Artigo: o rock inglês ainda é o maior. E melhor
O rock está sendo salvo, mais uma vez. O mais irônico é que os protagonistas desta salvação em nada inovam. Boas melodias, letras e canções. Novos Beatles, Stooges e Rolling Stones. Ou pelo menos o tentam ser.
A lista de nomes é extensa. The Strokes, The Hives, The Vines, Black Rebel Motorcycle Club, Yeah Yeah Yeahs, The White Stripes, Idlewild, Vendetta Red, Mclusky, Soundtracks of our lives, The Datsuns, The Libertines, Clinic, etc. Muitas dessas bandas são realmente legais, indiscutivelmente boas, mas pecam (nem todas) por falta de originalidade.
Não há mais muito que ser explorado no rock. No legítimo rock. Bandas por mais originais que possam soar, acabam deixando suas influências transparecerem em suas músicas. Não é possível ser totalmente original em nada. Ninguém é capaz disso. Enquanto pessoas somos influenciáveis. Mas este não é o problema.
Alguns tentam parecer originais e com isso acabam se tornando insuportáveis. “Experimentalismo” em excesso. Outros são taxados como cópias. Estes são divididos em duas categorias, os admitidos e os enrustidos. Outros são tão “despreocupados” que acabam realmente “inovando” alguma coisa.
Apesar de gostar muito de várias das bandas que estão “salvando o rock” não entendo o porquê de tanto falatório acerca da qualidade de algumas delas e por que os maiores destaques, quase sempre, vem dos EUA. Analisando o rock’ n’ roll tradicional, a Inglaterra foi e sempre será o berço de bandas da maior qualidade. Não que o resto do mundo não produza nada interessante. Mas é que em se tratando de rock, com os ingleses não há competição.
Algumas pessoas tem idéias pré-concebidas quanto a música inglesa. Para alguns tudo o que é feito lá é o chamado “brit-pop”. Para quem quiser provar algumas coisas diferentes que tem sido feitas, experimentem The Cooper of Temple Clause, Lost Prophets e Ikara Colt, só para não entregar tudo de uma vez. Quanto ao brit-pop, escute as até já velinhas Muse e Ocean Colour Scene. São grandes bandas, ou ainda serão. São inovadoras. Algumas apostam no óbvio, mas de um jeito que ninguém mais sabe fazer. Pois já que é para copiar, que o façam bem feito. Está ai o Oasis para provar essa teoria. Ame-os ou os odeie, são a cópia mais perfeita de Beatles que já foi feita. E isso já é uma grande coisa. E ninguém pode negar.
Poderia escrever aqui uma lista enorme de bandas inglesas, mas o prefiro deixar para uma próxima vez. Por enquanto cito algumas bem como indico algumas canções indispensáveis das mesmas. Muse (Sunburn, uma das melhores músicas que já escutei, piano maravilhoso), Ikara Colt (One Note), The Cooper of Temple Clause (Let’s Kill music, Who needs enemies, Film Maker, Been training dogs), Lost Prophets (Shinobi vs Dragon Ninja), Ocean Colour Scene (Riverboat song, Hundred Mile High City, The Day We Caught The Train, The Circle. Os álbuns dessas bandas também são indispensáveis, apesar de não ser fácil encontrá-los no Brasil.
E para quem preferir buscar alguma coisa americana, deixe os óbvios um pouco de lado e saia a caça da melhor banda daquela cena. Não deixe de ouvir a Hoggboy, pegue as obrigatórias So Young, Souldn’t Let The Side Down e a instrumental Call me Suck.