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Entrevista coletiva de Supla

       O roqueiro Supla está com a bola da vez. Todo o seu sucesso e as surpreendentes vendagens de seu novo CD, “Charada Brasileiro”, foram alavancados com sua participação no programa “Casa dos Artistas”, exibido pelo SBT. O CD, que começou sendo vendido de forma independente nas bancas de jornal, agora ultrapassa a marca de 250 mil cópias, co distribuição da gravadora Abril Music. Como não poderia ser diferente, a coletiva de imprensa, concedida na manhã do dia 19 de dezembro, no Hotel Intercontinental, teve como assunto principal as curiosidades e polêmicas geradas pelo programa “Casa…”. Acompanhe agora as principais perguntas e respostas dessa coletiva, onde o artista esbanjou autenticidade.


Como surgiu o aproveitamento do espaço no programa “Os Piores Clipes do Mundo”?
Supla: Quando eu encontrei o “Comídia” [Marcos Mion] numa festa da MTV, eu cheguei para ele e falei: “Vou te dar uma porrada!”. Daí, ele disse: “Não, pelo amor de Deus, deixa eu te explicar!”. Então eu comecei a rir e disse: “Olha, continue falando dos meus clipes, mesmo que seja para falar mal!”.
O clipe é realmente caseiro, feito pela “Green Hair”, que era da cena punk mesmo. O Marcos e o Chucky sacaram o filão, que eu tenho um monte de videoclipes, uns bons, uns ruins. Agora eu sou o “Rei da Mídia!!” (risos). Brincadeira, mas isso tudo que está acontecendo comigo é novidade. Nunca tive fotógrafo assim atrás de mim!! [fala isso apontando para os fotógrafos da coletiva].


Está dando para sair nas ruas?
Supla: Acho que o canal do Silvio Santos é bem pop, por isso está tendo essa repercussão. Mas eu acho tudo isso meio ridículo, essa mídia toda atrás de mim, essa coletiva aqui no hotel. Agora eu apareci também no “Qual é a Música”, que por sinal eu não conhecia nenhuma daquelas músicas! (risos). Mais punk do que isso, impossível!!!


Você disse que ser exposto na mídia era meio ridículo. Por que você resolveu aparecer na “Casa dos Artistas”?
Supla: Eu entrei no programa para a divulgação do meu disco. Então, eu procurei fazer daquilo algo útil, poder usar meu tempo para além da divulgação, escrever algumas músicas, ler algum livro… O programa deu a maior repercussão, porque o Silvio é um gênio. Quando eu vi aquela mão do Silvio, com aquelas unhas com esmaltinho e aquele anelzinho, segurando o meu Cd e mostrando para a câmera, eu falei: – Puta, Firmeza! Olha o homem do Baú segurando o meu disco!


Sobre a banda Tokyo, e a música “Green Hair”, que tem o refrão “Japa Girl”. Você tem alguma relação especial com a cultura Japonesa?
Supla: Sério que eu não sei qual é o meu karma!! O nome “Tokyo” foi o guitarrista da banda quem deu. Já a “Japa Girl” é uma moça que eu conheci em Nova Iorque. Mas ela não é minha namorada!! É só uma grande amiga.
Eu tenho muita vontade de ir ao Japão. Disseram que se eu for para lá as pessoas vão gostar muito desse meu estilo com cabelos arrepiados, meio super-herói.


Você ficou sabendo que a Sony vai relançar os CDs do “Tokyo”?
Supla: Pois é, a Sony está relançando, e eu até fiquei chateado, porque me disseram que as capas estão meio feias. Poxa, eles poderiam ter me mostrado para eu dar minha opinião.
Eu era muito jovem quando assinei com a Sony. Foi um deslize meu. Tinha 18 anos, e como eu só queria tocar, assinei qualquer coisa.


Qual a sua relação com o Punk Rock, já que você levou uma cusparada, quando você fez o show de abertura dos Ramones, e foi aplaudido num show com a Holly TREE, no Hangar 110?
Supla: A origem da palavra Punk vem de uma expressão que significava “vagabundo”. Daí, também, nos anos 70 esse foi o nome de uma revista underground. A atitude punk era transformar as coisas, e a música mostrava que você não precisava tocar como o Led Zeppelin. Como as coisas estavam difíceis naquela época em NY, essa crise apareceu nas letras.
Punk é isso! Eu me visto do jeito que eu quero me expressar. Naquele show dos Ramones aconteceu aquilo, porque o cara não conhecia muito o meu trabalho. Meu pai é totalmente punk. Ele anda por aí na periferia!! E tem muito cara que põe tachinha na roupa e não faz nada de útil.
Tem quem goste e tem quem não goste, então, bola pra frente.


Já tem shows agendados?
Supla: Tenho um monte de shows marcados. Agora vou começar a ensaiar, porque não adianta você aparecer nos jornais, e não ter o que apresentar. Eu não estou nisso pela fama e sim porque amo a música.


O seu CD “Charada Brasileiro” tem muita influencia Hip-Hop. Como você começou a ter contato com essa cultura?
Supla: No começo do Hip-Hop, eu ia muito na periferia com o meu pai. É como o rock, que é totalmente popular. O cara que trabalhou comigo nos EUA, na banda Psycho69 me mostrou toda a cultura Hip-Hop de lá, daí a minha influência.


Você pensa no seu público quando compõe?
Supla: Quando eu componho, eu tento em primeiro lugar colocar alguma que me agrada.
O meu público eu vou começar a conhecer agora. De repente, pode até ter velhinhas!!


Por que começou a vender o Cd nas bancas?
Supla: É uma opção contra a pirataria. E o preço de R$9,90, foi colocado também para evitar a pirataria, e para todo mundo poder comprar. Até estou na Abril Music porque não estava dando conta de ser artista independente.


Numa enquete descobriram que se você se candidatasse hoje para ser presidente, você estaria em 4o lugar. Você pensa em seguir carreira política?
Supla: Política é a vida, é o preço do leite, do ônibus, e eu faço essa política através da minha música. Agora eu não tenho vontade, porque teria que parar com minha carreira musical. Mas vou falar uma coisa: Eu gostaria mesmo é de ser jogador de futebol…


Algumas fotos do artista na coletiva


Todas as fotos foram feitas por Priscila Varela




Mais Supla
www.supla.com.br: O site oficial do punk é bem fraquinho. Tem apenas biografia, discografia, cartazes e algumas fotos da cantor, além de email para contato.

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