Sana Inside » 'Fidelidade Alternativa: o Barulho do Oasis'

Fidelidade Alternativa: o Barulho do Oasis

Depois de vazar inteiro na internet, ser desmentido e cultivar grandes expectativas, está nas lojas do mundo todo o mais novo disco do Oasis, “Heathen Chemistry”. Uns disseram que era a banda voltando à fase “Definitly Maybe”, outros que se tratava apenas de uma continuação de “Standing On The Shoulders Of Giants”, mas toda essa especulação só prova que seis anos após estarem no topo do mundo, a banda dos irmãos Gallaghers ainda mexe com a mídia musical.


Na verdade, “Heathen Chemistry” não é nenhuma volta às origens da banda, mesmo porque esta nunca se desviou muito de suas origens, mas apenas uma continuação do trabalho de respeito que os ingleses têm apresentado nos últimos anos. Com certeza muitos críticos musicais por aí não vêem a hora de poder escrever que “o Oasis lançou seu melhor disco desde “Whats The History”, mas esse não é o caso. O novo CD apenas mantém a qualidade dos últimos discos da banda, que estão um degrau abaixo das duas primeiras pérolas lançadas pelo grupo de Manchester.


Não há como negar, analisando a discografia do Oasis, que eles estão numa descendente. Dá para dividir os discos em duplas. Os dois primeiros (“Definitly …” e “Whats The …”) verdadeiras obras primas, os dois em seguida (“Be Here Know” e a coletânea de lados-b “The Masterplan”) quase obras-primas, e os dois últimos (“Standing On The…” e “Heathen …”) discos competentes, muito melhores do que a maioria das coisas que é idolatrada por aí, mas não tão bons quanto os primeiros. No meio dessa última dupla a banda lançou o duplo ao vivo “Familiar To Millions”, que traz as apresentações no Wembley Stadium antes de sua demolição. Além dos clássicos, o disco conta com duas covers: “Hey Hey, My My” do Neil Young e “Helter Skelter” dos Beatles.


Recentemente os irmãos Gallaghers fizeram a festa mais uma vez dos noticiários musicais com suas declarações bombásticas. Disseram que os Rolling Stones deviam se aposentar, que os Strokes não são tudo isso que falam, e mais um monte de depoimentos que os tablóides ingleses adoram noticiar. Muitos acreditam que essa postura nada mais é do que uma boa e programada jogada de marketing, mas tem que ser levada em conta a capacidade dos dois de colocarem suas opiniões pra fora não tendo a necessidade de
fazer média com as pessoas.


Realmente uma parte desses alardes deve ser pensada por eles, já que, por exemplo, as declarações e confusões se intensificam perto de um lançamento da banda, mas o resto apenas mostra que os dois Gallaghers fazem parte de um grupo em extinção. O grupo daquelas pessoas que falam o que pensam doa a quem doer, que não ficam em cima do muro nem trocando agrados na frente das
câmeras. Outros que fazem parte deste grupo é o vocalista do Echo And The Bunnymen, Ian Mac “The Mouth”, e o Marcelo Nova, representante brasileiro.


Polêmicas à parte, Noel Gallagher é um dos melhores compositores dos últimos tempos, e Liam faz muito bem seu papel de vocalista, tem uma boa presença de palco e ultimamente até tem dado sua contribuição de compositor. Os dois são o Oasis – já que a formação da banda mudou bastante e eles sempre fizeram o papel de líderes.


Se na América o principal grupo do britpop estourou na segunda metade da década de 90 e agora está meio morno, na Europa eles ainda carregam multidões e revolucionam paradas. O novo álbum atingiu o primeiro lugar na parada britânica na semana de lançamento, e os três shows que a banda fez no Finsbury Park, em Londres, levou nada menos que 120 mil pessoas ao local. Teriam exemplos melhores?


Triste Mês de Julho
A bruxa esteve solta no mundo do rock no mês passado. Três acontecimentos com gravidades diferentes pegaram de surpresa algumas das figuras mais badaladas do meio no momento. Sharon Osbourne, esposa do Ozzy e estrela do seriado The Osbournes, foi diagnosticada com câncer no cólon; Neil Primrose, baterista do Travis, sofreu um acidente na piscina que resultou numa vértebra quebrada; e Julian Casablanca, vocalista dos Strokes, machucou o joelho forçando a banda a cancelar algumas apresentações.


Sharon Osbourne foi pega pelo câncer quando estava num grande momento em sua vida. O seriado The Osbournes foi um sucesso e terá uma segunda edição, o Ozzfest, organizado por seu marido, vai de vento em polpa e sua filha, Kelly Osbourne, entrou muito bem na carreira musical com a releitura de “Papa Dont Preach”, da Madonna.


Sharon foi operada para retirada do câncer no cólon mas, apesar do sucesso da cirurgia, está tendo que fazer seções de quimioterapia que durarão três meses. A Ozzfest continua pelos Estados unidos, mas por três semanas estará sem Ozzy, que acompanha sua esposa no tratamento.


Já o baterista do Travis foi vítima de uma fatalidade. Enquanto a banda relaxava num hotel na França, Primrose resolveu dar um mergulho na piscina e acabou batendo a cabeça no fundo. Ele foi operado para estabilizar múltiplas fraturas em sua vértebra. Segundo os médicos, a operação foi um sucesso e o músico deve se recuperar totalmente do acidente. A banda teve que cancelar quatro shows na Europa além da participação no importante Festival V2002, em que seria headline.


Os americanos dos Strokes também não escaparam livres desse mês macabro. O vocalista Julian Casablanca sofreu uma contusão no joelho não detalhada pela banda e teve que ficar uma semana de molho. A banda cancelou três apresentações da mini turnê que faria com o Weezer.


Seguindo a onda de shows cancelados, até o Oasis foi atingido. O grupo cancelou uma apresentação que faria em Salamanca, Espanha, no último dia 23, devido à uma infecção no vocalista Liam Gallagher. Segundo o site oficial da banda, ordens médicas exigiram que Liam desse uma folga à sua voz. Que agosto seja menos trágico!



Leandro Ribeiro, 20 anos, é um amante do rock n roll em geral, com uma recaída maior por bandas mais lentas e belas.

© 2008 Powered by WordPress