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MP3: Grave o seu cd ainda hoje

Como um bom assunto sempre volta à tona, aqui estou eu falando de novo de um tema que eu gosto muito: a velha discussão sobre o MP3 e a indústria discográfica. E tive a ideia de falar nisso depois do lançamento do novo álbum do Pearl Jam. Eu explico.


Para mim, uma das melhores sacadas dos últimos tempos, depois do gravador de cd’s, foi a preocupação do Pearl Jam com a quantidade de discos piratas que apareciam a cada turnê da banda. Cd’s sem nenhuma qualidade, e claro, sem receitas externas aos cofres dos músicos. Para resolver esse problema, a idéia foi muito simples: fazer um cd oficial para cada país em que a banda se apresentasse. O resultado foram mais de 30 álbuns que a princípio iam ser vendidos somente no site da banda, mas que depois chegaram às lojas através da gravadora. Eis uma nova solução inteligente para um antigo problema.


Mas será que todos os novos problemas também têm solução, como por exemplo, a velha rixa entre bandas, gravadoras e nós, meros consumidores de arte musical que usufruímos de humildes gravações em MP3 a preços reduzidos?


Depois de batalhas judiciais demoradas e muito faladas na mídia, do Metallica com o Napster (que até vai virar filme! E gerar mais dinheiro para a “indústria mainstream”), e com o finado Audiogalaxy, temos os resistentes Kazaa, Winmx e Imesh. Mas até quando?


O caro leitor pode dizer que é impossível acabar com esses programas que funcionam através de P2P (Peer to Peer, ou seja, de PC para PC), sem precisar passar por um servidor; afinal, um usuário da Internet atualmente pode enviar o que quiser para outro usuário, seja texto, imagens ou música. Tudo não passa de meros dados, código binário, uns e zeros através da linha telefônica ou cabo, não é?


Gostaria de dizer que sim, que é impossível acabar com este nosso luxo, mas a cada dia que passa estou mais crente que tudo pode acabar de uma hora para a outra. Mas como? Simples: barrando a transmissão ou a recepção na própria máquina, ou seja, modificando o hardware.


Sim, todos nós temos medo que isso aconteça e não tenhamos baixado todas as músicas que gostaríamos, mas continuo torcendo para que, assim como quando se cria uma tecnologia, há alguém para dizer que ela é vulnerável, o mesmo aconteça com esse “filtro” da indústria informática.


A Internet ainda não assumiu uma forma definitiva, isto é, não é carne nem peixe, por isso ainda não é possível controlá-la de forma eficaz, mas esse tempo pode não estar muito longe. Qualquer pessoa pode publicar e dizer qualquer coisa na Net sem ser reprimido, e na minha opinião, este fator tem uma grande parcela no prazer de navegar na Internet. É um dos poucos lugares de expressão totalmente livre hoje em dia. Resta saber até quando.

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