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Fidelidade Alternativa: Shows no Brasil, agora vai?

Boris Rosenblit, um dos principais executivos da CIE (Corporácion Interamericana de Entretenimento), maior empresa de showbiz da América Latina, declarou semana passada que a iminência de uma guerra no Iraque vai aquecer o mercado de shows internacionais na América do Sul. Rosenblit disse que apesar do estado crítico da economia de muitos países latinos, estes devem receber shows imprevistos ainda este ano, já que tem muita gente evitando ir para o lado da Europa e da Ásia devido à falta de segurança. Mas realmente a quantas anda essas atrações para o Brasil?

É verdade que as coisas estão se mexendo, mas ainda devagar. Na área do rock n roll, que é a que nos interessa, três apresentações estão confirmadas para os próximos meses: Maná, Joe Satriani e Silverchair.

Para quem gosta de rock latino, nos próximos dias 19 (Porto Algre), 21 (Rio de Janrio), 22 e 23 (São Paulo), nosso país recebe a banda mexicana Maná. Vencedor do Grammy 2003 de Melhor Álbum de Rock Alternativo, o grupo apresenta por aqui shows da turnê do disco “Revolución de Amor”. Para quem não os conhece, eles são os responsáveis pela música “Angel de Amor”, incluída na programação das rádios paulistas de rock. Atração indicada somente para quem tem uma afinidade com o rock latino.

Nos dias 3 (São Paulo) e 4 (Rio de Janeiro) de abril é a vez do virtuoso guitarrista Joe Satriani tocar por aqui. Da mesma forma que o Maná, esse show é apenas para um segmento restrito do público nacional, que se interessa por solos intermináveis feitos por músicos competentes ao extremo. Público que não é pequeno, haja vista o número de shows em nosso país dos mestres no assunto (lê-se Satriani, Vai, Malmsteen).

Só em maio é que a coisa realmente começa a ficar interessante. Isso porque nos dias 9 (Recife), 11 (Curitiba), 14 (Rio de Janeiro) e 15 (São Paulo) os badalados australianos do Silverchair pintam por terras brasileiras. Numa turnê que foi adiada e perigou não acontecer por problemas de saúde do vocalista Daniel Johns, a banda mostra músicas do último álbum, “Diorama”. O curioso é nosso privilégio. Depois da banda tocar para 250 mil pessoas no Rock in Rio 3, em janeiro de 2001, agora seremos os primeiros a assistir ao novo show depois, claro, somente da Austrália, casa dos caras. Importante registrar que das 17 apresentações da banda em seu país natal antes de cair por aqui, apenas duas datas ainda não estão com os ingressos esgotados.

Esses três artistas estão vindo para cá graças ao projeto Visa Sounds, que dá como praticamente certa também a vinda da talvez principal atração deste ano para o Brasil, o Coldplay. Isso mesmo, a banda inglesa que dominou o ano passado deve aparecer por aqui no segundo semestre, após estrelar os festivais europeus de verão. Para os mais pessimistas (me incluo aqui), já falo que a vinda desse hoje gigante do rock mundial não está no mesmo pé das tradicionais especulações (calma que elas já aparecem abaixo no texto) que sempre cercam grandes espetáculos no Brasil. Segundo fontes confiáveis, o Coldplay vem sim. Só faltam alguns acertos finais, como os locais das apresentações.

Festivais

Grandes responsáveis pela concretização de mega shows por aqui, os festivais não vão muito bem das pernas. O Curitiba Pop Festival, evento que ganhou destaque na mídia ao declarar avançadas negociações para trazer nomes como Strokes, Radiohead e White Stripes para a capital paranaense, realmente parece que vai por água abaixo. Após acumular várias baixas, e chegar o mês de março (o Festival estava marcado para o período de 1 a 3 deste mês) sem nada acontecer, o evento  prometeu novidades para essa semana, mas até agora nada. Só deve ter esperanças no seu acontecimento com o êxito anunciado os que acreditam em Papai Noel.

O Rock in Rio não anda muito diferente do Festival de Curitiba. Muito se falou que a quarta edição do maior festival brasileiro de todos os tempos seria realizada em 2003, mas as coisas estão paradas. Se o evento começasse a se mexer, pelo menos uma boa atração teria grandes chances de aparecer por aqui. Isso porque Brian Molko, líder do Placebo, disse recentemente que ouviu falar no acontecimento do Rock in Rio 4 esse ano e se recebesse um convite daria um jeito de trazer sua banda para tocar aqui. Vai Medina, não pensa!

O principal festival alternativo nacional, o Abril Pro Rock, vem sofrendo bastante com a atual situação econômica do Brasil. O Festival que surpreendeu no melhor sentido ano passado ao trazer o excelente Charlatans acontecerá bem capenga em 2003. Além de a única atração internacional ser a apagada banda punk alemã Terrorgruppe, o braço paulista que o evento ganhou nas últimas edições não se repetirá este ano. Ira!, Los Hermanos e Shaman estão entre as atrações que o público de Recife poderá conferir no ApR mês que vem.

A única boa notícia envolvendo festivais nacionais é o surgimento do TIM Festival. A empresa de telefonia deve abraçar o antigo Free Jazz e realizar o evento de forma alternada no eixo Rio-São Paulo, cada ano em uma praça. A edição deste ano ocorrerá no Rio de Janeiro, no Museu de Arte Moderna, de 30 de outubro a 1° de novembro. Para São Paulo, o que está confirmado até agora é a construção de um auditório no Ibirapuera com capacidade para 800 pessoas. O palco poderá se mover de uma forma que irá se transformar em uma arena ao ar livre com capacidade para 10 mil pessoas. Já é alguma coisa.

Apenas no sentido de constatação – já que este que vos escreve não crê muito na concretização dos principais, a CIE anunciou estar ainda em negociação com outros nomes do rock mundial para tocar por aqui. São eles: a banda de nu metal Papa Roach, o cantor Moby, o guitarrista Carlos Santana e as (grandes) bandas The Cure, Pearl Jam e R.E.M.. Se vier apenas um desses últimos três já está bom demais. Se vier um dos últimos DOIS seremos seres infinitamente mais felizes. Apesar disso, ainda acho melhor pensar no Silverchair e começar a se preparar para o Coldplay, pois o papo de que Eddie Vedder vem ao Brasil é velho, e nunca tomou formas concretas.

Curtas: Quem era bom sempre aparece


Quando Renato Russo passou desta pra melhor, muitos já previam que seu legado não seria facilmente esquecido. Hipótese esta se comprovou com uma potência máxima nos últimos tempos, colocando o vocalista da Legião Urbana no posto de rockeiro mais importante do nosso país. O mito deve voltar aos holofotes a partir desta sexta-feira (14/03), quando chega aos ouvidos de todos mais material inédito do músico. A rádio paulista Brasil 2000 estréia a música “Mais Uma Vez” de hora em hora, durante todo dia. A (ótima) letra tem a cara de Renato, com frases como: “Se você quiser alguém em quem confiar / Confie em si mesmo” “Nunca deixe que lhe digam / Que não vale a pena / Acreditar no sonho que se tem / Ou que seus planos nunca vão dar certo / Ou que você nunca vai ser alguém”.

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