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Coluna Magirus: O maior festival musical do Sul

Nos dias 7 e 8 deste mês realizou-se na cidade gaúcha de Atlântida — Litoral Norte do estado — mais uma edição de um dos maiores e mais tradicionais festivais de música da América do Sul: o Planeta Atlântida. São aproximadamente 80 mil pessoas reunidas numa sede campestre de uma das mais conhecidas praias do Sul, em troca de duas noites ecléticas — ou nem tanto — de música nacional.

O maior destaque da primeira noite foi a dobradinha entre Skank e Jota Quest, duas das mais bem sucedidas bandas do cenário brasileiro. O interessante de freqüentar um evento como este é a chance de desfrutar de uma boa variedade musical, porém baseada nos sucessos radiofônicos. No Planeta Atlântida, os “planetários” têm a oportunidade de curtir o som eletrônico do Grand Lobby — que é uma verdadeira megafesta — com os DJs do momento, podem optar por prestigiar as bandas mais promissoras do Rio Grande do Sul no Palco Orbeat e, claro, reunir-se junto à multidão de milhares de pessoas na área que fica de frente para os dois palcos principais: o Palco Fogo e o Palco Água. Além disso, a estrutura do festival conta com pontos de alimentação e sanitários espalhados por toda a parte, o que facilita muito no deslocamento da galera.

A segunda noite colheu os frutos do sucesso da primeira e obteve um público ainda superior. O show do atual Ministro da Cultura Gilberto Gil foi bom, mas não empolgou. Os destaques ficaram mesmo por conta dos Paralamas do Sucesso — com um Herbert Vianna entusiasmado e muito feliz nos solos de guitarra — e da febre do rock nacional de hoje, o CPM 22. Numa aparição previsível a ex-Casa dos Artistas Syang anunciou a atração surpresa que viria a ser a Comunidade Nin-Jitsu, puxada pelo irreverente Manu Changes.


Infelizmente ainda há nichos musicais desprezados e/ou desfavorecidos no nosso cenário. Festivais como o próprio Planeta Atlântida geralmente nos situam nas paradas atuais, mas também nos cegam para gêneros “alternativos” igualmente apreciados pelos seus públicos. Tudo bem que tenhamos eventos específicos para tais estilos musicais, mas acredito que esses artistas deveriam ter as mesmas oportunidades a fim de tornarem-se populares, assim como ocorreu com os de origem pouco nobre, como os do forró e do hip hop.

Eventos de grande porte como esse são de extrema importância num país enorme como o Brasil, que transpira uma ecleticidade musical abrangente. Cabe a nós, espectadores e apreciadores da nossa cultura, colaborar para que estes espetáculos sejam, de fato, palcos do patriotismo e do respeito aos nossos próprios frutos.

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