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Lusoafinidades: Pedras também rolam em Portugal

Já faz algum tempo que não escrevo sobre nenhuma banda 100% portuguesa. Esta semana vou falar sobre a banda mais conhecida e reconhecida em Portugal e entre os portugueses. Talvez o nome não seja estranho, mas mesmo assim vou repetir: são os Xutos e Pontapés.


Eles são os dinossauros do rock português e representam o que de melhor se faz em terras lusitanas. É certo que vêm mantendo ao longo dos anos uma imagem de qualidade e experiência, que por sua vez, já vem se prolongando por mais de vinte anos. Exatamente, 20 anos. Isso não é para qualquer um. Mas para quem não conhece, e acho que a maior parte das pessoas realmente não conhece, vou passar rapidamente pela história da banda, para dar uma idéia da trajetória dos Xutos.


A formação original (Zé Pedro, Tim, Kalu e Zé Leonel) tem como referência o ano de 1978. No ano de 1981, o vocalista Zé Leonel sai do grupo, Tim passa para os vocais e Francis entra como guitarrista. O primeiro álbum é lançado em 1982, com alguns temas que causaram polêmica na sociedade retrógrada da época, com uma música sobre o aborto, por exemplo. Em 1984, depois de atuarem aproximadamente um ano como trio (depois da saída de Francis), voltam a ser um quarteto com a entrada do guitarrista João Cabelereira.


O ano de 1985 é considerado por muitos como o ano da escalada para o  sucesso. Lançam o disco Cerco e logo a seguir, Circo de Feras, álbuns que chegaram a promover com alguns shows no Brasil, mas como na época quem reinava no Brasil era o Roberto Leal, eles infelizmente passaram despercebidos por nós. Depois do álbum 88, os Xutos voltam ao Brasil para gravarem o disco Gritos Mudos.


A década de 90 foram os anos da consagração e principalmente de comemorar (com mais sucessos) os 15 anos de carreira da banda com a gravação de um álbum acústico que é extremamente bem sucedido, e os 20 anos, com o lançamento de um trabalho ao vivo, de bastante qualidade. Recentemente lançaram mais um álbum ao vivo, intitulado Sei onde tu estás.


Como uma espécie de Rolling Stones à portuguesa, os Xutos vêm somando sucessos e fãs, já que, como podem imaginar, um dos segredos do sucesso da banda está na constante renovação de público, sem perder os fiéis fãs de 20 anos atrás. Isso sem nunca caírem em modismos, sem nunca caírem no ridículo, nem mudarem de estilo, apenas usando o que têm de melhor, que são riffs de guitarra, uma letra de cariz pop, e uma imagem de experiência juvenil atrás das rugas na cara.


Para quem quiser saber mais (e ouvir mais) e depois me dizer o que achou: www.xutos.pt.

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