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Fidelidade Alternativa: Avaliando 2002

O ano de 2002 terminou e é hora de fazer aquele tradicional balanço. É hora de construir aquelas listas tão interessantes de melhores do ano. Ano este que ficou devendo em termos de shows internacionais no Brasil, mas teve uma boa movimentação pelo mundo.


Se os Strokes encabeçaram as revelações de 2001 puxando uma série de bandas que formaram o chamado “novo rock”, ano passado este movimento tomou formas bem concretas. O White Stripes recebeu vários prêmios com o disco White Blood Ceels, o The Vines lançou seu primeiro álbum completo – o bom Hightly Envolved, e os suecos do The Hives atingiram o grande público graças à energética “Hate To Say I Told You So”.


O Coldplay também passou de mais um bom grupo vindo do Reino Unido a superbanda com o lançamento de seu segundo álbum, A Rush Of Blood To The Head. O Pearl Jam lançou disco novo, Riot Act, que não chamou muita atenção da mídia, enquanto Eddie Vedder cedeu sua voz para a bela “You ve Got Hide Your Love Away”, dos Beatles, incluída na ótima trilha sonora do filme I Am Sam.


Já o Nirvana nunca esteve tão em alta desde o suicídio de Kurt Cobain. Primeiro saiu por aqui a biografia “Mais Pesado Que o Céu” (“Heavier Than Heaven”), depois o jornalista Marcelo Orozco lançou “Fragmentos de uma Autobiografia”, ambos os livros centrados na personalidade de Mr. Kurt. No segundo semestre chegou ao ouvido de todos a estremecedora “You Know You re Right”, seguida pelo lançamento da coletânea homônima à banda. Para fechar o ano saiu lá fora o livro Journals, um apanhado do diário e de cartas não enviadas de Cobain.


Chega de papo, vamos às listas.


Para começar, o melhor: as músicas. Aí estão as cinco melhores do ano para este colunista:


1° Get Free, The Vines
2° In My Place, Coldplay
3° I Am Mine, Pearl Jam
4° You Know You re Right, Nirvana
5° Fell In Love With A Girl, White Stripes


O The Vines compôs o que realmente se pode chamar de um hino do rock, e o Coldplay encheu as paradas de sensibilidade com o primeiro single de seu segundo álbum. Você não concorda com esta lista? Sua música preferida ficou de fora? Você odiou a nova do Nirvana? Então coloque sua opinião pra fora e mande um e-mail para leandro_lfr@ig.com.br.


Num ano repleto de coletâneas maravilhosas – quem acompanhou Fidelidade Alternativa sabe do que eu estou falando, os discos com material inédito acabaram ficando em segundo plano. Aí estão meus três preferidos de 2002:


1° A Rush Of Blood To The Head, Coldplay
2° Riot Act, Pearl Jam
3° Heathen Chemistry, Oasis


O lançamento do Coldplay foi de longe o melhor do ano. O Pearl Jam manteve o nível de seus últimos álbuns e o Oasis, apesar de ter colocado no mercado um de seus discos mais fracos, ainda esteve à frente da maioria lançada em 2002.


Shows


Se comparado a 2001, o ano passado foi bem fraco em termos de shows no Brasil. Free Jazz Festival cancelado, Radiohead passando longe daqui e dólar batendo R$ 4,00 contribuíram e muito para isso. Do que rolou, os melhores estão aí:


1° Charlatans – Abril Pro Rock (Olympia)
2° Red Hot Chilli Peppers – Kaiser Music (Pacaembu)
3° Echo And the Bunnymen (Credicard Hall)


Apesar do baixo público, os ingleses do Charlatans fizeram uma apresentação maravilhosa no Abil Pro Rock paulista. Foi sem dúvida a surpresa mais agradável do ano. Red Hot e Echo And The Bunnymen ficaram dentro do esperado, o que não é pouco. Não concorda? Já sabe, escreva.


Todo ano acontecem coisas boas e ruins na música, e este não foi diferente. Se citei vários destaques, aqui estão as maiores baixas.


1° Saída de Isobel Campbell do Belle And Sebastian
2° Cancelamento do Free Jazz Festival
3° Morte de Dee Dee Ramone, John Entwistle e Joe Strummer
4° Fim do programa Garagem
5° Tribalistas + Doces Bárbaros + Popstars + Fama


As tragédias se explicam por si só e já foram bem comentadas ao longo de 2002. Vale apenas lamentar a perda de mais um punk no finalzinho do ano, o lendário líder do The Clash Joe Strummer. Sei que esta lista causa muita polêmica e espero passar 2003 sem baixas como as 4 primeiras e eventos como os presentes no quinto lugar.


As listas têm bem mais graça quando você pode opinar, colocar sua opinião pra fora, então não perca tempo. O e-mail leandro_lfr@ig.com.br está esperando por sua mensagem.


Feliz 2003!


A vitória do bom senso


Antes de passar a faixa, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que vai deixar saudades, assinou um importante decreto para a classe artística. É o decreto que torna obrigatória a numeração dos CDs e a impressão de um código digital que identifica autor e intérprete da obra gravada, assunto já comentado por edições anteriores desta coluna. Após receber o projeto da deputada Tânia Soares (PC do B – SE), FHC criou um grupo para estudar a numeração dos discos, o que ajudou na sua decisão de aprovar o projeto. Foi a vitória de Lobão, sua turma e do bom senso sobre nosso novo Ministro da Cultura, Caetano Veloso, Zezé di Camargo e grandes gravadoras.

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