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Artigo: Uma luz no fim do túnel

Mudanças de comportamento demoram, mas acontecem. Após tanto lutar contra a pirataria de singles e albums inteiros em mp3 pela internet e pelos camelôs de todo o Brasil, as gravadoras resolveram pôr o pé em cima deste problema com uma saída muito inteligente e anciosamente aguardada pelos consumidores de música: Menor preço e melhor qualidade do produto. A qualidade dos álbums, a embalagem, os encartes, as informações contidas neles melhoraram muito mesmo, itens que todos os consumidores já exigiam há muito tempo e finalmente foram atendidos. Essa foi a impressão que tive com a aquisição do mais novo álbum do Pink Floyd (ECHOES). O material é uma verdadeira obra de arte com fotos belíssimas, dados técnicos bem detalhados e qualidade de áudio impressionante. Pesquisas comprovam que os consumidores não são tão bandidos como diziam os jornais e artigos sobre pirataria. Todo mundo quer comprar sim, mas quer pagar um preço justo pelo produto e claro que também quer qualidade. Estarão errados ???


Há muito tempo se observa que a maioria dos trabalhos em CD não traziam mais nada além de uma capa bem mixuruca (algumas não traziam nem a foto do verso) e o próprio CD, muitas vezes com uma qualidade de áudio péssima. Os que mais sofriam eram os álbums ao vivo, que geralmente eram mutilados nas melhores partes das gravações com cortes berrantes no final das faixas e músicas cortadas ao meio para se economizar espaço. Isso é inaceitável, fere diretamente os direitos do consumidor e é facilmente detectável adquirindo-se o mesmo álbum de fora do Brasil (via Amazon.com, por exemplo).


Espero não estar enganado, mas se o objetivo dos produtores fonográficos for realmente melhorar a qualidade de seus produtos todos sairão ganhando, numa grande cadeia que abrange desde os autores até os consumidores finais. Os únicos prejudicados serão os piratas que perderão seu poder de competição quando o principal atrativo for a qualidade de produto.


Outro fator importante que está colaborando muito para a retomada do mercado fonográfico é a venda pela internet. É perceptível uma grande melhora na apresentação das lojas virtuais de CD. Você pode ouvir parte das músicas antes de comprar, pode pesquisar os preços – há sites que fazem isso pra você dinamicamente mostrando o menor preço do mesmo produto em lojas diferentes – pode negociar as formas de pagamento em transações totalmente seguras e as entregas são extremamente rápidas. E mais, dá até para encomendar álbums especiais, dificilmente encontrados nas lojas tradicionais e títulos lançados somente fora do Brasil.


A pirataria em MP3 teve o seu auge, mas vem perdendo terreno, uma vez que a RIAA (associação que congrega as maiores gravadoras norte-americanas) está pegando pesado mesmo. Sites considerados grandes, tanto de distribuição de obras inteiras em MP3 e até os que forneciam as fotos das capas originais foram extintos ou, no mínimo, tiveram que retirar do ar o acesso aos itens citados acima sob o risco de serem obrigados a pagar grandes fortunas em multas, além de sofrerem processos pesados de nível internacional.


Temos consiência da situação de nossos bolsos, mas torcemos para que este velho problema seja resolvido de forma mais racional e menos radical, basta que todos – realmente todos – façam a sua parte.

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