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Boataria: Escola de samba homenageia (II)

       O Metal sacode apenas cabeleiras. Dificilmente um metaleiro vai sacudir as cadeiras na Sapucaí. Porque, no Rio, o único lugar onde um fã de Iron Maiden pisa é a Cidade do Rock.

       Mas o carnaval faz milagres, está mais que provado. Quem não se surpreende todo fevereiro com as novidades entre confetes e serpentinas? Outra escola, afinada com as tribos urbanas, faria bem ao homenagear o Heavy Metal e seus ídolos.


       E não faltam ídolos no HM. Desde o espantalho medieval do Iron Maiden chamado Eddie até verdadeiros carnavalescos enrustidos como os integrantes do Twisted Sister, que poderiam lançar o single “I Wanna Samba”.


       O abre-alas ficaria por conta de jovens pintados à moda Kiss. Seria importante recriar todo traje exagerado da banda mais engraçada do mundo:


       Aquele sapato plataforma 666 provocaria tremor em qualquer passista profissional. Mas seria importante a utilização, pois traria maior realidade ao espetáculo. Talvez, no entanto, haja um aumento no valor do seguro contra tombos.


       Um dos sambistas levaria nas mãos um cavaquinho em forma de machadinho preto.


       Outro, puxaria um canhão-bateria (de 4 bumbos!) que faria menção ao baterista Eric Carr, morto há alguns anos.


       No quesito carros alegóricos (é quesito mesmo?) a originalidade imperaria. Obviamente o mais imponente desses monstrengos enfocaria a Donzela de Ferro. Um enorme Eddie soltaria fogo pelas ventas, teria fiapos esvoaçantes de pano embalsamado e seria capa do próximo disco ao vivo da turma de historiadores liderada por Steve Harris.


       Em homenagem ao Metal melódico (que nome horrível!), um punhado de harpas, violoncelos, violas de gamba, cravos, cornetas e clarinetes incutiriam nos olhares vãos pingos de estranheza. Assim mesmo, tudo solene demais pra uma festa popular.


       A família Osbourne viria ver o famoso carnaval brasileiro. Mas Ozzy, o pai, seria seqüestrado, mandado para a Amazônia… opa, isso é de um outro seriado!


       Por fim, a gente chegaria ao que chamam erroneamente de samba-rock. Nas arquibancadas estaria a melhor parte do show. Como nos clipes do AC/DC, os headbangers bateriam cabeça até o sol raiar.


Adriano Claret é colunista do Central da Música. Email: expediente_central@hotmail.com

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