunto… He he he…! Sei que o pessoal vai curtir.

Recado geral dos Doidivanas: Paz, Respeito e Pampa no peito!

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