Rock n Geral: Paralamas do Sucesso, a volta ao Rio
O primeiro show dos Paralamas do Sucesso aberto ao público foi mais uma celebração. Antes da banda subir ao palco, o que se sentia na pista era um clima de grande ansiedade. As pessoas pareciam esperar um parente querido que não aparecia há muito tempo. Um grande número de meninos e meninas, senhoras e senhores, mostrava o quanto é abrangente e relevante a música dos Paralamas nos dias de hoje. Com um pequeno atraso, o trio começou, sozinho no palco, atacando com “O Calibre”, seguido de uma pesada “Mensagem de Amor” e “Fui Eu”. Herbert dirigiu as primeiras palavras de agradecimento ao público – “é maravilhoso, uma emoção sem tamanho tocar para vocês” – e seguiu mandando um sucesso atrás do outro.
Nessa primeira parte fica o destaque para a execução da antiga “A Dama e o Vagabundo” e para a participação de Dado Villa Lobos em “Soldado da Paz” e “Que País É Este”. Na segunda metade do show a banda de apoio se juntou aos três e encheu o som na medida certa. Iniciaram com “Longo Caminho” e um “medley” de “Será Que Vai Chover” e “Assaltaram a Gramática”. Numa exaltação ao novo governo, Herbert começou puxando sozinho na guitarra “Luis Inácio Falou…” e logo o baixo e a bateria de Bi e Barone começaram um intenso diálogo diante da euforia de todos ali presentes. Sensacional.
No bis, com Dado de volta, tivemos “O Beco”, “Caleidoscópio” numa versão carregada de “blues” , “A Novidade” e a pedidos, rolou “Vital e Sua Moto”. Uma noite que, como o próprio Herbert disse, “será absolutamente inesquecível para todos nós”.
Set list do show:
O Calibre
Mensagem de Amor
Fui Eu
Selvagem
Soldado da Paz
Que País É Este?
Track Track
A Dama e o Vagabundo
Running On the Spot
Seguindo Estrelas
Meu Erro
Longo Caminho
Será Que Vai Chover/Assaltaram a Gramática
Cuide Bem do Seu Amor
Flores e Espinhos
Luis Inácio Falou…
Dos Margaritas
Depois da Queda O Coice
Manguetown
Ela Disse Adeus
Bella Luna
Lanterna dos Afogados
Lourinha Bombril
Uma Brasileira
Vamo Batê Lata
Alagados
Bis:
O Beco
Caleidoscópio
Vital e Sua Moto.
Com uma certa informalidade, gostaria de registrar que fui ao show sábado também. É um antigo ritual “paralâmico” muito particular. O que aconteceu foi o seguinte: Dado não foi, mas Andreas Kisser (Sepultura) apareceu para tocar “Selvagem” e fazer um pequeno duelo de guitarra com Herbert. A outra surpresa foi Charlie Garcia (sic?), roqueiro argentino que voltou para o bis sozinho com Herbert (que aliás, não saiu do palco de tão ovacionado que estava sendo pelo público) e tocou “Quase um Segundo” nos teclados acompanhando o guitarrista.
Dando continuidade à catarse coletiva, Frejat apareceu com sua guitarra para o, agora blues, “Caleidoscópio”. Estou arrepiado de novo. Primeiro ele fez um solo de uns dois ou três minutos que eu nunca pensei que ele pudesse fazer (e eu o considero um grande músico), depois um belo duelo com Herbert. Nesse momento se eu piscasse os olhos, as lágrimas cairiam. Para fechar, aliás quando todos pensavam que eles iam fechar, o Barone começa um solo “à la Moby Dick” e lá vem o Frejat levar todo mundo ao delírio, ficam os dois fazendo algo maravilhoso. Guitarra e bateria, um batia o outro revidava. Herbert olhava e ria no seu canto. Foi sensacional!