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Pop-RockBR: como tudo começou

Pop: uma palavra de apenas 3 letras, mas que carrega porém um poder imenso. Pode-se qualifica-lá como sendo uma abreviação de popular. E no quesito música, o que é popular? É tudo o que se ouve, é tudo que todo mundo gosta. Já dizia Humberto que o Papa é Pop, logo tudo é pop.


Este mesmo conceito pode ser aplicado na música. A cada dia surgem misturas loucas de ritmos, como o forrócore, samba-reggae ou então “raprockandrollpsicodeliahardcoregga” do Planet Hemp. Os puritanos musicais podem até chiar, mas tudo isso não é nada mais que música pop. A música que move o mundo e faz gerar riquezas. E que não venham os metaleiros dizerem que não são pop, pois são sim. E qual seria então o mais pop dos ritmos musicas? O Rock N Roll, aclamado por multidões.

O início do Rock, esta “música popular”, pode ser datada dos primórdios dos anos 50. E foi justamente em 50 que chega ao Brasil o estouro mundial, a música “Rock Around The Clock” de Nat King Cole, que rapidamente ganham uma versão tupiniquim, chamada de “No Balanço das Horas”. A agitação causada por “Rock Around The Clock” mudou o comportamento musical no Brasil. Começam a aparecer e tomarem conta das rua jovens de cabelos compridos e costeletas grandes, além da famosa calça jeans azul.


Em 1955 é gravado um dos maiores refrões do rock mundial, da música “Tutti-Frutti”, que dizia “A WOP-BOP-A-LOO-BOP-A-LOP-BAM-BOOM”, de Little Richards. E é nesse momento que surge a primeira (sim uma mulher!) roqueira do RockBR: Celly Campello, que cantava o hit “Estúpido Cupido”. Era apenas o tímido início do rock genuinamente brasileiro. Até então, os roqueiros daqui tinham cara de mocinhos, eram uma cópia fiel do rock norte-americano. Mas nós digeríamos pouca coisa.


Drogas era o que de mais alucinante rolava na década de 60, quando surgiu um movimento chamado “Jovem Guarda”, que se preocupava mais com a poesia em si do que nas críticas sociais. O tema das na Jovem Guarda era essencialmente o amor. E é daí que podemos dizer que surge a primeira geração de roqueiros brazucas, comandados pelo tremendão Erasmo Carlos e o agora “Rei” Roberto Carlos. Ao mesmo tempo, lá no outro lado do Oceano Atlântico, mais precisamente em Liverpool, Inglaterra, o maior grupo de rock que este planeta já conheceu, que se tornou mais famoso que Jesus Cristo e que viria a influenciar todas as gerações posteriores: eram o “The Beatles”


Chegamos em 70, tempo do “É Proibido Proibir”, tempo da Tropicália, de Gil e de Caetano. Podemos dizer que esses sim começaram a mudar o cenário da música pop do Brasil. A Tropicália fazia uma mistura de rock, samba e bossa nova, com muita guitarra elétrica. Foi um período liderado pelos Mutantes, Novos Baianos e Secos & Molhados, onde a moda era usar calça boca de sino e acessórios coloridos. Destes, “Os Mutantes” (do qual Rita Lee fez parte) foi sem dúvida o grupo da Tropicália que mais influiu no rock brasileiro atual, sendo reconhecido também fora do país. Até o suicida Kurt Cobain, do Nirvana, declarou ser fã do grupo. Também na década de 70, surge um mito: o maluco beleza Raul Seixas, maior roqueiro do país, que escancarou o cenário musical brasileiro com suas alucinações e seu jeito hippie de ser.


Já na segunda metade destes produtivos anos 70 chega no país a febre das danceterias, comandada por Gretchen (que já naquele tempo rebolava a banda como Carla Perez, Scheila Carvalho e Cia fazem nos dias de hoje) que abusava de muita música eletrônica imposta pelo rock progressivo. Era a fase mais escandalosa da música nacional, era a época do exagero. Mas não só de dance vivia esse período. Estava surgindo também primeiros representantes da Soul Music brasileira, comandados por Tim Maia, inspiravando-se no rock progressivo do Yes e Pink Floyd.


Nesses tempos a ordem era: “Usar para abusar!”.

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