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Projeto Memória Musical resgata produção erudita brasileira

Nem tudo está perdido. Ainda existem muitos profissionais lutando arduamente pela preservação de nossa cultura. É o caso deste importante projeto.
 
O Projeto Memória Musical é resultado do esforço pessoal e de vários anos de pesquisa do músico alemão Erich Lehninger e equipe. A iniciativa empresarial da Nery Cultural mobilizou diversos profissionais da área.


Na sua quinta edição o projeto tem como objetivo resgatar e levar ao público uma parcela ainda desconhecida, mas não menos importante, da produção musical erudita brasileira. A recuperação e digitalização dos manuscritos tem por finalidade a divulgação das obras, tanto em concertos quanto em gravações, estando assim à disposição de músicos, estudiosos e apreciadores de todo o mundo.

Quando divulgo trabalhos como este tenho a grata satisfação de ser brasileiro. Esquece-se, quase sempre, que existem muitos profissionais e empresas nacionais e internacionais empenhadas para que a nossa cultura permaneça viva e com vigor para chegar ao grande público, carente por aquilo que é seu patrimônio e das gerações vindouras.


O Projeto conta com o patrocínio de empresas como a Volkswagen, Ultragaz, Infraero, Siemens, Banco BLN, Petroquímica União, Visanet, além do apoio da Lei de incentivo à cultura e apoio institucional da Prefeitura do Município de São Paulo.


Nesta edição, com o patrocínio da Banca Nazionale Del Lavoro – BNL e Visanet, estão sendo apresentadas três obras: “Chant Elegiaque”, de Savino de Benedicts, “Sinfonia nº 5 em Mi Bemol Maior”, de João Gomes de Araújo e “Concerto para Violino e Orquestra em Ré Menor – Opus 28”, de Henrique Oswald. Esta foi a programação dos concertos realizados nos dias 1º  e  2 de dezembro no Theatro Municipal de São Paulo com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo sob a regência do maestro Lutero Rodrigues, tendo como solista o violinista  Erich Lehninger.


Solicitei, nesta edição, a colaboração de Leonardo Aldrovandi, compositor e musicólogo, para tecer seus comentários, complementando a matéria, sobre este importante projeto, apresentados a seguir:


 - A importância do resgate histórico de compositores nacionais eruditos não está em eleger uma suposta alta cultura do passado como sendo uma arte de maior ou menor qualidade, mas antes, na possibilidade de oferecer aos ouvidos de todos uma forma de cultura musical brasileira que, apesar de sua enorme riqueza, é muito pouco cultivada.


Basta pensarmos no número de concertos e eventos de compositores nacionais promovidos, para não falar no de música erudita atual.

Não se trata de reinventar um ufanismo, de rejeitar a música ou a influência européia ou americana, mas de reafirmar o nosso próprio valor, nossa singularidade, na relação com outras culturas. A quinta edição do Projeto Memória Musical está realizando exatamente isto ao fazer ressurgir obras quase esquecidas de compositores que estiveram na Itália e no Brasil e marcaram gerações de músicos.

Um outro dado importante é a consideração de nomes menos conhecidos como o compositor João Gomes Araújo.


A lista de nomes considerados pelo projeto é extensa e revela que o país produziu muito mais do reconheceu e realizou, mostrando que há muita música e muitos compositores além dos mais conhecidos, como Villa-Lobos, por exemplo.


A reconstituição digital das partituras permite a montagem de um acervo de música brasileira. Neste sentido, o uso de determinados softwares específicos para edição de partituras é imprescindível. Eles permitem uma confecção de qualidade dos signos da partitura a partir do manuscrito original.


Maiores informações sobre o Projeto Memória Musical pelo fone: (011) 6281 8530.


O Projeto Memória Musical não para por aí. Outros compositores terão as  partituras de suas obras restauradas e digitalizadas. Voltarei ao assunto em breve.

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